DESEJOS ILUSTRES DA ORAÇÃO DE JABEZ

AVULSA  •  Sermon  •  Submitted
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INTRODUÇÃO

Certamente você e eu já rimos e compartilhamos algum “meme” em redes sociais. O meme são aquelas mensagens irônicas e cômicas, acompanhadas ou não de vídeo, que são amplamente divulgadas na Internet. No início da Pandemia recebi um meme de como seria a chamada escolar em 2030. Os nomes eram muito engraçados e criativos: Alcool em Gelson, Hidroxilino, Coronalda, etc. Mas o que era apenas meme, virou algo real. Uma reportagem do G1 de abril desse ano, trouxe a informação de que na Ásia os pais estavam batizando seus filhos com nomes alusivos à pandemia. Um casal das Filipinas assim se pronunciou na reportagem: “Nossa filha deveria ter um nome que nos recordasse que escapamos da Covid-19”. Assim, batizaram a menina de COVID MARIE.
O texto para nossa reflexão de hoje traz um caso semelhante, em que uma mãe batizou seu filho com um nome bastante estranho e desanimador. Vamos ao texto para melhor entendermos:
1cr4.9
1Crônicas 4.9 RA
Foi Jabez mais ilustre do que seus irmãos; sua mãe chamou-lhe Jabez, dizendo: Porque com dores o dei à luz.

PROBLEMATIZAÇÃO

O nome de Jabez significa “DOR/AFLIÇÃO/PESAR”. Segundo o texto o nome foi-lhe dado por sua mãe, por conta da imensa dor e aflição que foi seu parto. Mas, sua mãe, assim como os pais Filipinos, não calcularam o desconforto que esse nome traria a seus filhos depois de grandes. Imaginem a situação de Jabez vendo que ele era um monumento memorial à dor e sofrimento da mãe, e carregar esse peso em seu nome para o resto da vida.
Jabez tinha tudo para dar errado, e viver recluso, vencido pela depressão, desânimo e solidão. Contudo reagiu de forma espantosa e nobre, e teve uma vida exemplar.
Como temos reagido a nossas dores, pesares e aflições? Como temos nos comportado diante dos nossos medos, anseios, apertos emocionais? Como temos confrontado nossas mágoas e desilusões?
Vamos aprender com Jabez como brilharmos e sermos ilustres mesmo nas trevas da aflição. Para isso, vamos acompanhar as petições ilustres de sua oração. Seus desejos foram nobres, e mexeram com o coração de Deus. Vejamos os DESEJOS NOBRES DA ORAÇÃO DE JABEZ.

DESEJO PELA BÊNÇÃO DO VERDADEIRO DEUS

1CR4.10
1Crônicas 4.10 RA
Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Oh! Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras, que seja comigo a tua mão e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha aflição! E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido.
“Oh! Tomara que me abençoes”. Essa expressão informa o quanto Jabez desejava a bênção do Deus de Israel. A bênção é a transferência de coisas boas, e Jabez vai na fonte de todo bem, que é o nosso Deus, e pede que seja jorrado nele todo benefício dos céus, e não maldição aos inimigos ou prováveis zombadores de seu nome.
Pv10.22
Provérbios 10.22 NVI
A bênção do Senhor traz riqueza, e não inclui dor alguma.
Como Jacó, ao lutar com Deus no Val de Jaboque, não deixou Deus ir embora antes de o abençoar, Jabez também não abriu mão da bênção do Senhor. Mesmo carregando em seu nome dor, pesar e aflição, ele quer a riqueza da bênção do Senhor derramada sobre ele. Jabez deixa de lado a murmuração e o lamento por conta do estigma que o significado de seu nome lhe trazia, e se lança ao desejo pela bênção do Senhor, pois Sua bênção “não inclui dor alguma”.
Quanto temos que aprender com Jabez! Em meio aos nossos pesares, dores e aflições, por vezes nos entregamos à murmuração. Às vezes aflições rápidas nos fazem maldizer ao Deus Eterno, e Jabez, que se chamava AFLIÇÃO e DOR desde o nascimento, reage desejando a bênção que vem do Deus verdadeiro. E o que é a bênção do Senhor? É a maior riqueza que podemos ter! A presença Dele em nós é uma bênção. A força, o consolo, a Paz que Dele vem é uma bênção. A certeza da morada eterna com Deus é uma bênção! Tudo isso está na vida daqueles que reagem desejando a bênção do Senhor em meio às aflições. Isso me faz lembrar o teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer, que estava preso, e teve sua morte decretada por Hitler. Em um domingo de Páscoa, antes de sua execução, ele celebrou um culto na prisão, pregou em Isaías 53 sobre o servo sofredor que levou sobre si as nossas dores. A história conta que sua última frase, já a caminho da forca foi: “Este é o fim! Para mim, o início da vida”. Só quem viveu uma vida desejando e desfrutando da bênção de Deus pode enxergar a morte como início da verdadeira vida. Oh tomara que o Senhor nos abençoe!

DESEJO POR MAIORES OPORTUNIDADES VINDAS DO DEUS VERDADEIRO

“… me alargues as fronteiras”. Jabez certamente tinha um território sob sua administração. Uma porção de terra com suas demandas, preocupações, prejuízos e lucros. Ele tinha domínio sobre aquele local, que era sua zona de conforto. Porém, ele não se acomoda, e pede, debaixo da bênção de Deus, maiores oportunidades. Ele foi chamado ilustre, em sua mini biografia apresentada no texto que lemos (“Foi Jabez mais ilustre do que seus irmãos”), e isso indica que sua motivação em desejar maiores oportunidades é em expandir o reino do verdadeiro Deus. Ele foi ousado, cheio de uma saudável ambição de transpor fronteiras para a glória de Deus. A bênção de Deus em sua vida o enche de ousadia e coragem, pois ele confia no Deus que o abençoou.
O medo nos impede de avançar e não aproveitarmos as oportunidades colocadas por Deus em nossa vida, que nos farão alargar nossas fronteiras. Preferimos o conforto do nosso território, e assim não ampliamos os horizontes. Jabez se antecipou com ousadia, e desejou em sua oração as oportunidades maiores, mesmo que aquilo indicasse mais trabalho, mais confronto, mais aflição.
Estou concluindo o curso de Bacharel em Teologia. Foram quatro anos de muita luta, provação, privação e também vitórias e alegrias. Perdi a conta de quantas vezes o desejo de fazer esse curso passou por mim. A primeira vez foi em 1989, e a partir dali várias vezes esse desejo passava por minha cabeça e as oportunidades se apresentavam, mas eu deixava passar. Claro que tudo acontece no tempo certo de Deus, mas o incômodo no meu coração que impedia que o sonho se concretizasse era um só: o medo da prova de Inglês no vestibular. Em 2016, finalmente não resisti ao chamado de Deus, e fiz a inscrição. O medo se manteve, e meu foco nos estudos foi o inglês. Quanto mais estudava, mais o medo da reprovação me acometia. Porém, prossegui apesar do medo. No dia da prova eu li as questões de Inglês e, das 20 questões, eram 13 eram traduções e 7 gramáticas. Comecei a tremer, um choro contido chegou. Mas busquei a Deus em oração, procurei uma calma que nunca se apresentava. Resultado: minha maior nota foi em Inglês. Fronteiras alargadas literalmente, pois viemos para outro Estado, outra igreja, outra cultura.
Deus quer nos dar maiores oportunidades, a Seu tempo, mas quer ver em nosso coração a disposição e coragem para sair do nosso território e ir aonde Ele nos permitir. Qual o seu território? Seja bênção nele, mas esteja desejoso e pronto a transpor fronteiras pelo Reino de Deus.

DESEJO PELA CONDUÇÃO DO DEUS VERDADEIRO

Uma frase atribuída a Hudson Taylor, um missionário Inglês que atuou na China, diz assim: “ A obra de Deus feita do jeito de Deus nunca ficará sem os suprimentos de Deus”. Essa frase exemplifica bem o que Jabez desejou em sua oração. Ele desejou a bênção de Deus, e com ela desejou aproveitar as oportunidades maiores enviadas por Deus. Porém ele desejava também a condução do Pai, suprindo suas necessidades: “...que seja comigo a Tua mão”. Ele deu provas de que se entregaria com humildade ao direcionamento apontado pela mão do Senhor. Pedro nos orienta no final de sua primeira carta a nos humilharmos debaixo da mão de Deus:
1pe5.6
1Pedro 5.6 NVI
Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido.
Jabez não comandaria nada, mas Deus comandaria tudo. É nosso Deus que governa tudo com Sua poderosa mão.
pv21.1
Provérbios 21.1 RA
Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o inclina.
Mais do que nunca nós estamos vivendo tempos em que é nítido que o homem não controla nada. É claro que o controle de tudo está nas mãos do Senhor dos senhores. Por isso nosso desejo deve ser o desejo de Jabez, ou seja, ter a boa mão Daquele que tudo pode conosco. Ele é quem orienta, guia, dirige, corrige. Nós, temos que estar humilhados debaixo de Sua mão poderosa. É ela que no tempo oportuno irá nos exaltar. Por fim, Jabez expressa seu último desejo ilustre em sua oração.

DESEJO PELO LIVRAMENTO QUE VEM DO DEUS VERDADEIRO

“… me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha aflição!” O final da oração de Jabez mostra porque ele foi considerado mais ilustre que seus irmãos. Ele sabia que Deus estaria com Ele em todas as demandas, mas sabia também que o mal o estaria rondando. Por isso pede o livramento que vem do Deus verdadeiro.
Provações sempre nos acometerão em diversos graus. Algumas leves, outras mais agudas e outras que parecerá que não conseguiremos suportar. O que fazer? Paulo foi muito feliz em seu registro sobre o assunto em sua primeira carta aos Coríntios. Assim ele se expressa:
1co10.13
1Coríntios 10.13 RA
Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.
Jabez sabia que o Deus verdadeiro era fiel, e pediu o livramento das aflições. Deus permanece fiel, e é o único capaz de nos livrar das (e nas) aflições. O Deus que abre fronteiras é o mesmo que preserva da maldade e livra na aflição. “Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças… juntamente com a tentação, vos proverá livramento”. Tão certo quanto as provações avultadas, as forças e esperanças aviltadas, diminuídas, está a certeza do livramento do Deus verdadeiro, pois Ele é fiel e assim nos prometeu:
sl121.3
Salmo 121.3 NVI
Ele não permitirá que você tropece; o seu protetor se manterá alerta,
No início do século XX um homem espantou o mundo com seus truques e performances inacreditáveis. Seu nome era Harry Houdini, e ele era mais que um mágico ou ilusionista; era um “escapista”. Isso porque conseguia escapar de todo lugar e de tudo o que o amarrava: cadeados, cordas, correntes e camisas de força. Ele chegava em uma cidade e procurava a penitenciária, para ser preso em cadeias contra fugas só para mostrar sua habilidade em escapar de qualquer lugar. Ele mantinha um nível altíssimo de concentração para realizar tudo isso. Uma outra coisa que fazia parte de suas apresentações era uma técnica de inchar o estômago e pedir a alguém que lhe desse um golpe forte no abdômen. Ele saía totalmente sem dor, deixando o oponente com a mão doendo. Era incrível! Ele mantinha um alto nível de concentração para tudo isso. Certo dia, descansando em uma das salas de determinada Faculdade, um jovem chegou a ele e perguntou se era verdade que ele suportava qualquer golpe no abdômen sem sentir dor. Ele prontamente respondeu que sim. O jovem pediu para experimentar, e enquanto Houdini se levantava para se preparar, o jovem deferiu um golpe muito forte. Houdini já estava com um problema sério no apêndice, que foi atingido em cheio, levando-o ao hospital. Em 31 de outubro de 1926, o homem com nível de concentração mais alto da época, faleceu, por um minuto de descuido.
Por mais que procuremos manter um nível alto de concentração , existem muitas coisas ao redor que nos distraem, e podem nos matar. Somente protegidos por Jesus alcançamos livramento nas aflições, pois só Ele “é o protetor que se mantém alerta” . Jabez sabia disso e desejou o livramento do Senhor. Que esse seja um ilustre desejo de nossos corações.
MOVIMENTO CRISTOCÊNTRICO
Carregar uma marca negativa na história da existência é algo de extrema tristeza e desilusão. Jabez poderia ter vivido uma vida de dor, pesar e aflição, pois a isso apontava seu nome a todos os homens. Jabez, porém, reagiu de forma diferente, por conta de sua entrega total ao Deus de Israel.
Nós carregamos uma marca negativa, um nome que traz dor, pesar e aflição: PECADORES. Nascemos em pecado e temos como recompensa disso a morte.
Mas Jesus se revelou em nossa vida, e como um servo sofredor se entregou na Cruz, para dar um novo a todo aquele que Nele crê. Ele nos deu vida em meio a dores, mas diferentemente da mãe de Jabez, não nos batizou com nome de dor e aflição, mas amor e afeição. Na Cruz Ele se fez maldição para nos dar de Sua bênção. Não deixou passar a oportunidade de nos amar até a morte, para que tivéssemos a oportunidade de sermos Dele. Na Cruz Ele se humilhou diante da vontade do Pai que recolheu Sua mão e virou as costas para Seu Filho na Cruz, para que tivéssemos a mão do Pai estendida para nós. Na Cruz Jesus não teve o livramento da morte, para que fossemos livres dela. Ele recebeu o nome de maldito, para ao terceiro dia ressuscitar e ser assunto ao céu, recebendo um Nome acima de todo nome, que todo joelho há de se curvar e declarar que é Senhor. Esse é o Cristo, que tira o nome de desonra que o pecado nos impôs, para nos chamar de “amigos”.
jo15.15
João 15.15 NVI
Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido.
Só em Jesus vemos os desejos ilustres da oração de Jabez cumpridas em nós. Nele temos a bênção do verdadeiro Deus, maiores oportunidades para servir, a condução da poderosa mão do Senhor e o livramento em meio às aflições. Ele é tudo em nós!
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