Manso e Humilde - Mt 11.28-29

Jesus, quem ele é?  •  Sermon  •  Submitted
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O coração de Jesus para quem peca e quem sofre

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Introdução

Quem é Jesus? Quem é ele, de verdade?
O que acende dentro dele imediatamente quando ele olha para quem peca e quem sofre?
Uma esposa pode falar muito sobre o marido, sua altura, a cor de seus olhos, seus hábitos alimentares, sua formação, seu emprego, sua habilidade nas tarefas domésticas, seu melhor amigo, seu time de futebol.
Mas o que ela pode dizer sobre aquele olhar apaixonado de olhos brilhantes ao jantarem no seu restaurante favorito?
Aquele abraço de proteção amorosa dele num instante de fragilidade que valeu mais do que mil palavras?
Em resumo, como ela pode comunicar para outra pessoa o que está no coração do seu marido?
Uma coisa é descrever a fala, o comportamento e a aparência do seu marido. É outra coisa, bem mais profunda e real, é descrever o coração dele.
É o mesmo com Cristo.
Uma coisa é saber as doutrinas da encarnação, da expiação e centenas de outras doutrinas vitais.
Outra coisa, bem mais reveladora, é saber sobre o que está no coração dele por você.
Quem é ele? Esta série é sobre o coração de Cristo.
Esta série é para os decepcionados, os frustrados, os cansados, os desiludidos.
É para quem está por um fio. É para quem a vida cristã é como subir uma escada rolante em sentido contrário.
É para tratar aquela crescente suspeita de que Deus já está perdendo a paciência conosco.
É para quem sabe que Deus o ama, mas suspeita que ele esteja decepcionado.
É para quem está convencido de que diminuiu permanentemente sua utilidade para o Senhor. É para quem jse sente paralisado.
Então, vamos simplesmente perguntar o que a Bíblia diz sobre o coração de Cristo e considerar a glória do seu coração para os altos e baixos de nossa vida.
A questão principal é: quem ele é?
Uma coisa é perguntar o que Cristo fez. E os evangelhos nos mostram isso, há muitos livros bons sobre isso. O nosso foco não está no que Cristo fez.
Estamos considerando quem ele é.
As duas questões estão interligadas e, na verdade, são interdependentes. Mas elas são distintas.
O evangelho nos oferece não apenas exoneração da Lei - indiscutivelmente, isto é uma preciosa verdade!
Mas o evangelho também nos arrebata para dentro do coração do próprio Cristo.
Você pode saber que Cristo morreu e ressuscitou por você para limpá-lo de todo pecado mas você sabe como ele, do fundo do coração, é por você?
Você vive com uma consciência não só dobra expiatória dele pela sua pecaminosidade, mas também do coração dele que anseia por você, mesmo em meio a sua pecaminosidade?

O seu próprio coração

Matthew 11:29 NAA
29 Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma.
Nos quatro Evangelhos recebidos por nós, Mateus, Marcos, Lucas e João - 89 capítulos do texto bíblico, só há um lugar em que Jesus fala sobre o seu coração.
Lemos muito nos quatro Evangelhos sobre o ensinamento de Cristo.
Aprendemos sobre o seu nascimento, ministério e seus discípulos.
Ficamos sabendo de suas viagens e seus hábitos de oração. Encontramos discursos longos e repetidas objeções de seus ouvintes, levando a mais ensino.
Lemos sobre a forma como ele entendia estar cumprindo todo o Antigo Testamento.
E lemos sobre sua prisão injusta, sua morte vergonhosa e sua surpreendente ressurreição.
Mas em apenas um lugar, talvez as palavras mais poderosas jamais pronunciadas por lábios humanos, ouvimos o próprio Jesus abrir o seu próprio coração para nós:
Matthew 11:28–30 NAA
28 — Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei. 29 Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma. 30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
No único lugar da Bíblia em que o Filho de Deus nos leva para trás dos bastidores e nos permite ver o cerne de quem ele é, não lemos que ele é "sisudo e exigente de coração".
Não lemos que ele é "exaltado e digno de coração".
Nem mesmo que ele é "alegre e generoso de coração".
Nos próprios termos de Jesus, a sua alegação surpreendente é que ele é "manso e humilde de coração".
Para deixar claro de início, quando a Bíblia fala do coração, quer no Antigo ou Novo Testamento, não trata da nossa vida emocional apenas, mas do centro vibrante de tudo que fazemos.
É o que nos tira da cama pela manhã. É o quartel-general da nossa motivação. Em termos bíblicos, o coração não é parte de quem nós somos, mas o centro de quem nós somos.
É por isso que Salomão nos diz:
Proverbs 4:23 NAA
23 De tudo o que se deve guardar, guarde bem o seu coração, porque dele procedem as fontes da vida.
O coração motiva tudo que fazemos. E o que nós somos.
Quando Jesus nos conta o que o motiva lá no fundo, o que é mais verdadeiro sobre ele quando ele expõe os recantos mais íntimos do seu ser, o que encontramos é isto: manso e humilde.
Quem poderia inventar um Salvador desses?

i. "Sou manso..."

A palavra grega traduzida como "manso" aqui ocorre três outras vezes no Novo Testamento:
Na primeira bem-aventurança, "os mansos herdarão a terra" (Mt 5.5); na profecia, em Mateus 21.5 (citando Zc 9.9), Jesus é o rei que "vem a ti, bumilde e montado num jumento, num jumentinho".
E no encorajamento de Pedro a esposas para cultivarem antes de tudo "o íntimo do coração, com um espírito gentil e tranquilo, que não perece e tem muito valor diante de Deus" (1Pe 3.4).
Manso. Humilde. Gentil. Jesus não é esquentadinho. Não é duro, reacionário, facilmente irritável.
Ele é a pessoa mais compreensiva do universo. A postura mais natural para ele não é um dedo apontado, mas braços abertos.

ii. "... e humilde..."

O sentido da palavra "humilde" se sobrepõe ao de "manso", revelando juntas uma realidade singular sobre o coração de Jesus.
A palavra humilde por todo o Novo Testamento, se refere não à humildade enquanto virtude, mas à humildade no sentido de privação ou de ser rebaixado pelas circunstâncias de vida.
Jesus quer deixar claro àqueles que o buscam, que ele é acessível.
Com toda sua glória resplandecente e santidade atordoante, sua suprema singularidade, ninguém na história humana foi mais abordável que Jesus Cristo.
Sem pré-requisitos. Sem obstáculos.
Benjamin Warfield, ao comentar este texto, escreveu:
"Não houve impressão mais profunda na consciência de seus discípulos durante sua manifestação terrena que a nobre humildade de seu temperamento."
O requisito mínimo para entrar no abraço de Jesus é simples: abra-se para ele.
É tudo que ele precisa. Na verdade, é a única coisa com que ele trabalha.
O texto que lemos, nos fala explicitamente de quem se qualifica para a comunhão de Jesus:
Matthew 11:28 NAA
28 — Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei.
Você não precisa descansar e se recompor e só depois vir a Jesus.
O seu próprio fardo , o seu cansaço e pecados, é o que lhe qualifica para vir.
Sem pagamentos na entrada; ele já diz: "vocês acharão descanso".
O descanso dele é um presente, não uma transação.
Quer você esteja trabalhando duro para aparar as pontas da sua vida ("cansados"), quer se encontre passivamente oprimido por algo fora do seu controle ("sobrecarregados").
O desejo de Jesus Cristo de que você encontre descanso é maior do que o seu desejo de aparecer diante dele, correto, limpo e aceitável.
Ele é Manso e humilde.
De acordo com o testemunho dele mesmo, isso resume o próprio coração de Cristo.
Ele é assim. Terno. Aberto. Acolhedor. Prestativo. Compreensivo. Disposto.
Se tivéssemos de dizer quem Jesus é numa única frase, honraríamos o ensino do próprio Jesus caso respondêssemos: manso e humilde
Se Jesus tivesse um instagram, a declaração mais proeminente na sua BIO seria: MANSO E HUMILDE DE CORAÇÃO.
Mas, ele não é assim com todo mundo, indiscriminadamente.
Ele é assim para quem vai a ele, toma o seu jugo, implora por sua ajuda.
Os versículos antes dessas palavras descreve como Jesus trata os impenitentes:
Matthew 11:21–24 NAA
21 — Ai de você, Corazim! Ai de você, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que foram feitos em vocês, há muito que elas teriam se arrependido com pano de saco e cinza. 22 Mas eu digo a vocês que, no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vocês. 23 — E você, Cafarnaum, pensa que será elevada até o céu? Será jogada no inferno! Porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que foram feitos em você, ela teria permanecido até o dia de hoje. 24 Mas eu digo a vocês que, no Dia do Juízo, haverá menos rigor para a terra de Sodoma do que para você.
"Manso e humilde" não quer dizer "mole e hesitante".
Entretanto, para o pecador arrependido, o seu coração de abraço gentil nunca é superado por nossos pecados, inseguranças, dúvidas, ansiedades e falhas.
Pois a mansidão humilde não é uma das formas como Jesus ocasionalmente se comporta conosco.
A mansidão é o que ele é em seu coração.
Ele não pode deixar de ser manso para com os que o buscam.
Toda a paz, descanso e cuidado que precisamos flui da comunhão com o Cristo vivo, cuja realidade transcendente e definitiva é: mansa e humilde.
Ele nos surpreende e nos sustenta com sua infinita bondade.
Apenas quando vamos mais fundo nessa gentileza afetuosa é que podemos viver a vida cristã como o Novo Testamento exige de nós.
Apenas quando nos enchermos da ternura do coração de Cristo poderemos exalar, onde quer que estivermos, o aroma do céu, e as marcas de quem vive e conhece o coração de Jesus.
Toda a noção de gentileza está bem aqui nessa passagem.
A palavra "suave", na expressão "Meu jugo é suave", precisa ser entendida com cuidado.
Jesus não está dizendo que a vida será livre de dor e dificuldades.
O jugo é a trave pesada posta sobre o gado para que ele carregue o equipamento agrícola pelo campo.
Jesus está usando uma espécie de ironia, dizendo que o jugo posto sobre os discípulos não é um jugo, pois é um jugo de gentileza.
Quem poderia resistir a isso.
É como dizer a um homem que está se afogando que ele deve pôr sobre os ombros o fardo de uma boia salva-vidas, e ouvir de volta ele dizendo: "De jeito nenhum! Eu não! Já está difícil demais aqui, me afogando nessas águas revoltas. A última coisa de que eu preciso é uma boia nas minhas costas!".
É assim que todos nós somos, confessando Cristo com nossos lábios, mas na maior parte do tempo evitando um relacionamento profundo com ele, por causa de um entendimento errôneo de seu coração.
O jugo dele é suave e o fardo dele é leve.
Isto é, o seu jugo não é jugo e o seu fardo não é fardo.
Assim como o gás hélio carrega um balão, o jugo de Jesus faz com que seus seguidores flutuem pela vida com sua mansidão sem fim e sua humildade supremamente acessível.
Ele nunca se cansa de nos arrebatar para seu terno abraço. É o próprio coração dele que nos atrai ao seu cuidado amoroso.
Mas, muitas vezes não é assim que pensamos intuitivamente sobre Jesus Cristo.
Refletindo sobre essa passagem em Mateus 11, o velho pastor inglês Thomas Goodwin nos ajuda a adentrar no que Jesus realmente está dizendo:
Os homens podem ter ideias contrárias acerca de Cristo, mas ele lhes diz de sua disposição aqui, prevenindo pensamentos errados demais sobre ele, a fim de atraí-los melhor a si. Tendemos a pensar que ele, de tão santo, é portanto, severo e indisposto contra pecadores, e incapaz de aguentá-los. "Não", diz ele, "sou manso; a gentileza é a minha natureza e o meu temperamento.
Projetamos em Jesus os nossos instintos distorcidos sobre como o mundo funciona.
Em nossa cultura diz a regra que, quanto mais rica uma pessoa, mais fácil será para ela desprezar os pobres.
Quanto mais bonita for a pessoa, mais disposta ela será a rejeitar o feio.
E, sem perceber o que estamos fazendo, assumimos que alguém tão elevado e exaltado como Jesus teria uma dificuldade correspondente de atrair os desprezíveis e os impuros como nós.
Muito vezes até pensamos que Jesus se aproxima de nós, mas ele vem com o nariz tampado.
Esse Cristo ressurreto, afinal, é aquele a quem "Deus exaltou sobremaneira", aquele diante de quem todo joelho dobrará em submissão (Fp 2.9-11).
É ele quem tem olhos "como uma chama de fogo", cuja voz "como a voz de muitas águas", que tem uma "espada afiada de dois gumes" saindo de sua boca e cujo rosto brilha "como o sol no seu fulgor" (Ap 1.14-16).
Em outras palavras, ele é tão brilhante que seu resplendor não pode ser adequadamente capturado por palavras, tão magnífico que toda linguagem morre perante o seu esplendor.
E ele cujo coração, lá no fundo, mais do que qualquer outra coisa, é manso e humilde.
Podemos entender e descansar que mesmo Jesus sendo o eterno Rei que governa sobre um alto e sublime trono, ele não se enoja ao alcançar e tocar pecadores imundos e sofredores esmorecidos.
Tal abraço é justamente o que ele ama fazer. Ele não consegue aguentar.
Nós naturalmente pensamos que Jesus nos toca assim como um menininho encosta numa lesma pela primeira vez rosto retorcido, cautelosamente estendendo a mão, gemendo de nojo ao toque e tirando a mão depressa.
É por isso que precisamos conhecer Jesus a partir da Bíblia.
A nossa intuição natural somente nos dá um Deus como nós.
O Deus revelado na Escritura desconstrói as nossas impressões errados sobre Jesus.
E nos impressiona com aquele cuja infinidade de perfeições só se compara à infinitude de sua mansidão.
De fato, as suas perfeições incluem a sua perfeita mansidão. Ele é assim. Esse é o próprio coração dele. Foi Jesus quem disse.
Matthew 11:28–30 NAA
28 — Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei. 29 Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma. 30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
Essa reflexão é para nós nessa manhã um convite a vir a Jesus, exatamente como estamos.
Seja como for, quebrados, decepcionados, tristes com Deus, desapontados, cansados do peso do pecado.
Desiludido da vida e das pessoas.
Se você experimentar hoje o coração de Jesus manso e humilde, imediatamente, por meio da fé, você desfrutará de descanso para sua alma.
O convite de Jesus é para termos um compromisso com Jesus de aprender dele, caminhar com Ele, viver para ele, e descansar nele, pois nele encontramos descanso, perdão, vida, salvação e um futuro glorioso em sua presença.
SDG
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