Origem das tentações e dádivas divinas

Tiago  •  Sermon  •  Submitted
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Explanar sobre a origem do mal e sobre a imutabilidade de Deus e suas dádivas.

Notes
Transcript

A PERIGO SOMOS NÓS E A SALVAÇÃO É DEUS - Tg 1: 13-18

James 1:13–18 RA
Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Não vos enganeis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança. Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.

Introdução

Desde muito tempo o se discute a origem do mal e se Deus seria responsável pelo mesmo. Como poderia uma Deus bom, permitir a existência da maldade. É sobre isso que Tiago, de forma objetiva, trata no seu sermão. Qual a origem do mal? Deus tenta os seres humanos? Se não for Deus, que o faz? E como Deus age diante desse cenário?

A origem do Mal

Tentações não são enviadas por Deus

Tiago de uma forma clara e direta afirma aos irmãos que não atribuam a Deus a origem das suas tentações. Tiago está escrevendo a Judeus que tinham em seu imaginário religioso um ensino, que afirmava que Deus tinha colocado no homem duas inclinações, uma boa e uma ruim. Atribuindo assim, a origem da maldade humana ao próprio Deus. Não! Afirma o escritor da epístola. Deus não nos tenta. Deus nunca objetivou que precisássemos ceder ao mal para termos algum aprendizado. Nem o próprio Deus poderia ser tentando, pois não há possibilidade de haver espaço de qualquer nível de maldade em um Deus Santo, que criou a humanidade a sua imagem e semelhança, ou seja, com a mesma expectativa, que fôssemos santos e incorruptíveis. Tiago está desenvolvendo um tema que há a muito tempo fora tratado pelos clássicos filósofos. Em uma cultura helenizada e uma igreja bombardeada por ensinos gnósticos, onde era afirmado que a matéria era má em sua essência, que trazia confusão na mente dos novos cristãos que tentavam conciliar os ensinos Platônicos sobre ser a matéria ruim e eterna e o ensinos bíblicos de que Deus criou todas as coisas inclusive a matéria, desencadeava a confusão, resultado dessa equação simples, de que o mal existe pois foi criado por Deus, pois Deus é o criador de todas as coisas. A afirmação do texto sagrado nos faz entender que traduções anteriores, que trazem que Deus tentou alguém, como por exemplo a Abraão, Gn 22:1;
Genesis 22:1 RA
Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui!
transmitem a mensagem de prova ou teste, que objetivam não a queda, mas a confirmação da pureza e fidelidade daquele que é provado ou trazer a luz aquilo que está oculto no coração para que possa ser tratado. A tentação tem como finalidade derrubar o homem, macular o seu ser, afastá-lo da comunhão com o Criador, ou seja, não poderia jamais ser proveniente do Rei da glória, que nos ensinou que um reino divido não subsiste.

As tentações emanam da corrupção de nossa natureza

Romans 3:23 RA
pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,
Romans 1:19–20 RA
porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;
Somos corruptos e a origem do mal está em nós. O mal nos alcançou por que paramos e decidimos caminhar com ele. Por mais que haja uma ação externa de um tentador, ela só encontra efetividade devido a ter o espaço reservado para ela no interior dos seres humanos. Desde a queda, os nossos pais buscaram se eximir da responsabilidade dos seus atos transgressores. Adão jogou a culpa em Deus e em Eva, que por sua vez, transmitiu para a serpente. Gn 3: 11-13
Genesis 3:11–13 RA
Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi. Disse o Senhor Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.
O autor está convidando os leitores a reconhecerem as suas próprias culpas, não transferindo-as para ninguem.
A Escritura assevera que os réprobos são entregues às concupiscências depravadas; mas isso é assim porque o Senhor perverte ou corrompe seus corações? De modo algum; pois seus corações estão sujeitos às concupiscências depravadas, porquanto já são corruptos e viciosos. Mas, visto que Deus cega ou endurece, porventura ele se torna o autor ou ministro do mal? Não! Mas é desta maneira que ele pune os pecados dos ímpios e dá uma recompensa justa a quem porventura recusa deixar-se governar por seu Espírito [Rm 1.26]. Daí se segue que a origem do pecado não está em Deus, e não se pode imputar-lhe nenhuma culpa, como se ele tivesse prazer nos males [Gn 6.6].
João Calvino, Epístolas Gerais, ed. Tiago J. Santos Filho e Franklin Ferreira, trans. Valter Graciano Martins, Primeira Edição., Série Comentários Bíblicos (São José dos Campos, SP: Editora FIEL, 2015), 45.
Texto afirma que somos atraídos por nossa própria concupiscência.
CONCUPISCÊNCIA. Um desejo desordenado no qual os fins ou propósitos temporais ocupam o lugar dos eternos, e no qual as faculdades inferiores — em particular os sentidos e seus apetites — não estão sob o devido controle da razão. Mesmo que comumente se refiram às questões sexuais, a concupiscência na realidade tem maior alcance, pois se refere a todo apetite desordenado. Agostinho (354–430) explica que, em parte, é por meio da concupiscência que se exerce a consequência da queda*, afirmando que Adão e seus descendentes perderam o controle sobre os desejos desordenados da carne mediante o uso da razão. Segundo a teologia escolástica medieval, a própria concupiscência não é pecado, mas é antes a consequência do pecado* original — interpretação declarada oficial pelo Concílio de Trento (1545–63). A concupiscência oferece também a oportunidade para a virtude, que se alcança quando a mente e a vontade resistem aos impulsos da concupiscência. Mas a concupiscência é também ocasião para o pecado. Na teologia protestante, o pecado não é uma ação, mas uma condição e, portanto a presença da própria concupiscência é sinal de nossa condição pecaminosa e corrupta.
Justo González, ed. Juan Carlos Martinez, trans. Silvana Perrella Brito, Breve Dicionário de Teologia (São Paulo, SP: Hagnos, 2009), 69–70.
O Senhor Jesus nos ensinou que a impureza procede de nosso interior. Mt 15:11-18
Matthew 15:11–18 RA
não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem. Então, aproximando-se dele os discípulos, disseram: Sabes que os fariseus, ouvindo a tua palavra, se escandalizaram? Ele, porém, respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco. Então, lhe disse Pedro: Explica-nos a parábola. Jesus, porém, disse: Também vós não entendeis ainda? Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre e, depois, é lançado em lugar escuso? Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem.
Também nos alerta a observar os sinais que provem de nós. Mt 6:22-23
Matthew 6:22–23 RA
São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!
O autor da epistola vai dizer que a concupiscência irá conceber o pecado. Alertando aos ouvintes sobre o filho que estão gerando em seu ventre, ou seja, em seu ser, que quando nascido trará a morte. Tiago, não apenas indica que a origem do mal é o homem, mas que essa relação de maternidade, ou seja, há uma troca mútua, onde ser humano é a fonte de vida para aquilo que trará a sua morte. Não é só o fato do homem ser tentado, mas pior ainda, é que ele é fomentador desse mal, que atinge a todos a sua volta. Ele dá a luz a todo tipo de maldade. O escritor nos ensina e nos alerta, que falar sobre o homem, nos levará a óbvia conclusão que nós somos maus. O ser humano é aquele que afronta a Deus e a toda a sua criação. Rm 8: 19-23
Romans 8:19–23 RA
A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.

De Deus provém todo o bem (DEUS EXISTE E É BOM!)

Tiago nos exorta aos irmão a não se enganarem, sabendo que Deus é bom e perfeito e tudo que assim é, teve origem Nele. Essa verdade não apenas esclarece mas liberta, pois não estamos totalmente perdidos, sem esperança, pois o mal que está em nós e do qual somos existencialmente, não é a condição única para nós e nem original, pois nós viemos Dele, de onde tudo que é bom e perfeito provém. Gn 1:26-31
Genesis 1:26–31 (RA)
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento. E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez. Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.
Deus é o mesmo, afirma o autor, não mudou e nunca mudará. Não há uma mínima variação Nele. Todas as coisas criadas por Deus podem tem variações, sombras, alteradas pela o pecado e corrupção humana, mas Deus é o único que continua sendo o Eu Sou, que continua e continuará Sendo. Nós perdemos o rumo, mas o Tiago revela a igreja uma maravilhosa verdade, Deus continua no mesmo lugar, com o mesmo poder e a mesma glória. E se toda a boa dádiva e todo o dom perfeito desceu, e veio ao nosso encontro, só há uma explicação, É que o Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança, veio ao nosso encontro. Aleluia! Somos pecadores, concebemos o mal e nos afastamos de Deus, mas Ele não desisitiu de nós, pelo contrário, segundo o seu querer, nos gerou de novo, pela palavra da verdade para que fóssemos como que prmícias das suas criaturas. Deus nos renovou, nos fez nova criatura.
2 Corinthians 5:17 RA
E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.
É interessante que uma das muitas críticas feitas a Tiago é o fato dele mal citar Jesus em sua epístola, fato que parece ser injusto com o autor, pois toda a construção do sermão leva a Jesus. Cristo é a perfeita manifestação da bondade de Deus. Nele voltamos a ser primícias de Deus.
Romans 8:29 RA
Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
Deus restaura a suas criaturas em Cristo Jesus. Não importa a origem do mal, sua evidenciação ou seu estrago, o sangue de Jesus tem o poder de purificar a todo o pecador.
1 John 1:7–9 RA
Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
Tiago em seu escrito reforça o ensino do Apóstolo João, devemos reconhecer a nossa condição, porém não aceitá-la como imutável, o caminho de volta começa na humilhação do homem, transita no arrependimento do pecador e termina no perdão de Deus.

Aplicações para a nossa vida

Oremos para que não caiamos em tentação
Luke 11:4 RA
perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve; e não nos deixes cair em tentação.
Reconheçamos que somos maus e permitamos que o Espírito nos santifique.
Mark 2:17 RA
Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.
Hebrews 12:14 RA
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,
1 Timothy 1:15 RA
Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.
Cuidado com as Teologias que provovem a glória do homem
Romans 3:10–20 (RA)
como está escrito:
Não há justo, nem um sequer,
não há quem entenda, não há quem busque a Deus;
todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.
A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios,
a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura;
são os seus pés velozes para derramar sangue,
nos seus caminhos, há destruição e miséria;
desconheceram o caminho da paz.
Não há temor de Deus diante de seus olhos.
Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.
Louvemos a Deus por suas infinitas bondades.
Gosto da reflexão do Max Lucado sobre por que Deus fez as coisas como fez, ou seja, com cores, cheiros, sabores, etc. Não notaríamos a diferença. Ele fez por que Ele bom. Por que o nosso mal não é maior que a bondade do nosso criador.
Romans 5:20 RA
Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça,
Psalm 106:1 RA
Aleluia! Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre.
Não esqueçamos que o nosso mal, proveniente das nossas escolhas não atingiu somente a nós, o qual seria justo, mas, como fato que deva nos causar maior dor, nossos pecados crucificaram o Rei da Glória, o amado das nossas almas.
Isaiah 53:4–5 RA
Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
2 Corinthians 5:14 RA
Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram.
Luke 23:40–43 RA
Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
O Senhor veio buscar e salvar o que se havia perdido.
John 10:10 RA
O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.
Philippians 3:12–14 RA
Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Que seja o nosso canto: Eu quero ser senhor amado, como uma vaso nas mãos do oleiro, quebra minha vida e faze-as de novo. Eu quero ser um vaso novo.
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