O desafio do julgamento

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Introdução

A igreja de Corinto enfrentava muitos desafios e como vimos na semana passada, o pecado não só era, como continua sendo um grande desafio para a igreja. O Ap. Paulo ilustra o pecado como um fermento, que afeta toda a massa, que pecados indivuduais que ninguém quer lidar em algum momento se não tratados se tornam pecados que todos terão que lidar. Usei como exemplo uma infecção e uma falha em um sistema imunológico. Por isso aprendemos como lidar com o desafio (amputação de um dedo infeccionado). Hoje, veremos mais um problema moral dentro daquela igreja fruto da sua impenitência (uma coisa está vinculada a outra).
1Coríntios 6.1–11 NAA
1 Quando algum de vocês tem uma questão contra outro, como se atreve a submeter isso a juízo diante dos injustos e não diante dos santos? 2 Ou vocês não sabem que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vocês, será que vocês não são competentes para julgar as coisas mínimas? 3 Por acaso vocês não sabem que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida! 4 Portanto, quando precisam julgar negócios terrenos, por que vocês constituem como juízes aqueles que não têm nenhuma aceitação na igreja? 5 Digo isso para a vergonha de vocês. Será que não existe nem ao menos um sábio entre vocês, que possa julgar entre seus irmãos? 6 Mas um irmão vai a juízo contra outro irmão, e isto diante de não crentes! 7 O simples fato de moverem ações uns contra os outros já é completa derrota para vocês. Por que não preferem sofrer a injustiça? Por que não preferem ficar com o prejuízo? 8 Mas vocês mesmos cometem injustiça e causam prejuízo, e isto aos próprios irmãos! 9 Ou vocês não sabem que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não se enganem: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem afeminados, nem homossexuais, 10 nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o Reino de Deus. 11 Alguns de vocês eram assim. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.
Vemos Paulo indgnado com um fato que estava ocorrendo dentro daquela igreja, um litígio no tribunal da cidade entre dois irmãos da igreja por questões financeiras. Precisamos observar alguns aspectos históricos para entendermos melhor o texto:
O tribunal de Corinto era corrompido, composto por juízes que recebiam suborno e que julgavam injustamente de acordo com vantagens financeiras e políticas.
Aquele tribunal era como um tribunal para causas cíveis, casos criminais eram levados para Roma.
Aquele tribunal era público, as audiências eram públicas e toda comunidade podia assistir os julgamentos.
Por causa dessas característica, muitas pessoas resolviam conflitos desta natureza por outra forma: A mediação. Pessoas capacitadas para mediarem confitos civis reuniam-se com as duas partes para estabelecer um acordo justo.
Paulo então começa a fundamentar a sua defesa em relação ao que a igreja deveria fazer nesse caso. Pr'tica sem doutrina vira pragmatismo.
Nos versículos 2 e 3 ele fala sobre nossa identidade como Filhos de Deus que não passaremos pelo juízo final, pelo contrário estaremos ao lado de Jesus que estará sentado no trono no tribunal do mundo julgando o Diabo e o mundo Nesse tribunal só há um veredicto, a condenação. Nós justificados em Cristo já fomos absolvidos mediante ao pagamento de Cristo na cruz. A justiça foi satisfeita em Cristo, e por isso não enfrentaremos o julgamento, pois não há nenhuma acusação mais para aqueles que estão em Cristo.
Paulo usa esse argumento para afirmar o seguinte: Se vocês que hão de julgar Satanás e o mundo, não conseguem resolver um problema entre vocês?! Por isso a razão da indgnação de Paulo. A cultura oriental era muito baseada em honra e desnora, não só no que é certo e errado. Hoje em dia nem mesmo certo e errado são tão valorizados em nossa cultura, quanto mais honra e desononra.
Paulo admoesta aqueles irmão para o fato que eles estavam constituindo juízes corruptos para julgar os santos. Da mesma forma que a elite de Corinto não aceitava a igreja, essa elite também não era (ou pelo menos não deveria) aceita pela igreja, pois possuima valores completamente invertidos em relação ao que a Palavra propõe. A indgnação de Paulo estava baseada em alguns aspectos:

1. A incapacidade da igreja em promover conciliação.

Paulo está falando aqui do fato de serem irmãos em Cristo, em haver o problema, e o fato desse caso não conseguir ser resolvido, mediado pela própria igreja. Isso desconstrói também a idéia moderna de uma igreja a parte da vida particular dos seus membros, que a igreja não tem a responsabilidade de mediar questões pessoais entre membros de uma mesma igreja. Paulo aqui está falando que os dois eram membros, dando a entender que não houve nem mesmo um processo de disciplina para que a parte errada se arependesse e reparasse o dano (caso nao se arrependesse não seria um irmão).
Paulo não está falando de policiamento da vida alheia, fuxico, mas a responsabilidade da igreja na vida comunitária em todas as esferas da vida. Precisamos crer de fato que a igreja é a comunidade aonde Deus habita, uma comunidade de santos, e se é deve ser necessário chegar a essas consequências.

2. A desonra da igreja.

Paulo fala então nos versículos 7 e 8 sobre a desonra que isso traria para a igreja e consequentemente o nome de Cristo. Paulo fala que a derrota já havia ocorrido antes da sentença, que não haviam vencedores, que independente do que o juiz determinasse todos sairiam derrotados daquele tribunal: As duas partes e a igreja de Cristo. Aquela situação era uma grande desonra para a igreja.
Paulo exorta a igreja para a falta de exercício dos dons (não há um sábio entre vocês) - Palavra de Sabedoria é um dos dons listados na Palavra. Até mesmo a sociedade caída possuia pessoas hábeis para mediar conflito, quanto mais a igreja de Cristo!

Paulo expõe o problema e aponta a solução:

a) A resolução do conflito e reparação do dano dentro da própria igreja. Que o exercício dos dons uns aos outros pode ser suficiente, nesse caso o dom de sabedoria.
b) Assumir o prejuízo em nome de Cristo. Entender que é melhor perder dinheiro do que desonrar e trazer um escândalo para a igreja. Que ficar no prejuízo nem sempre é ser otário, mas pode ser em situações como essa uma demonstração prática de amor a Deus.
Paulo então lembra novamente a identidade dos santos, e como nosso viver é marcado. Ele lista alguns pecados que eventualmente um cristão pode até comenter, mas jamais o seu viver vai ser caracterizado por tais práticas:
"Não se enganem: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem afeminados, nem homossexuais, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o Reino de Deus."
Paulo não está falando que um pecado específico desta lista faz um cristão verdadeiro perder sua salvação, mas que um cristão verdadeiro não vive na prática dessas coisas de forma que isso marque a sua vida. Isso inclui a injustiça, o caloteiro, aquele que se aproveita dos outros deliberadamente para levar vantagem sobre tudo e todos (mesmo que na nossa cultura isso seja chamado de esperteza, Deus chama de pecado). Paulo está apresentando as características daqueles que não vão herdar o reino dos céus. Há cristãos verdadeiros que lutam contra pecados como esse, mas há uma luta constante, uma inconformação e uma conciência do pecado.

Aplicações

Quantas vezes levamos ao tribunal público nossos irmãos? O maior tribunal público e injusto que existe hoje em dia são as redes sociais. Quantas vezes você expôs um conflito (mesmo sem citar nomes, mas todo mundo sabe de quem se trata) nas redes sociais um conflito que você se recusou a resolver pessoalmente e se preciso mediado pela igreja com um irmão?
Até que ponto você está disposto a perder por causa do evangelho? Temos dificuldades até mesmo em entregar aquilo que não é nosso (dízimo), quanto mais sofrer um prejuízo por causa do evangelho.
Litigios pessoais são diferentes de crimes: Um caso de agressão é crime e a autoridade sobre casos como esse Deus delegou ao Estado (Romanos 13), e a igreja não tem autonomia para tratar somente na sua esfera. Da mesma forma um caso de abuso deve ser tratado como pecado mas também como crime, deve ser denunciado. Da mesma forma casos de corrupção, etc...
Em casos como esse descrito, a falta de arrependimento da parte que está errada pode demonstrar uma falta de conversão e esse precisa sim ser disciplinado, não mais considerado irmão para que a briga judicial não seja uma desonra para igreja. A igreja não se omitiu, e aquela causa estava sendo sim movida por um crente mas contra alguém que se dizia crente mas não era. Mas, ao mesmo tempo o crente deve ter sensibilidade para compreender até que ponto vale a pena o processo. Se aquela ação vai causar mais dano a igreja ou a sua conta bancária (o orgão mais sensivel do ser humano é a carteira). Que da mesma forma a igreja pode dependendo da situação se envolver diretamente na reparação do dano.

Conclusão

O conjunto de pessoas que compõesm a igreja local está centrado em Jesus Cristo; elas também estão limitadas por um compromisso visível de segui-lo. O pecado está presente e ainda estará presente na vida de todo crente na igreja. O pecado impenitente, porém, deve cessar. Será uma luta a ser enfrentada - sim, nos sentiremos desencorajados de tempos em tempos - , isso acontecerá; seremos envergonhados e feridos pelo pecado - até mesmo isso ocorre. Mas sermos governados por isso de modo que esse comportamento nos caracterize, não. Um dos aspectos do amor de Deus é exatamente esse, o ódio ao pecado.
1Coríntios: Como Resolver Conflitos na Igreja O Problema das Demandas Interpessoais (6.1–11)

Houve um milagre da graça de Deus no inferno moral da cidade de Corinto. Paulo chama-os de “irmãos” vinte vezes nessa carta. Quando você começa a ler essa carta, coça a cabeça e pergunta: “Será que esse povo era crente mesmo? Será que esse povo era convertido mesmo?” Paulo tem o cuidado de chamá-los vinte vezes de irmãos. Paulo dá esse testemunho: “Tais fostes alguns de vós…”: Injustos, impuros, idólatras, adúlteros, homossexuais, larápios, avarentos, beberrões, maledicentes e assaltantes. Porém, Paulo acrescenta: Houve um momento em que Jesus transformou a vida de vocês e vocês foram mudados.

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