Um divino intercessor - Hb 7.25

Jesus, quem ele é?  •  Sermon  •  Submitted
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Introdução

Uma das doutrinas mais negligenciadas na igreja contemporânea é a intercessão celestial de Cristo.
Quando falamos sobre a intercessão de Cristo, falamos sobre o que Jesus está fazendo agora.
Houve uma retomada notável da glória do que Cristo fez no passado, em sua vida, morte e ressurreição para nos salvar.
Mas e o que ele está fazendo agora?
Para muitos, o nosso Jesus funcional não está fazendo muita coisa agora, para falar a verdade.
Tudo que precisamos para a salvação, podemos pensar, já foi feito.
Mas não é assim que o Novo Testamento apresenta a obra de Cristo.
Vamos passar um tempo considerando a intercessão celestial de Cristo, não só porque ela é negligenciada hoje, mas também porque faz parte da obra de Cristo que reflete singularmente o seu coração.
Para entender o que a intercessão é e como ela tem sido negligenciada, compare-a com a doutrina da justificação.
Muito foi escrito, pregado e ensinado sobre essa gloriosa doutrina nos últimos anos e isso é bom.
Ser justificado é ser declarado justo aos olhos de Deus, absolvido juridicamente na corte divina, com base inteiramente no que outra pessoa (Jesus) fez em nosso lugar.
Mas os nossos corações foram feitos de tal forma que constantemente decaímos de uma crença contínua nessa plena absolvição.
Este é o aspecto mais contraintuitivo do cristianismo: somos declarados justos diante de Deus não depois de apresentarmos boas obras, mas depois de chegarmos diante de Jesus em arrependimento e fé, reconhecendo que nunca nos salvaríamos por conta própria.
Entretanto, a justificação enfatiza mais o que Jesus fez no passado, enraizada principalmente na sua morte e ressurreição.
Romans 5:1 NAA
1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo,
Ele morreu e ressuscitou e, à medida que colocamos a nossa fé nele, somos justificados, pois ele morreu a morte que merecemos morrer.
Mas o que ele está fazendo agora?
Não precisamos especular. A Bíblia nos diz. Ele está intercedendo por nós.
A justificação está vinculada ao que Cristo fez no passado. A intercessão é o que ele está fazendo no presente.
Pense assim.
O coração de Cristo é uma realidade estável fluindo no decorrer do tempo.
Não é como se o seu coração transbordasse por seu povo enquanto ele estava na terra, mas se estancou agora que está no céu.
Não é como se o seu coração fluísse como um surto de misericórdia para o levar à cruz, mas agora esfriou, reduzindo-se a uma espécie de indiferença gentil.
O seu coração se atrai por seu povo hoje tanto quanto no seu estado de humilhação.
E a presente manifestação de seu coração por seu povo consiste na sua permanente intercessão por ele
O que é interceder?
Em termos gerais, interceder significa que um terceiro se coloca entre duas partes e argumenta em prol de uma na presença da outra.
Pense em um pai intercedendo por seu filho diante do professor, ou um técnico intercedendo a um time por seu atleta.
Então, o que a intercessão de Cristo significa?
Quem são as partes envolvidas?
De um lado, há Deus o Pai e, do outro, nós, os crentes.
Mas por que Jesus precisaria interceder por nós?
Afinal, nós não fomos completamente justificados?
O que Cristo ainda precisa pedir em nosso favor?
Ele já não fez tudo que precisamos para nos remir completamente?
Em outras palavras, será que a doutrina da intercessão celestial de Cristo quer dizer que faltou algo na obra expiatória na cruz?
Se podemos falar da obra completa de Cristo na cruz, então a doutrina da intercessão sugere que a cruz, na verdade, foi incompleta?
A resposta é que a intercessão aplica o que a expiação conquistou.
A intercessão celestial de Cristo no presente em nosso favor reflete a plenitude, vitória e completude de sua obra terrena, e não a sua falta.
A expiação alcançou a nossa salvação; a intercessão é a aplicação, momento a momento, dessa obra expiatória.
No passado, Jesus fez o que hoje ele intercede; hoje, ele clama sobre o que ele fez.
É por isso que o Novo Testamento liga justificação e intercessão em textos como
Romans 8:33–34 NAA
33 Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. 34 Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou melhor, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.
A intercessão é um "atualizar" constante da nossa justificação na corte celestial.
Indo mais fundo, a intercessão de Cristo reflete como o seu resgate é profundamente pessoal.
Se conhecêssemos apenas a morte e a ressurreição de Cristo, mas não a sua intercessão, seriamos tentados a ver a nossa salvação em termos excessivamente formais.
Pareceria bem mais mecânico do que é verdade diante de quem Cristo realmente é.
A sua intercessão por nós reflete o seu coração, o mesmo coração que o motivou a viver e a morrer por seu povo é o coração que hoje se manifesta em constante súplica, lembrando e persuadindo a seu Pai para que sempre sejamos bem-vindos.
Isso não significa que o Pai é relutante a nos receber ou que o Filho tem uma atitude mais amorosa para conosco do que Pai.
A obra expiatória do Filho foi um acordo prazeroso entre Pai e Filho na eternidade passada.
A intercessão do Filho não reflete a frieza do Pai, mas o absoluto afeto do Filho.
Cristo não intercede por nós em razão do coração do Pai ser duro para conosco, mas sim porque o coração do Filho transborda em nossa direção.
E o prazer mais profundo do Pai é dizer sim ao pedido do Filho em nosso favor.
A postura de Cristo nos céus não é de distanciamento, mas, a sua disposição, o seu desejo mais profundo é derramar o seu coração em nosso favor na presença do Pai.
A intercessão de Cristo é o seu coração conectando o nosso coração ao coração do Pai.
No texto que lemos.
A expressão totalmente vem do grego "panteles".
É uma palavra que denota completude, abrangência e um todo exaustivo.

A totalidade da obra salvadora de Cristo em Hb 7.25 significa que ele é capaz de salvar “para sempre” como também “completamente”; o termo possui ambas as nuanças.

O único outro lugar em que ela é usada no Novo Testamento é Lucas 13.11, que descreve uma mulher que não podia se endireitar "De modo nenhum", pois estivera encurvada por 18 anos.
O que significa dizer que Cristo pode salvar "totalmente"?
Quem conhece o próprio coração entende. Somos perfeitamente pecadores. Precisamos de um Salvador que nos redima perfeitamente.
Cristo não só nos ajuda. Ele nos salva.
Isso pode parecer óbvio para quem já caminha com o Senhor há um tempo.
É claro que Jesus nos salva. Mas pense em como o seu coração funciona.
Você vê dentro de si um sutil impulso incessante de tentar fortalecer a obra dele com as suas contribuições?
Tendemos a viver como se Hebreus 7.25 dissesse que Jesus "pode salvar quase totalmente os que por meio dele se chegam a Deus".
Mas a salvação que Cristo traz é "panteles", ela é completa.
Todos tendemos a possuir alguma pequena área da nossa vida em que temos dificuldade de acreditar que o perdão de Deus pode alcançar.
Podemos dizer que fomos totalmente perdoados. E nós acreditamos sinceramente que os nossos pecados foram perdoados.
Na sua maioria, pelo menos. Mas há uma parte tenebrosa lá no fundo da nossa vida, mesmo agora, que parece intratável, horrenda, irrecuperável.
"Totalmente" em Hebreus 7.25 significa: o toque perdoador, redentor e restaurador de Deus alcança as fendas mais tenebrosas de nossas almas, aqueles lugares de que mais nos envergonhamos, onde mais somos derrotados.
Mas pensa só: essas fendas de pecado são justamente os lugares onde Cristo mais nos ama. O seu coração vai para lá de livre e espontânea vontade.
Ele nos conhece perfeitamente e nos salva totalmente, porque o seu coração se atrai por nós totalmente.
Não podemos pecar e ultrapassar os limites de seu terno cuidado por nós.
Mas como saberemos?
O texto nos diz: ele "pode salvar totalmente os que por meio dele se chegam a Deus, pois vive sempre para interceder por eles".
A divina intercessão de Cristo é a razão de sabermos que ele irá nos salvar totalmente e eternamente.
Eis o que isso significa. Cristo nunca deixa de trazer sua vida, morte e ressurreição sacrificiais perante o seu Pai momento a momento.
Será que nós entendemos o que isso significa?
Observe o bendito realismo da Bíblia.
Temos aqui o reconhecimento expresso de que nós cristãos somos pecadores continuamente.
Cristo continua a interceder em nosso favor nos céus porque continuamos a fracassar aqui na terra.
Ele não nos perdoa por meio de sua obra na cruz e então espera que nos resolvamos com o resto.
Pense num planador, sustentado nos céus por um avião, prestes a ser solto para flutuar até o chão. Nós somos o planador. Cristo é o avião. Mas ele nunca nos solta. Ele nunca nos abandona, desejando uma boa viagem, com a esperança de que nos viremos para arranjar um caminho para o céu no restante da jornada. Ele nos carrega o tempo todo.
Uma forma de pensar na intercessão de Cristo, portanto, é simplesmente esta: Jesus ora por você ainda hoje.
No filme estrelado por Jim Carrey, o Todo-poderoso, em uma das cenas o personagem começa a ouvir vozes de milhares de pedidos de oração por todo o mundo.
Mas este texto diz que poderíamos muito bem pensar em uma cena de Jesus orando por nós diante do Pai.
Segundo o teólogo Louis Berkhof, "é um pensamento consolador saber que Cristo ora por nós, mesmo quando somos negligentes em nossa vida de oração".
A nossa vida de oração não cheira bem na maior parte do tempo.
Mas e se você soubesse que Jesus está orando por você na sala ao lado?
Poucas coisas nos acalmariam mais.
A doutrina da intercessão celestial de Cristo por nós costuma ser negligenciada. Isso é ruim, porque a sua verdade consoladora flui diretamente do coração de Cristo.
Enquanto a doutrina da expiação nos assegura do que Cristo já fez no passado, a doutrina da sua intercessão nos assegura do que ele está fazendo no presente.
Se você está em Cristo, você tem um divino intercessor, um mediador neste exato momento, que está comemorando alegremente com seu pai um motivo bom o suficiente para abraçá-lo no mais fundo de seu coração.
Richard Sibbes escreveu:
Que consolo é saber, na nossa ida diária ao Senhor, para nos dar ousadia em todos os nossos pedidos, que vamos a Deus em nome de ele quem ama, em quem ele se compraz, que temos um amigo em juízo, um amigo no céu por nós, que está à destra de Deus e se interpõe entre ele e nós, torna-nos aceitáveis em todos os nossos pedidos, que aromatiza as nossas orações e as torna aceitáveis [...] Portanto, traga em todos os seus pedidos a Deus o nome de Jesus Cristo [...] Deus olha para nós com amor nele e se compraz em nós, pois somos membros de Cristo.
O nosso pecado nos estraga completamente. Mas a sua salvação também nos alcança totalmente.
E o seu salvar sempre supera e ultrapassa o nosso pecar, porque ele sempre vive para interceder por nós.
SDG
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