Gênesis 2.4-25

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A criação do homem e da mulher demonstram o intento divino em relacionar-se com seu povo eleito.

Notes
Transcript
“São estas as gerações ...” (Gênesis 10.1).
Gênesis 2.4-25
Pr. Paulo Rodrigues
Introdução
Tendo introduzido o segundo capítulo, a partir de uma clausula que aponta tanto para a conclusão da obra criadora (reenfatizando a autoria e o término do projeto) quanto para o princípio sabático que norteará o relacionamento do povo para com o Deus do pacto (o que ocorreu nos versículos de 1 à 3), a partir de então (vs. 4 à 25), o autor exporá a criação do homem concluindo toda a narrativa da criação a partir do aspecto teleológico (aplicado ao homem).
Conforme vem sendo demonstrado, a perícope em destaque é a sequência de uma narrativa (cap 1) e de um adendo à mesma na forma de uma ênfase ao termino da obra criadora de Deus e a estipulação do princípio sabático que é o aio sustentador inicial do relacionamento pactual entre Deus e o seu povo, que será confirmado pelo decreto da proibição do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, que é apresentado no versículo 17.
O capítulo 2.4-25 é o clímax da criação com a chegada do homem ao cenário cósmico. O SENHOR Deus havia demonstrado sua superioridade na determinação da guarda do sétimo dia. Agora, o homem precisará demonstrar o reconhecimento a essa autoridade, frente ao que está sendo imposto para ele como ordem. Agora, o Deus Criador apresenta-se ao homem, e demonstra sua ordem de obediência e serviço à sua vontade, e com isso, o objetivo para o qual criara o homem.
Elucidação
A criação do homem e seu propósito (aspecto geral)
A expressão inicial da seção aponta para uma subdivisão que se enquadra dentro de “divisões naturais” do livro: “Estas são as gerações...” (ex: Gn 4.1). Essa expressão filia o homem à Deus, isto é, explica que o homem, assim como toda a criação pertence ao SENHOR, Deus é o seu Pai, o seu criador. À luz do que veremos ao longo do livro de Gênesis, essa perspectiva de filiação criará um contraste entre povos, entre os dois grupos aos quais a humanidade está resumida: os filhos de Deus e os filhos da serpente (Gn 3.15).
A introdução do livro de Gênesis em seus primeiros capítulos enfatiza a superioridade e supremacia do Deus de Israel sobre tudo e todos. Através da obra da criação, da determinação do shabatt, e agora, da criação do homem e do pacto com ele firmado, Moisés narra e aponta o SENHOR Deus como o grande suserano, a quem é devida adoração exclusiva e obediência irrestrita.
Para que seja estabelecida uma relação entre Deus e o povo, sendo este último o público-alvo para o qual o autor escreve, o primeiro princípio que precisa estar claro é a condição das parte no relacionamento. Seguindo essa perspectiva, dada a natureza da aliança, qual seja, “um pacto de sangue soberanamente administrado”, também corroborada pelas ordens destacadas tanto no texto anterior (Gn 2.1-3 = a observância do shabatt), quanto agora nesta seção (a proibição ao fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal), YHWH é apresentado como o Soberano sobre Israel, distinto de qualquer “divindade” pagã, e dessa forma, suas palavras (o que inclui o relato da criação) evidenciam a verdade. Ou seja, o livro de Gênesis (especialmente os primeiros três capítulos) possuem tom apologético: a informação registrada tanto lhes serve de guia no relacionamento com Deus, como de parâmetro para que saibam a verdade sobre a criação e toda história do cosmo. É aqui que está relatado qual é o fim principal do homem, qual é o sentido da nossa vida. Se o povo de Israel quisesse buscar saber sobre suas origens, a fim de que assim entendesse para quê existe, qual sua razão de ser, deveria recorrer a revelação do SENHOR.
O trecho de Gn 2.4-25 também é demarcado por subtemas que elucidam informações cruciais para o povo de Israel (i.e. toda a igreja do SENHOR), como o aspecto teleológico da criação do homem. A referência conclusiva do texto que aparece nos versículos 5 e 7, definem a objetividade da formação do homem: “[...] não havia homem para arar o solo (v.5b)”; “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra...” (v.7). A expressão conectiva “E formou”, une o versículo 7 a expressão de ausência de trabalho exposta antes, o que nos faz entender que o homem fora criado para servir ao SENHOR Deus na criação. A ideia é reforçada quando deparamo-nos no versículo 15 com a exibição clara desse princípio nos termos: “Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar”. João Calvino, comentando esse versículo alude à mesma conclusão de obrigação do homem para com Deus: “[...] A terra foi dada ao homem sob esta condição: que [ele] se ocupasse em seu cultivo. Consequentemente os homens foram criados para que se ocupassem de algum trabalho [...]. [...] com respeito àquelas boas coisas que Deus nos tem dado para nosso desfrute, [que elas] nos façam progredir; que cada um se considere o administrador de Deus em todas as coisas que porventura vier a possuir”.
O homem foi criado pelo SENHOR e para o SENHOR. O trabalho exercido pelo homem como mandato de Deus, demonstra o fim de sua existência, de maneira que, se Israel, assim como Adão, negligenciasse o trabalho de subgerência da criação, estaria também violando a hierarquia e o mandamento do Criador incorrendo em rebelião contra este. Palmer Robertson clarifica a relação entre o trabalho e a existência/criação do homem como aspectos intrínsecos com a seguinte asserção:
Mediante o próprio ato de criar o homem à sua imagem e semelhança, Deus estabeleceu um relacionamento único entre ele e a criação. Em acréscimo ao seu soberano ato criador, Deus falou ao homem, determinando assim, com precisão, o papel do homem na criação. [...] O trabalho pertence integralmente ao papel do homem feito à imagem de Deus. Essa ordenança da criação une-se ao Sábado e ao casamento para prover uma estrutura significativa à existência do homem sob as estipulações gerais da aliança da criação.
Conforme enfatiza o Catecismo Maior de Westminster: “o fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre. A ideia básica clara que é extraída do texto de Gn 2.4-25 é a de que somente em Deus o homem encontra não apenas satisfação, mas a própria razão de existir. O ser humano foi criado para servir ao SENHOR na criação e com ela. O aspecto geral aqui abarcado pode ser subdividido nos papéis focais do homem e da mulher: o primeiro é aquele que diretamente age na criação, administrando-a; a segunda, potencializa do trabalho do homem, ajudando-lhe nessa incumbência. Ambos, juntos, subordinados a Lei e ao Pacto do Criador, lhe prestam reverência e reconhecem o Deus Triuno em suas vidas, funcionando de acordo com o que foi pretendido e estipulado pelo SENHOR para suas vidas.
Infelizmente, nós, enquanto seres criados à imagem de Deus, por causa da corrupção do pecado em nossos corações, muitas vezes redefinimos os propósitos de nossa existência às próprias coisas desses mundo. Vivemos para o lazer, para o trabalho, para o dinheiro, e deixamos que essas coisas definam para nós qual é o sentido de nossa existência. John Piper, tratando da natureza teo-referente do homem, isto é, que o homem foi criado para satisfazer-se somente em Deus diz:
Não há homem no mundo que não seja possuído pelo desejo de Deus. Nesse sentido, o que estamos dizendo é que o homem não possui um desejo de Deus, mas que o desejo de Deus o possui. Portanto, a primeira definição bíblica do homem não é filosófica, mas litúrgica. Ou seja, a primeira e mais importante definição do homem não é a de que ele é um ser racional, mas a de que ele é um ser faminto por Deus, o que equivale dizer que o homem foi criado para encontrar a plenitude (ou a satisfação plena) apenas em Deus
Olhando para tudo isso, é impossível não concluir que a criação do homem, abarca de forma essencial a obediência ao mandamento do SENHOR, conforme estipulado por ele. Nossa vida gira em torno de Deus, e não há nada que possamos fazer ou experimentar fora dele, que não nos desconfigure enquanto seres humanos. Note o apelo mundano para que o homem seja “descontruído” incorporando práticas que violam o mandamento do SENHOR de apenas servir à ele e adorá-lo. Note como o mundo flerta e quebra o mandamento do SENHOR, sempre buscando fora de Deus a base do seu contentamento, agindo de maneira oposta mas ainda assim análoga a ordem do SENHOR, pois Deus disse: “coma de todas as outras, mas não deste fruto!”, e o homem insiste em pensar que só achará deleite e satisfação quando usufruir do que lhe fora proibido.
Nós que fomos recriado pelo SENHOR Deus, em seu filho Jesus Cristo, que fomos trazidos à vida, e fomos inseridos na renovação e redenção da criação, fomos habilitados pelo Criador a viver à luz desse princípio tão básico: o serviço ao SENHOR em todas as esferas da criação, almejando sua glória.
A criação do homem e seu propósito (aspecto focal)
Mas ainda devemos atentar para um aspecto mais focal reservado no texto aos homens, digo, aqueles do sexo masculino.
Tendo sido criado pelo SENHOR, o homem fora colocado no jardim do Éden para o cultivar e guardar. Entre sua criação e sua colocação no Éden, Deus expressa uma ordem ao homem, que é lida em Gênesis 1.26,28. Ele deveria dominar e reger a criação e ainda se multiplicar. Quando a mulher é criada em Gênesis 2.18-25, essa ordem não é repetida, como seria lógico fazer, pensando que os dois dividiriam o mesmo tipo de trabalho, de cumprir igualmente essa mesma ordem. A mulher de participa dessa administração da criação da mesma maneira que o homem em termos de sua obrigação de servir ao SENHOR Deus, mas como fora citado no versículo 18 do capítulo 2, ela seria uma auxiliadora que o ajudaria e corresponderia a ele. Ou seja, para o homem fora designado o papel de governo e para a mulher, o papel de auxílio.
A partir daqui já podemos destacar o primeiro fator que caracteriza o homem como “homem”: seu serviço ao Criador através do cuidado para com a criação. Tanto pesa sobre o homem a gerência da criação, no tocante a mantê-la em harmonia diante de seu Criador, quanto administrá-la de forma sábia para o seu sustento. Em face disso, percebemos o alto nível de distorção em que vivemos – o homem se abstêm de seu papel, negligenciando completamente o trabalho. É claro que a imagem de Gênesis difere muito da nossa em termos de cenário. Não lavramos literalmente a terra (pelo menos não o homem urbano) para recolher os frutos, mas o princípio bíblico de trabalho não está preso ao cenário, mas ao ser que atua no mesmo.
A narrativa bíblica demonstra que uma das características que compõem a masculinidade é a provisão do lar. Não estamos entrando aqui no mérito de a mulher poder ou não trabalhar, entendemos que isso é algo que pode ser tanto opcional (a mulher querer trabalhar, desde que não negligencie o cuidado para com o marido, a casa e os filhos), quanto circunstancial (a mulher ter de trabalhar com o fim de complementar uma renda básica para o sustento da casa), mas o que com certeza afirmamos é que a atuação obrigatória do homem para esse fim é algo inquestionável. A iniciativa de tomar sob seus ombros a responsabilidade de promover tudo o que for necessário para que seu lar e o ambiente que o envolve seja administrado de conformidade com a lei de Deus, e devidamente suprido de todas as suas necessidades, é a qualidade que o torna um homem segundo o padrão bíblico.
Outro destaque que merece ser dado seguindo o princípio bíblico é de que o homem deve fazer tudo isso de conformidade com a Lei do SENHOR, como mencionado anteriormente. Ainda na narrativa de Gênesis 2.15, uma das atribuições do homem era “guardar”. A palavra guardar (וּלְשָׁמְרָֽהּ transl: “vlishamarah”) no texto hebraico original possuí a ideia de observar, salvar, vigiar de perto, com o fim de que nenhuma ameaça entrasse no jardim do Éden. Esse lugar era o local de encontro de Deus com o homem, ou seja, era o “templo” ou “santuário” onde Adão se comunicava com seu Criador, e, portanto, ele deveria mantê-lo sempre livre de qualquer coisa que violasse aquele lugar. Aplicando isso para nós, o Éden hoje é o nosso lar, nossa casa, e é obrigação do homem mantê-lo a salvo de qualquer ameaça.
A criação da mulher e seu propósito complementar
Diretamente conectado a essa ótica, a narrativa da criação da mulher é desenvolvida em referência a esse pormenor, ou seja, por definição, o papel da mulher será auxiliar o homem em seu trabalho de servir ao Criador através do cuidado e cultivo da criação. Toda a referência em relação à criação da mulher é extraída do homem, de maneira que é a partir dele, que suas atribuições são definidas, conforme é visto no versículo 18: “Falou o SENHOR Deus: não [é] bom que o homem esteja só, farei para ele uma ajudadora correspondente”.
No momento da criação, Deus faz alguém que seja exatamente da mesma natureza, porém de sexo adequado/correspondente (hb: “כְּנֶגְדּֽוֹ” (kinêgdô)) – é igual em natureza (e, portanto, em dignidade), porém outro – que potencializasse o trabalho do homem.
O ministério feminino dado por Deus à mulher, inclui também a glória do SENHOR como objetivo máximo em sua vida. Tendo da mesma forma que o homem sido criada à imagem do SENHOR, não é possível que a mulher negligencie os papéis atrelados à sua incumbência sem que se desconfigure enquanto ser humano.
Transição
Em vistas disso, a conclusão básica a que chegamos é que a definição de humanidade está fincada unicamente em Deus. É vivendo para a glória de Deus e servindo no cuidado e cultivo da criação que o ser humano encontra o propósito da sua vida, já que somente no SENHOR é que ele pode ser pleno. Ligado a isso, homem e mulher, devem observar suas atribuições, e as áreas de atuação que foram definidas por Deus, pois aqui, a motivação sozinha não basta, se é que podemos dissocia-la da obediência, é necessário viver de acordo com o que a Palavra de Deus aponta para o que é o papel do homem e da mulher. Com isso, algumas considerações devem ser feitas para que possamos viver de acordo com o texto de Gn 2.4-25:
Aplicações
1. Tendo sido criados por Deus, toda nossa razão de ser está em Deus.
A repetição dessa expressão nunca será suficiente para que entendamos o quanto isso é importante e difícil de ser praticado por nós: o homem foi criado para se satisfazer em Deus, servindo-o e obedecendo-o. Toda nossa vida deve girar em torno da obediência ao mandato do SENHOR. O contrário disso, é uma vida de rebelião a Deus. O princípio geral, conforme vimos, que está latente ao homem é o reconhecimento do Deus Criador como seu superior e supremo rei.
Dia após dia, nosso coração tenta de diversas formas criar leis próprias através das quais deveremos viver. Não há como separar o serviço e obediência da adoração: vamos adorar aquilo que priorizamos como mais importante em nossas vidas, e que, portanto, demanda nossos esforços e a centralidade operacional da nossa existência.
A adoração no Éden pelo ser humano não girava somente em torno de estar diretamente na presença de Deus como Adão e Eva estavam. Inseparavelmente ligado a isso, estava o cuidado e o cultivo da criação, incluindo uma vida de vivência sob o mandamento do SENHOR. Se Deus determinou algo, é aquilo que vai me dar vida, é observando essa ordem que alcançaremos a bênção e o favor do Altíssimo. Do contrário, haverá punição para os amotinados. A criação é o templo de Deus, e nosso dever é nos esforçar para garantir que tudo aqui esteja de acordo com o agrado do SENHOR, sendo mordomos diligentes e fiéis.
Nosso trabalho, a faculdade, a rua, onde quer que estejamos e principalmente nosso lar, é o nosso “jardim”. É lá que devermos resplandecer a glória de Deus, cumprindo os mandamentos e orando para que o próprio SENHOR nos torne capazes de anunciar sua glória nesses ambientes. Como? Seja fiel aos mandamentos do SENHOR, e se empenhe ao máximo para ser o melhor, não por inveja ou competitividade, mas porque você é servo do SENHOR, e para ele, devemos oferecer o melhor.
2. Aos homens; sejamos os melhores mordomos para a glória do SENHOR.
Nossa sociedade tem defendido com afinco a proposta satânica de desconstrução da masculinidade à luz das Escrituras. Os homens têm se acovardado de assumirem suas responsabilidades no lar e fora dele. Preguiça, covardia, timidez e apatia são as definições do que significa ser homem em nosso tempo, graças ao que a sociedade sodomita em que vivemos tem disseminado.
Por outro lado, alguns “homens” seguem a ideia de que o que traça seu perfil é a arrogância, prepotência, ou aspectos de comportamento selvagem. No entanto, esses mesmos indivíduos ao se depararem com a cobrança do bom exercício de seus papéis, ao invés de encararem a responsabilidade, chamando-a para si, se escondem por trás de desculpas.
O padrão bíblico de masculinidade é altíssimo: Cristo Jesus. Aquele que frente a injustiça, bradou e agiu, punindo corruptos e transgressores, mas que frente a um coração compungido e humilhado socorreu, mostrando-lhe o caminho a Deus, que era ele mesmo. O que é esperado de nós homens é que honremos ao SENHOR sendo diligentes em nosso trabalho, incansáveis na defesa do nosso lar, o cuidado para com nossas esposas e filhos, tudo isso para que cada vez mais a glória de Deus seja expandida em nossas vidas.
Graças ao pecado, nossa vida nunca será fácil ou tranquila, até que Cristo Jesus retorne e publique seu reino. Porém, isso não diminui as nossas obrigações. Os cardos e abrolhos nascerão em nossas mãos, e mesmo com as mãos sangrando, a ordem foi dada e deve ser cumprida. Por isso, acorde-se cedo, saia para o trabalho ou em busca dele, ao retornar, demonstra amor e respeito por sua esposa, eduque seus filhos na Lei do SENHOR, e assim certamente o Criador há de lhe recompensar, porém maior recompensa não pode haver do que glorificar o nome do SENHOR, e agindo assim, certamente ele será enaltecido em sua vida.
3. Às mulheres; sejam as melhores auxiliadoras para a glória de Deus.
O feminismo, sob o pretexto de “luta por direitos e liberdade” esconde uma rebeldia ao princípio bíblico que aponta para o papel da mulher. As mulheres são ensinadas a buscarem a “independência” longe de qualquer relação com o lar, pois o mesmo “aprisiona, traz perdas e desvantagens”. Mas essa “independência” mais tem a ver com uma autonomia que jamais poderá ser obtida, numa que contraria a vontade de Deus. Esse movimento, aos seus ouvidos, cara irmã, vai ludibria-la com uma falsa ideia de autonomia e dignidade, mas o que pretende mesmo é fazer com que você adora outro senhor que não o Deus Triuno que criou você e a redimiu pelo sangue de seu próprio Filho.
“Filhos e lar” são duas palavras vistas hoje com antipatia e vergonha, e é exatamente assim que o feminismo e o mundo farão com o que você se sinta: medíocre e pequena, por ter escolhido dedicar-se ao lar e ao cuidado de seu marido e filhos. Porém, à luz da Escritura, é sendo uma boa esposa e mãe que o SENHOR será glorificado em sua vida. Não se preocupe se, por necessidade você precisar trabalhar, se isso ocorrer, faça-o também para ajudar seu marido, e seja a melhor em seu ambiente de trabalho para a glória de Deus. Contudo, se for possível, esteja alegre e feliz por ter o Criador dado a você a graça de poder em sua casa, proporcionar um ambiente afável que glorifica o nome do SENHOR Deus.
Um outro pensamento que tem sido fortemente difundido é o de que a mulher deve ver seu marido como inimigo, como alguém que somente deseja vê-la como inferior. Gilbert K. Chesterton, escreveu certo poema que ilustra bem esse pensamento:
“Se eu puser, lado a lado, sol e lua,
Terra e mar, cidade e país, homem e mulher,
Haverá sempre alguém idiota o bastante,
Para dizer que um melhor do que o outro é”.
Você não é inferior ou menos digna porque está em seu lar, cuidando de sua família. Lembre-se que você foi criada à imagem de Deus tanto quanto o homem, a única coisa que difere entre ambos são as áreas de atuação onde o Criador determinou que fosse glorificado. Lembre-se também que você é a princesa do seu lar; que seu marido é o príncipe, e Cristo, vosso Rei. Sua família é a nobreza, a realeza, cuide bem deles, e com isso, glorificará o Criador.
Conclusão
O ser humano tornar-se-á desumano se não viver para glória de Deus. Se não obedecer a seus mandamentos, e não buscar em Cristo a satisfação pela qual tanto procura. A parte do que encontramos na Palavra de Deus, o que resta é um monstro, formado com restos mortais do que um dia foi um ser criado a imagem de Deus, que embora ainda tenha tal imagem, esta encontra-se manchada e distorcida. É em Cristo Jesus, e em sua obra redentora, que podemos agir de acordo com o propósito para o qual fomos criados: sermos homens e mulheres que glorificam o Deus Triuno!