A transitoriedade dos bens terrenos (Salmo 49)

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Introdução

Nomes de pessoas estão estampadas por aí em cidade cearenses como Senador Pompeu ou Pires Ferreira. Em bairros como o próprio Quintino Cunha. Tantas ruas e avenidas com nomes de pessoas importantes para a História [estamos na Rosinha Sampaio], carregando nomes que você pode gostar ou não: Avenida Presidente Castelo Branco ou Rua Marielle Franco. Mesmo a vendinha do Sr. Antônio ou grupos automobilísticos estampam esse nomes próprios. Walt Disney, caso tenha interesse em conhecer a história, foi um dos grandes empreendedores empenhados em construir um nome para si. Interessante e fatídico é que muitas pessoas querem ser lembradas por seus feitos [ter um nome a ser lembrado].
Ainda que não dessa forma citada (a homenagem ou a escolha própria de batizar coisas), muitos tem seus nomes fortes e geralmente relacionados a dinheiro, fama e poder. Elas nos fazem até pensar que dinheiro torna tudo possível. Jogadores de grandes times com seus salários milionários (ex.: Messi agora com salário de 35 milhões de euros) tem mais dinheiro do que nossa imaginação financeira alcança. Muito mais salário do que mês, como lembra o pastor Emílio Garofalo. Vale notar que alguns desses milionários se tornam tão pequenos diante de bilionários como Bill Gates, Jeff Bezos, Elon Musk, Sam Walton ou a Rihanna.
Observamos ainda que não somente para essas pessoas, mas também para reles assalariados ou microempreendedores como nós, o dinheiro pode fazer acreditar que ele é quem torna nossa vida segura. Ele pode nos tentar a ter nele segurança na vida e na morte. Em algumas teologias, infelizmente, ele é quem legítima a fé ou a confiança em Deus. É exatamente aqui que este salmo toca. O dinheiro absolutamente não garante essas coisas. Vamos para sua exposição.

Exposição

1. A ilusão das riquezas é um problema universal (1-4).

Observe que ele possui um linguagem bastante proverbial, até parecida com Eclesiastes. Dentre a primeira série de salmos dos filhos de Corá (42-49), os salmos de 45 a 48 estabelecem Elohim como Senhor sobre a terra e agora o Salmo 49 traz uma mensagem a todos os seus moradores.
O salmista chama a todo tipo de pessoa para ouvir as suas palavras (v. 1 e 2) que são palavras proverbiais, profundamente pensadas (“coração”) e que devem ser visitadas rotineiramente pelo coração (canções de meditação) (v. 3, 4). A lição: A ilusão das riquezas é um problema universal. É um alerta para os ricos e também para os que não possuem riquezas - ou coisas desse mundo que se apegam profundamente que não o dinheiro, como poderíamos aplicar.
Não nos enganemos. A riqueza pode estar disfarçada. Por exemplo, vivemos num mundo em que temos todo o tipo de facilidades. Queremos um carro e chamamos pelo Uber. Queremos comida e o entregador, dentro de uma hora, está na nossa porta. Precisamos pagar alguém, fazemos um Pix. Diminuímos cada vez mais a distância entre o querer e o realizar para muitas coisas. Essas facilidades, cada vez mais acessíveis, podem nos enganar e nos dar uma ilusão de deus, ou mesmo que as coisas são um deus domesticável que atendem todos nossos pedidos instantaneamente. O salmista nos lembra que nunca é demais analisarmos onde estão nossa confiança e segurança.

2. O poder das riquezas não é absoluto (5-10)

I Uma pergunta central: por que [eu] teria medo nos dias da adversidade?

O salmista está falando de um medo causado por pessoas que imprimem o mal, mas que estão alicerçadas em fracos fundamentos. Sua pergunta já contém embutida a resposta: Por que, então, temer se elas sempre ruirão?

I Uma resposta central: elas não podem me redimir.

A questão do salmista permeia a seguinte questão: “O que nos assalta a alma em tribulações causadas por poderosos?” Que eles tem poder final? Que eles têm o domínio de suas vidas (garantir longevidade) e de seu destino eterno (e o céu)? Que nossa felicidade está em suas mãos? Que eles têm o domínio de nossas vidas e do nosso destino eterno?
Para responder a todas essas angústias a resposta é: “ninguém pode remir outra pessoa” (v. 7-9). Por melhor que seja o seu plano de saúde ou o do Michael Jackson, a morte chega. Ninguém pode comprar seu lugar no céu. Não são nossos perseguidores que determinam nosso destino eterno. A alma é caríssima [a redenção de sua vida] e não há riquezas o suficiente para adquirí-la.
Podemos aplicar isso em nossas vidas de diversas maneiras: Pais, vocês não poderão remir seus filhos pelo trabalho. Jovens, vocês não obtém redenção por imitar a cultura. Derrubar estátuas, destronar opressores não irá redimir a alma de ninguém se o firme fundamento do evangelho de Cristo não for posto. Irmãos, não confundamos qualidade de vida com salvação: você pode ser focado, desenrolado, inteligente e estar perdido porque confia nestas coisas. Se ninguém pode redimir seu irmão, ninguém pode redimir a si mesmo.
No verso 10 fica bastante claro que tais pessoas não possuem, no final de contas, aquilo ao que se apegam tanto durante toda uma vida. Suas riquezas ficarão para outros. Seus nomes poderão ser apagados [ou cancelados] da história. Se apegam a coisas que não podem manter eternamente. todos estão fadados a morte e consequentemente, a perder tudo.
Porém, amados irmãos, não percamos de vista que Deus faz pelo homem o que ele não pode fazer por si mesmo: Redenção (Rm 3.24; 5.6-8; Ef 1.7). Lembremos que irrevogavelmente possuímos a Cristo! Não perdemos nossa propriedade espiritual na morte, pois nossas riquezas estão nas regiões celestiais e guardadas em Cristo (Ef 1.18, 19). A redenção nos concede riqueza verdadeira: piedade com contentamento” (1Tm 6.6,7,17-19).

3. Uma segurança ilusória (11-14)

A riqueza pode iludir pelo poder de se fazer o que se quer. No entanto, por mais honrado que seja o ser humano, ele perece. Ainda que homens tenham alguma glória terrena ela é palha. Depois da morte essa glória será real e desfrutada pelos vivos, sem qualquer benefício verdadeiro pros mortos. Como Jesus nos ensina, muitos poderosos estão agora no inferno por seus pecados, sem os confortos daquilo que desfrutavam no mundo (Lc 16.19‑26). É certo que somos [a humanidade] imagem e semelhança de Deus, mas morreremos como os animais [que não constroem nomes para si Ec 3.19].
Essa ilusão é traiçoeira, pois não parece ter resultados tão desastrosos. Mas veja: essas pessoas são descritas como ovelhas perdidas em direção ao Sheol. Veja que a morte os pastoreia (v. 14). A morte é quem conduz os que confiam nas riquezas. Tristemente, depois de removida a embalagem das riqueza [a maquiagem da vida] será revelado o conteúdo do coração. Aludindo à moda agora no instagram: nos stories tá tudo bem, e no coração, como está? Será sepulcro caiado, com caixão pomposo e rosas bonitas, mas há um cadáver ali?

4. Uma segurança real (15-20)

Os versículos de 16-20 enfatizam novamente a vaidade de se confiar nas riquezas terrenas. Sua meditação final acompanha é aberta com uma ordem: "não temas" (v. 16). Essa ordem está conectada aos versos 5 e 6, pois o salmista é vilipendiado por aqueles que confiam em suas riquezas.
Esta ordem também pode ser aplicada aos nossos corações para nos proteger de pensamentos tolos como: “se os poderosos são abalados, o que será de mim?” Não temas! Filho, o dinheiro não redime o homem! Não existe cova cheirosa. É vão viver longe do temor do Senhor:
Salmo 49.20 RA
O homem, revestido de honrarias, mas sem entendimento, é, antes, como os animais, que perecem.
Você poderia dizer que Cristo, enquanto homem, esteve submetido à essa fragilidade da vida. É importante aprendermos que Cristo não é como o homem descrito nesses versos. Sua vida não estava orientada aos tesouros terrenos e ,embora tenha morrido, não está vivo apenas em nossa memória. Ele está verdadeiramente vivo. Ele pode e somente ele deve ser venerado e adorado porque venceu a morte. Ele goza [tem alegria real] do louvor que o atribuímos. Ele é o único homem que pode remir ao seu irmão. Aleluia.
Poderíamos resumir o salmo em algumas verdades: Você não pode mover a mão de Deus por suas habilidades. Você não possui integridade diante de Deus. Você precisa de um redentor. É natural olharmos para nós com certa decepção ou sensação de insuficiência. Se agarre a Deus. Nossa segurança está fora de nós: em nosso Redentor. Nem todas as riquezas desse mundo juntas são mais valiosas que o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Só ele pode redimir o homem.
O verso 15 deve ser nossa única confiança: “Mas Deus remirá a minha alma do poder da morte, pois ele me tomará para si”.
S.D.G.
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