A glória de Deus não repousa na beleza, mas na obediência

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Tema: A glória de Deus não repousa na beleza, mas na obediência
Série: Sermões Expositivos – Sermão baseado no livro do Hernandes Dias Lopes
Texto base: Ageu 2:1-9
Ageu 2:1-9: 1 NO sétimo mês, ao vigésimo primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR por intermédio do profeta Ageu, dizendo: 2 Fala agora a Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e ao restante do povo, dizendo: 3 Quem há entre vós que, tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora? Não é esta como nada diante dos vossos olhos, comparada com aquela? 4 Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o SENHOR, e esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e esforça-te, todo o povo da terra, diz o SENHOR, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o SENHOR dos Exércitos. 5 Segundo a palavra da aliança que fiz convosco, quando saístes do Egito, o meu Espírito permanece no meio de vós; não temais. 6 Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, farei tremer os céus e a terra, o mar e a terra seca; 7 E farei tremer todas as nações, e virão coisas preciosas de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o SENHOR dos Exércitos. 8 Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o SENHOR dos Exércitos. 9 A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos.

1. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização histórica

Destruição de Jerusalém pelos babilônios em 586/7 a.C. e subsequente exílio, o retorno à terra ocorreu em várias etapas.
Os babilônios foram derrotados pelo Império Persa em 539 a.C., liderados por Ciro “O Grande”.
Ciro emitiu um decreto no primeiro ano de seu reinado, permitindo que os judeus retornassem à sua terra em ±538 a.C. (2Cr 36:22–23; Es 1:1–4).
A restauração do templo começou no ano seguinte (Es 3: 8).
Em 536, lançaram os fundamentos (alicerce) (Esd 3:10)
Em 535 a obra ficou embargada por +-16 anos, por decreto do Rei Artaxerxes (Ed4:21-24).
Em 520, por Decreto do rei Dario, as obras retornaram (Ed 6:11-12)
A obra foi concluída em 516/515 A.C. (Es 5:13–17). A obra da restauração durou 20 anos.
Esdras chegou a Jerusalém em 458/457 A.C. após o edito de Artaxerxes no sétimo ano do seu reinado (Es 7:1–10).
Neemias chegou em 445/444 A.C., após o edito do 20º ano do reinado de Artaxerxes (Ne 1:1; 2:1). Ele serviu como governador em Judá por 12 anos (Ne 5:14) e supervisionou a restauração dos muros de Jerusalém.
Cilindros de fundação de argila eram frequentemente colocados dentro das paredes dos edifícios para preservar um registro das realizações de um rei. Este cilindro narra a conquista da Babilônia em 539 aC e confirma o decreto dado por Ciro, rei da Pérsia, permitindo que os exilados voltassem para suas casas a fim de reconstruir seus templos (Esdras 6: 3-5)

1.2. Contextualização bíblica

Tal como ocorre no verso (1.1), este identifica a data, o profeta e a mensagem. A data da mensagem foi 21 de tisri / etanim(17 de outubro) de 520 A. C, quase um mês depois que o povo havia REiniciadoa construção do templo (Ageu 1.15).
Nesse período, o progresso da reconstrução foi lento, sem dúvida por causa dos escombros que tiveram de ser limpos e jazeram ali pelo período de 60 anos.
A segunda mensagem transmitida pelo profeta ocorreu após um lapso de aproximadamente um mês. Pelo visto, os trabalhos estavam atrasados. A ocasião do discurso se dera, como na primeira vez, numa reunião pública. A data era o último dia da Festa dos Tabernáculos (Lv 23.33-36,39-43).
O motivo para a redução da velocidade dos trabalhos era que o santuário tomara forma suficiente para as pessoas o compararem com o Templo de Salomão, ao demonstrar uma diferença desanimadora.
Enquanto a primeira mensagem visava sacudir o povo de sua letargia espiritual, a segunda buscava protegê-lo do desânimo que certamente viria quando começassem a considerar as realidades do presente em comparação com as lembranças do passado. A condição empobrecida de Judá no século 5 a.C. nunca poderia produzir o mesmo edifício magnífico que o Israel do século 10 erigira nos dias opulentos de Salomão.
Era vital que o povo se conscientizasse de que o aspecto mais importante do templo não era a riqueza, mas a presença de Deus por meio do Seu Espírito (2.4,5). Dessa verdade, eles tirariam força (cf. a tríplice exortação חֲזַק [ḥăzaq], “Esforça-te”, literalmente “Sê forte!”) para a tarefa a ser enfrentada.
Israel foi, portanto, instruído a valorizar seu templo não por sua aparência externa, mas pelo que ele significava para o plano eterno de Deus de substituir os reinos humanos rebeldes pelo Seu reino de glória e paz. No templo, Ele daria a paz, a qual veio na pessoa de Jesus Cristo (cf. Ef 2.14–18).
Foi para combater tal desânimo que o profeta se manifestou. "A nova palavra de Ageu é de mero incentivo. A consciência dos judeus fora atiçada pelo primeiro discurso, mas agora precisavam de esperança"
Quando os alicerces do templo haviam sido lançados dezesseis anos antes, alguns dos homens mais velhos olharam para trás com tristeza ao lembrar-se da glória e da beleza do templo de Salomão (Ed 3:8-13). É possível que Ageu fizesse parte da geração mais velha e que tivesse visto o templo antes de ser destruído, mas certamente não chorou como os outros de sua idade. Alegrou-se porque a obra havia começado, e era seu desejo vê-la completa.
A reconstrução do templo era pré-requisito para o advento da era messiânica. Ageu deixou isto implícito (2.6–9), e Malaquias proclamou que o Senhor viria de repente para o seu templo (Ml 3.1). O templo era um símbolo da continuidade entre presente e passado. Jesus disse que seu corpo era o templo (Mc 14.58; Jo 2.19), o qual, por sua vez, seria destruído.

2. O POVO DESANIMA AO COMPARAR OS TEMPLOS (VV. 1-3).

Ageu 2:1-3: 1 NO sétimo mês, ao vigésimo primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR por intermédio do profeta Ageu, dizendo: 2 Fala agora a Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e ao restante do povo, dizendo: 3 Quem há entre vós que, tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora? Não é esta como nada diante dos vossos olhos, comparada com aquela?

2.1. Uma data especial (1-2)

1 NO sétimo mês, ao vigésimo primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR por intermédio do profeta Ageu, dizendo: 2 Fala agora a Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e ao restante do povo, dizendo:
Em vez de ignorar o problema do desânimo que certamente surgiria quando o povo comparasse os dois templos, o profeta encarou-o de frente. Escolheu um dia importante para transmitir sua mensagem: 17 de outubro, o último dia da Festa dos Tabernáculos. Essa festa era dedicada a louvar a Deus pelas colheitas e a lembrar os dias de peregrinação de Israel no deserto. Eles faziam tendas e habitavam nelas por uma semana. (Lv 23:34-43).
Contudo, o mais importante sobre essa data era o fato de ter sido durante a Festa dos Tabernáculos que o rei Salomão havia consagrado o primeiro templo e Ageu queria que o povo pensasse nisso (1 Rs 8:2):”De maneira que todos os homens de Israel se reuniram com o rei Salomão, na ocasião da festa, no mês de etanim, que é o sétimo mês. (ALM21)”
O edifício restaurado não tinha nada do resplendor do templo de Salomão, mas ainda assim era a casa do Senhor construída de acordo com seu plano e para a sua glória. O mesmo ministério seria realizado em seus altares e a mesma adoração seria oferecida ao Senhor.

2.2. Contraste desanimador (3)

3 Quem há entre vós que, tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora? Não é esta como nada diante dos vossos olhos, comparada com aquela?
A construção do segundo templo produziu nos construtores sentimentos diferentes e até contraditórios. Aqueles que conheceram a magnificência do templo salomônico choravam ao se lembrar das glórias do templo passado e da singeleza do templo presente (Ed 3.8-13).
Esdras 3:8-13 (ARA) 8 No segundo ano da sua vinda à Casa de Deus, em Jerusalém, no segundo mês, Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jozadaque, e os outros seus irmãos, sacerdotes e levitas, e todos os que vieram do cativeiro a Jerusalém começaram a obra da Casa do SENHOR e constituíram levitas da idade de vinte anos para cima, para a superintenderem. 9 Então, se apresentaram Jesua com seus filhos e seus irmãos, Cadmiel e seus filhos, os filhos de Judá, para juntamente vigiarem os que faziam a obra na Casa de Deus, bem como os filhos de Henadade, seus filhos e seus irmãos, os levitas. 10 Quando os edificadores lançaram os alicerces do templo do SENHOR, apresentaram-se os sacerdotes, paramentados e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com címbalos, para louvarem o SENHOR, segundo as determinações de Davi, rei de Israel. 11 Cantavam alternadamente, louvando e rendendo graças ao SENHOR, com estas palavras: Ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com altas vozes, louvando ao SENHOR por se terem lançado os alicerces da sua casa. 12 Porém muitos dos sacerdotes, e levitas, e cabeças de famílias, já idosos, que viram a primeira casa, choraram em alta voz quando à sua vista foram lançados os alicerces desta casa; muitos, no entanto, levantaram as vozes com gritos de alegria. 13 De maneira que não se podiam discernir as vozes de alegria das vozes do choro do povo; pois o povo jubilava com tão grandes gritos, que as vozes se ouviam de mui longe.
A diferença entre os dois templos era enorme. O esplendor externo do segundo templo era muito menor do que o do primeiro.
O primeiro templo foi sustentado pelo Estado
O segundo é construído por lavradores empobrecidos
O primeiro era protegido como santuário real
O segundo templo é construído numa cidade sem muro
O primeiro foi construído com madeiras nobres, muito ouro e pedras preciosas
O segundo templo foi construído em meio a escombros e com doações

2.3. Nota histórica

Além da riqueza das esculturas no primeiro templo, tudo que lhe era pertinente era revestido de ouro. Salomão revestiu o altar inteiro dentro do oráculo, os dois querubins, o chão da casa, as portas do Santo dos Santos e seus ornamentos; os entalhes de querubins e palmeiras, cobriu de ouro amoldado na madeira entalhada; o altar de ouro e a mesa de ouro, sobre o qual ficava o pão da proposição; os dez candelabros de puro ouro, com as flores, as lâmpadas e os tenazes de ouro; as taças, os espevitadores, as bacias, as colheres e os incensários de puro ouro, e as dobradiças de puro ouro para todas as portas do templo. A varanda que ficava em frente da casa, de 20 côvados de largura por 120 de altura, foi revestida de ouro puro por dentro; a casa brilhava com pedras preciosas [...]. Foram empregados 600 talentos de ouro (34 * 600 = 20 toneladas) para revestir o Santo dos Santos. As câmaras superiores também eram de ouro, o peso dos pregos era de 50 ciclos de ouro
Os jovens, que não conheceram o templo de Salomão, alegravam-se com intenso júbilo diante da obra que estava surgindo, pois para eles, era a primeira vez que viam o local onde Deus iria se manifestar, estavam experimentando seu primeiro amor.
Por outro lado, os mais velhos (os crentes velhos, aqueles que haviam nascido em lar judeu), choravam pela aparência do segundo templo.
A glória do templo não dependeria de sua forma externa. Ao contrário, a glória é vista na própria presença de Iavé. Assim, a mensagem do profeta é que a aparência da estrutura não diminui a glória do templo, pois o próprio Jesus Cristo encheria o templo com sua glória futuramente.

2.3.1. Aplicação para a hoje

Hoje podemos fazer uma aplicação desse ensino nas duas dimensões de templo que temos, o templo físico, e nosso corpo.
O TEMPLO FÍSICO
Muitas pessoas ainda pensam que a aparência exterior é mais importante que a interior, gastam mais tempo na aparência que no conteúdo.
Isto pode ser percebido nas construções dos templos físicos modernos. Grandes construções, luxuosas, pomposas, ostentando bancos confortáveis, sistema de refrigeração, e tudo o que há de mais moderno no mercado da construção civil. Todavia, não gastam o mesmo tempo no ensino e preparo de seus pastores, líderes e membros. Não tem nenhum conteúdo bíblico, não há palavra, não há ensino. Uma igreja totalmente negligente no ensino das santas escrituras, não tem Jesus Cristo como centro de sua pregação, é uma igreja morta nos seus delitos e pecados. Tais igrejas atraem multidões apenas pela beleza exterior, conforto e entretenimento que são oferecidos aos membros, mas continuam todos mortos em seus delitos e pecados, como um vale de ossos secos.
A carta de Jesus à igreja de Laodiceia fala dessas igrejas ricas, belas e opulentas, mas totalmente mortas, vejamos:
Apocalipse 3:15-18 (ACF2007) (3:15) Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! (3:16) Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. (3:17) Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; (3:18) Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.
NOSSO CORPO COMO TEMPLO
Mas também há quem viva essa prática do belo exterior em seus corpos, que a bíblia chama de casa de Deus. 1 Coríntios 6:19 “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?”
Isso mesmo, cada um que nasceu de novo, se torna um templo onde o próprio Deus passa a habitar.
Muitos gastam dinheiro, tempo, energia, somente para tentar, de alguma forma, retardar o envelhecimento, as rugas, empregam esforços apenas para adornar a aparência externa de seu templo pessoal. Mas Deus não habita na aparência externa, Deus habita no interior de cada um. Melhor seria se cada crente, despendesse seu dinheiro, tempo, energia para estudar a palavra de Deus, conhecer mais o Deus criador de todas as coisas, se relacionar melhor e de forma correta com Jesus Cristo.
Oseias 4:6:O meu povo está sendo destruído porque lhe falta conhecimento. Porque rejeitaste o conhecimento, eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, eu me esquecerei de teus filhos.
O povo judeu que havia retornado estava passando por esta situação. Um grupo estava alegre, e outro triste, mas ambos os grupos estavam tristes ou alegres pelos motivos errados. Eles criam que a presença de Deus dependia da aparência externa do templo. Mas Deus fala ao povo de forma bastante clara, a presença de Deus não depende da aparência externa, mas da obediência interna.
Eis o porquê do tema: “A glória de Deus não repousa na beleza, mas na obediência”
A maior prova disso, é que o próprio Deus encarnado, quando veio ao mundo, nasceu em uma manjedoura. Que beleza há numa manjedoura? Na manjedoura de Belém, não havia nenhuma beleza física, mas ali se encontrava a maior prova de obediência que o munda já presenciou, a obediência do Deus filho, se esvaziando-se de sua gloria, para se tornar um de nós.
Deus não importa com sua aparência exterior, se em ti não há obediência interior

3. DEUS CHAMA AO TRABALHO: ESFORÇA-TE (VV. 4-9).

4 Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o SENHOR, e esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e esforça-te, todo o povo da terra, diz o SENHOR, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o SENHOR dos Exércitos.
Ageu não negou que o novo templo era "como nada" comparado com o templo que Salomão havia construído, mas isso não era importante. O que importava era que se tratava de uma obra de Deus, e o povo podia contar com o Senhor para ajudá-los a conclui-la.
A mensagem de Ageu para o governador, o sumo sacerdote e o povo que estava trabalhando na construção foi: "Sê forte!", e essas duas palavras seriam muito importantes para ele.
Durante a Festa dos Tabernáculos, o Livro de Deuteronômio era lido para os judeus (Dt 31:9-13), de modo que ouviram e se lembraram das três vezes que Moisés disse a Josué e ao povo para serem fortes(Dt 31:6, 7, 23).
Deuteronômio 31:6-7: 6 Esforçai-vos, e animai-vos; não temais, nem vos espanteis diante deles; porque o SENHOR teu Deus é o que vai contigo; não te deixará nem te desamparará. 7 E chamou Moisés a Josué, e lhe disse aos olhos de todo o Israel: Esforça-te e anima-te; porque com este povo entrarás na terra que o SENHOR jurou a teus pais lhes dar; e tu os farás herdá-la. 23:E ordenou a Josué, filho de Num, e disse: Esforça-te e anima-te; porque tu introduzirás os filhos de Israel na terra que lhes jurei; e eu serei contigo.
Sem dúvida, também se lembraram de que o Senhor disse a Josué em três ocasiões para ser forte (Js 1:6, 7, 9) e de que, quando o rei Davi incumbiu Salomão da tarefa de construir o primeiro templo, em três ocasiões disse a seu filho para ser forte (1 Cr 22:13; 28:10, 20).
Portanto, o uso da expressão "Sê forte" era muito útil ao povo, não era somente uma palavra de um coaching, de motivação, não era uma expressão vazia, mas sim parte importante da própria história do povo judeu.

3.1. A razão para se esforçar

4 Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o SENHOR, e esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e esforça-te, todo o povo da terra, diz o SENHOR, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o SENHOR dos Exércitos.
Uma coisa é dizer às pessoas para serem fortes e para trabalharem; outra é dar-lhes um fundamento sólido para essas palavras. Ageu disse aos judeus por que deveriam ser fortes e trabalhar, pois o Senhor estava com eles(Ag 2:4; ver 1:13).
Sem a presença de Deus, não podemos caminhar pelo deserto rumo à terra prometida. Sem a presença de Deus, não podemos triunfar sobre os inimigos. Sem a presença de Deus, tropeçaremos em nossas próprias pernas. Nada podemos fazer sem Jesus.
A promessa da presença de Deus foi um estímulo para Josué (Js 1:5, 9; 3:7) e para Salomão (1 Cr 28:20). Os cristãos de hoje podem se apropriar da mesma promessa ao servir ao Senhor. "Porque ele [o Senhor] tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei'' (Hb 13:5; ver Dt 31:6, 8).

4. A RAZÃO PARA O ESFORÇO: DEUS TEM UMA ALIANÇA COM SEU POVO (V. 5).

5 Segundo a palavra da aliança que fiz convosco, quando saístes do Egito, o meu Espírito permanece no meio de vós; não temais.
A primeira coisa que devemos entender de forma bastante clara, é que Deus é quem faz aliança com seu povo, e não o contrário. É Deus que sai ao encontro do povo para se aliançar com ele. Esse povo teimoso, rebelde, idolatra não tem condições de cumprir nenhuma condição para se aliançar com Deus, mas Deus, nas sua infinita graça e misericórdia, resolver abençoar esse povo.
A promessa da presença de Deus com seu povo é garantida por sua Palavra imutável (v. 5). Quando o tabernáculo foi consagrado por Moisés, a presença de Deus mudou para lá.
Êxodo 40:34 Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo;
O Senhor havia prometido habitar no meio de seu povo.
"E habitarei no meio dos filhos de Israel e serei o seu Deus. E saberão que eu sou o Senhor, seu Deus, que os tirou da terra do Egito, para habitar no meio deles" (Êx 29:45, 46).
O mesmo Espírito Santo que capacitou Moisés e os anciãos para liderarem o povo (Nm 11:16, 17, 25; Is 63:11) também capacitaria os judeus para que terminassem a construção do templo.
O profeta Zacarias, que ministrou com Ageu, também enfatizou a importância de se confiar no Espírito Santo para receber a capacitação necessária a fim de cumprir a vontade de Deus: "Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos"(Zc 4:6).
A. W. Tozer disse certa vez: "Se Deus tirasse o Espírito Santo deste mundo, boa parte daquilo que estamos fazendo em nossas igrejas simplesmente prosseguiria, e ninguém sentiria a diferença". Uma acusação e tanto!

5. O RESULTADO DO ESFORÇO: A PROMESSA MESSIANICA DE DEUS (VV. 6, 7,9).

6 Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, farei tremer os céus e a terra, o mar e a terra seca; 7 E farei tremer todas as nações, e virão coisas preciosas de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o SENHOR dos Exércitos. 8 Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o SENHOR dos Exércitos. 9 A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos.
Dotado de discernimento profético, Ageu olhou adiante, para o tempo em que o Filho de Deus (Jesus Cristo) ministraria no templo e traria a glória de Deus para o meio do seu povo (Jo 1:14). “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, pleno de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.”
O templo de Herodes substituiu o templo construído por Zorobabel, mas os judeus ainda o consideravam o "segundo templo".
Sem dúvida a glória que Jesus trouxe àquele templo foi maior do que a glória do tabernáculo ou do templo construído por Salomão, pois Jesus Cristo é a convergência de toda a obra redentiva.
Então, Ageu voltou os olhos para um futuro ainda mais distante e viu o fim dos tempos, quando Deus abalaria as nações e Jesus voltaria (Ag 2:7). Esse versículo é citado em Hebreus 12:26, 27 e aplicado à voltar de Cristo no fim dos tempos. Deus havia feito o monte Sinai estremecer quando deu a lei (Hb 12:18-21; Êx 19:16-25) e abalará as nações antes de enviar seu Filho (Mt 24:29, 30).
Mateus 24:29:Logo depois da tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes do céu serão abalados. (ALM21)
Toda essa balburdia que vemos hoje em dia, um dia será abalado, estremecido, haverá um dia em que o universo se dobrará diante do Rei dos reis, e toda essa bagunça, essa subversão idolátrica chegará ao fim, serão todos julgados e cada um receberá o justo julgamento divino.
Porém, existe um povo que não sofrerá com o julgamento desse mundo, são aqueles que neste tempo presente já não fazem parte desse mundo perverso, mas já foram transportados para o reino de sua luz.
Colossenses 1:13-14:13 Ele nos tirou do domínio das trevas e nos transportou para o reino do seu Filho amado, 14 em quem temos a redenção, isto é, o perdão dos pecados.
O povo de Deus, os filhos, os que foram adotados por Deus, pertencem à um reino que não pode ser abalado (Hb 12:28), e os cristãos participarão da glória de Cristo quando ele estabelecer seu reino na Terra.
Hebreus 12:28:Por isso, recebendo um reino inabalável, sejamos gratos e, dessa forma, adoremos a Deus de forma que lhe seja agradável, com reverência e temor;

5.1. A glória do segundo templo será maior que o da primeira

7 E farei tremer todas as nações, e virão coisas preciosas de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o SENHOR dos Exércitos. 9 A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos.
A glória à qual Ageu 2:7 se refere é a glória que Jesus trouxe ao templo, mas a glória do versículo 9 é a glória do templo milenar, que será usado durante o reinado de Cristo aqui na Terra (Ez 40 - 48; ver 43:1-12).
Isaías 60:1-5 e Zacarias 14:14 ensinam que, quando Israel estiver estabelecido no reino prometido, as nações levarão suas riquezas ao Rei.
Deus não apenas prometeu a vinda do Messias e a glória de Deus no templo futuro, mas também prometeu sua paz (Ag 2:9). "Neste lugar" é uma referência à cidade de Jerusalém, onde o Messias reinará como "Príncipe da Paz" (Is 9:6).
Aqueles que crêem em Jesus hoje têm paz com Deus (Rm 5:1) por causa da morte expiatória de Cristo e de sua ressurreição vitoriosa (Cl 1:20; Jo 20:19-21). Também podem desfrutar a "paz de Deus", à medida que se entregam a Cristo e confiam inteiramente nele (Fp 4:6-9).

6. OUTRA RAZÃO PARA SE ESFORÇAR: A PROVISÃO DE DEUS (V. 8).

8 Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o SENHOR dos Exércitos.
Por fim, o Senhor garantiu-lhes que, apesar da economia fraca e da falta de riqueza do povo, ele era capaz de prover todas as suas necessidades. "Minha é a prata, meu é o ouro" (v. 8). Por certo, o remanescente havia recebido a promessa de contribuições do governo (Ed 1:4; 3:7; 6:4), mas os recursos do governo eram limitados. Deus possuía toda a riqueza, mesmo aquela guardada na casa do tesouro do rei. Deus promete suprir todas as nossas necessidades de acordo com sua riqueza em glória (Fp 4:19).
É melhor fracassar ao longo de uma empreitada que certamente será bem-sucedida no final do que ser bem-sucedido numa empreitada que acabará por fracassar. O templo humilde que o remanescente judeu estava construindo não iria durar para sempre, e até mesmo o templo sofisticado de Herodes seria destruído pelos romanos. Um dia, porém, haveria um templo glorioso que ninguém poderia destruir nem profanar. Sabendo disso, o remanescente desanimado poderia criar coragem e terminar seu trabalho.
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