O Joio e o Trigo

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Mais uma parábola a respeito do Reino, mas desta vez com enfoque escatológico, ou seja, a respeito do fim dos tempos.
Jesus outra vez como excelente mestre, no uso de parábolas com elementos comuns aos ouvintes, recorre à ilustração de semeadura e colheita.
Há na parábola um senhor que possui um campo e nele semeia boa semente de trigo, mas vem o seu inimigo quando todos estão dormindo e sabota a semeadura lançando sementes de joio no campo. Ao notar a presença do joio no meio do trigo, o senhor do campo revela saber quem semeou o joio, afirmando ser seu inimigo, e os trabalhadores têm a ideia de arrancar o joio, mas são contrariados pelo senhor do campo que decide arrancar só na época da colheita, pois certamente o trigo também seria arrancado e antes de seu tempo de colheita.
Mais a frente no texto bíblico, a partir do verso 36 até o 43 deste mesmo capítulo, Jesus explica a parábola a seus discípulos.
Ele revela as figuras e personagens da parábola com a realidade ao esclarecer que o senhor do campo (semeador) é o Filho do Homem, ou seja, ele mesmo,que o campo é o mundo, que a boa semente representa os filhos do reino, que o inimigo é o próprio Diabo, que o joio simboliza os filhos do maligno, que os ceifeiros são os anjos e que a colheita é o fim dos tempos.
A partir da relação dos elementos e personagens com a realidade, ficou claro compreender que se trata de uma verdade escatológica.
Além do que foi expresso por Mateus sobre a explicação dada por Jesus, também podemos depreender do nosso Mestre outras lições. Por exemplo, há o ensino a respeito da igreja visível e invisível, donde a visível é aquela que de fato podemos ver, sendo composta pelas pessoas que afirmam serem crentes, incluindo aí aqueles também aparentemente crentes. A igreja invisível seria composta pelas pessoas que confessam a Cristo como Senhor e Salvador genuinamente.
Satanás sempre procurará imitar a realidade de Deus. Assim como a parábola expõe o Filho do Homem semeando os filhos de Deus na Terra, também Satanás em sua frustrada tentativa de assumir o lugar divino, semeia o joio, ou seja, os filhos do maligno na Terra. E assim crescem e convivem juntos, o povo verdadeiramente santo (separado por Deu e para Deus) com o povo que parece santo, parecendo com ovelhas, falando como ovelhas, servindo no meio das ovelhas, mas que genuinamente não são.
Outra lição ocorre quando os servos têm a ideia de arrancar prontamente o joio e são contrariados pelo seu senhor, assim somos nós, servos do Senhor Jesus que, em nossa naturalidade, somos tentados a agir à nossa maneira que não é a mesma do nosso Senhor. Porém de igual maneira, aprendemos que devemos consultar e ouvir a voz de nosso Senhor a fim de sabermos se estamos intencionando realizar algo alinhado com a vontade dele, ou seja, agindo verdadeiramente como servo de Jesus, como filho de Deus.
Podemos também, através da parábola, notar uma verdade dita pelo Senhor: que, apesar de grandes semelhanças entre o joio e o trigo, em determinado momento haverá a distinção de um pelo outro. Essa distinção se dá pelo fruto. O fruto da igreja invisível é visível na obediência. Não podemos nos enganar, achando que o fruto é a quantidade ou realização de algum feito. Claro que essas realizações apontam para o fruto que foi semeado por Cristo, mas estes feitos são consequência da obediência que é o verdadeiro fruto produzido pela semeadura do Filho do Homem. Podemos ter o mesmo resultado de algum feito com origens diferentes, seja da obediência ou seja do ego próprio.
Outra lição também é a respeito do tempo. Havia pressa em arrancar o joio, mas foi necessário esperar até o tempo certo. No tempo de Jesus, certamente era comum os judeus ansiarem pelo tempo vindouro, em que finalmente os gentios seriam julgados e condenados e eles, os judeus, seriam honrados por Deus em seu Reino definitivamente estabelecido na Terra, porque assim criam. Mas Jesus nos ensina que apesar do Reino já se fazer presente - porque o Reino está onde o Rei está - ainda haveria um tempo em que os feitos filhos de Deus conviverão com os filhos da ira juntos no mundo.
Ainda que haja também um enfoque no ensino a respeito da igreja visível e invisível, devemos ratificar o que foi explicado por Jesus a respeito do “campo” onde essas igrejas foram semeadas: o mundo. Isto para que nos seja reforçado que fomos semeados no mundo mesmo e apesar deste mundo ter como príncipe Satanás, devemos viver nele e dar frutos de obediência até que a ceifa chegue.
E daí vem a questão: o que fazer com as pessoas representadas pelo joio? Ora, já conjecturamos que a vontade de Jesus é convivamos juntos com essas pessoas e que não nos cabe “arrancá-las” de lugar algum, mas que ele mesmo dará essa ordem a seus anjos no momento certo.
Arrancar o joio antes da ceifa, significa arrancar também o trigo, pois as raízes de ambos estão entrelaçadas. Ou seja, a dureza de nosso coração natural pode nos levar a disciplinar exacerbadamente e com isso arrancar e jogar fora o trigo. Esta lição serve para todo aquele que exerce liderança sobre outros membros. Sejamos cautelosos!
Como dito, nossas raízes estão entrelaçadas com as do joio, e apesar de não sermos o joio, trabalhamos juntos, estudamos juntos, vivemos juntos, ou seja, nos relacionamos independentemente se dentro ou fora do ambiente eclesiástico. Para nós sempre haverá a esperança da conversão genuína operada pelo Espírito Santo no convencimento do pecador a respeito de seus pecados. Perceba que nessa “mistura”, os falsos crentes é que estão infiltrados. O mesmo não ocorre de forma contrária, ou seja, em que os verdadeiros crentes se disfarçam de impiedade e se misturem com os ímpios.
Que sejamos movidos sempre ao acolhimento dos perdidos, pois assim foi conosco. E que nunca sejamos pedra de tropeço a estes perdidos, julgando-os e condenando-os como se deus fôssemos. Precisamos aprender a conviver juntos, pois só Deus fará distinção da igreja genuína e da sinagoga de Satanás.
Finalmente, no tempo certo haverá a colheita, e de forma definitiva, o joio será separado do trigo e lançado ao fogo, enquanto que o trigo seguirá ao celeiro do senhor. O inferno é uma realidade e não deve ser desprezado no anúncio do evangelho, porém sua menção não pode ser maior e nem mais relevante que o brilho da boa nova que é o perdão de Deus, que foi possível apenas exclusivamente mediante o sacrifício expiatório de Jesus na cruz do Calvário.
Este mesmo Jesus é o semeador desta parábola que reconhece o joio em meio aos seus, mas dirá no grande dia a estes deliberados transgressores que se apartem dele, pois não os conhece, e por outro lado, aqueles representados pelo trigo nesta parábola, que foram diferenciados do joio por causa do seu fruto (lembrando que o fruto não são as obras, mas a obediência, sendo as obras meras consequências dessa obediência), assim dirá que sejam bem vindos e entrem no gozo do seu Senhor. Que sentença você ouvirá?
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