A felicidade pelo perdão (Salmo 32)

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Transcript
[Introdução] Aparentes felicidades: máscaras do Instagram (beleza, status)/twitter (inteligência, relevância)/facebook (visibilidade). No Youtube e nos programas de TV (prosperidade, saúde e coisas que podemos ter). Treinam erradamente nossos corações sobre o que ou quem é feliz.
[Pergunta introdutória] Quem é a pessoa mais feliz do mundo? Quem teve seus pecados perdoados por Deus na pessoa de Jesus Cristo.
[Alvo do sermão] Irmãos abatidos, desencorajados, sem ardor da salvação e que precisam de uma palavra que fale ao fundo do coração.

Sobre o salmo:

Este é um salmo de Davi com propósito didático (masquil/tornar hábil) onde descreve ações de graças no perdão ou a alegria do perdão. Como no salmo 1, aqui temos descrições sobre um pessoa bem-aventurada, aquela pessoa feliz, abençoada, altamente favorecida pelo perdão do Senhor. Lá, o bem-aventurado é o justo, a pessoa devota a Deus o tempo todo. Aqui, o bem-aventurado é o justificado - o justo é quem recebeu o perdão. A bem-aventurança no salmo não é somente do estado de felicidade, mas de como ser feliz - a maior experiência de felicidade.
[Divisão 1]
É importante notar a divisão do discurso do salmo:
1 a 3: discurso ao leitor.
4 a 7: discurso para Deus.
8 e 9: instrução divina (natureza sapiencial).
10 e 11: discurso ao leitor.
[Divisão 2 - temática]
1 e 2: Ensino sobre quem é a pessoa mais feliz do mundo.
3 e 4: Ensino sobre como perder essa felicidade.
5: Ensino sobre como experimentar novamente essa felicidade.
6 a 11: 3 lições que Davi tira de sua experiência e reflexão sobre a felicidade.

Exposição

Versos 1 e 2
Davi já foi pobre [simples pastor de ovelhas] e agora era rico e poderoso [rei]. Refletindo, ele percebe e reconhece qual é a maior felicidade do mundo: ser perdoado, ter seu pecado coberto, não ter as iniquidades atribuídas e não viver no engano (Lc 12.16-21).
[detalhe] Segundo Kevin R. Warstler, há quatro diferentes termos para pecado nos versos 1 e 2, (1) pesha‘ (transgressão) como rebelião, (2) hata’ah (pecado) como ofensa deliberada, (3) ‘awon (iniquidade) como estraviar-se, e (4) remiyyah (engano) como falsidade ou hipocrisia. Todas essas coisas colocam Deus contra nós e nos cobram justiça. Mas o problema é que não podemos oferecer nada.
Então, diante disso, ele apresenta também três verbos hebraicos diferentes associados aos primeiros três desses termos para pecado, também mostrando diferentes aspectos do perdão: (1) a raiz ns' (perdoado) é literalmente "levantada" (o contrário de reter (Jo 20.23)) e enfatiza o fardo do pecado sendo retirado da pessoa, (2) a raiz kasah (coberto) como ocultar ou cobrir algo que é ofensivo (remete à tampa da arca da aliança, o propiciatório; desvia a ira como em Sl 85.3); em Rm 3.25 Jesus é a nossa propiciação), e (3) a raiz chashav (carga) pode significar "reconhecer" ou "considerar", mas em contextos legais isso significa considerar como responsável pela punição (imputar com culpa). Não há nada melhor que isso.
Versos 3 e 4
Às vezes, essa alegria da salvação se perde. Necessariamente, não se perde a salvação em si - mas a consciência dela, a experiência se perde (o caráter pessoal, subjetivo). Isso aconteceu “3 enquanto eu calei os meus pecados”. Nesse período ele sentiu a mão do Senhor. O seu vigor se tornou como as paisagens do Ceará no período que não chove - seco, árido, empoeirado. Como diz o pastor Augustus Nicodemus, Davi ficou sem o orvalho do Espírito, sem a unção.
Enquanto estamos calados vivemos em dúvida e buscando cada vez mais distância. Veja que enquanto Davi não se resolveu ele secou. Ele deixou de colocar as coisas em ordem, ou seja, se colocar diante de Deus e confessar suas iniquidades - ele passou meses retendo seus pecados (2Sm 11.26, 2Sm 12). Nesse período, ele não estava bem! Pessoas em pecado, parecem irreconhecíveis - sepulcros caiados.
Verso 5
Como mudar essa situação? Confessar (“5 dar a conhecer”) - não é relatar um acontecimento, mas confessar [nomear] que é pecado. A experiência da alegria é vivida numa consciência tranquila, confessante. É possível que este salmo seja a retrospectiva de seu pecado terrível, juntamente com o salmo 51. Em 2Sm 12, vemos que antes Davi passou meses sem confessar seu pecado, retrocedendo e ficando descaracterizado. E no texto, após a repreensão, Davi se arrepende, confessa e há o perdão (2Sm 12.13).
Deus conhece a natureza humana e suas debilidades. Podemos nos achegar a Ele para apresentar os nossos pecados e ver que Deus já providenciou um cordeiro que foi morto para o perdão dos nossos pecados: Jesus Cristo. E, irmão, se você for crente e demorar em confessar, porque Deus te ama ele vai colocar o dedo na sua ferida - e pode usar profetas para isso. Enquanto Natã não o tocou, ele se calou. Não fique com raiva, se arrependa e abrace Jesus.
Verso 6 a 11 (as lições de Davi)
Lição 1 - Versos 6 e 7
Pela experiência de Davi (“sendo assim” “pelo que”), a primeira lição é que devemos buscar a Deus o quanto antes. A tendência do nosso coração é se afastar cada vez mais (Is 55.6), por isso, devemos ser rápidos em buscar a Deus.
Existe um alerta e um conforto que acompanham a lição: se permanecemos impenitentes, se chegar tribulação, seremos destruídos; se o buscarmos, memo em meio a tempestade, estaremos louvando. Piedosos, busquem a Deus!
Lição 2 - Versos 8 e 9
Davi dá uma pausa no discurso didático, e traz uma sentença proverbial, como Deus falando conosco. Em seguida, ele traz uma descrição dos servos: eles não precisam de freios e cabrestos para se submeterem ou para obedecerem. Na verdade, obediência aqui é uma tradução para descrever “andar próximo” - uma cavaleiro não quer o cavalo distante, mas andando rente. Desobedecer é andar distante de Deus. Devemos, portanto, andar próximos por ouvir a instrução, senão haverá puxar de cabrestos.
Resumo da lição: Não façamos por obrigação, pois se a espora vier vai doer. Sejamos guiados pelas vistas do Senhor, pela sua instrução, pelo seu ensino. Se descrentes, continuamos nos pecados como juízo. Se crentes, virá a chicotada para nos trazer para próximo.
Lição 3 - Versos 10 e 11
Vale a pena ser justo. Como no salmo 1, descreve o final do ímpio (Sl 1.4-6). O sofrimento é o resultado dos que não buscam as misericórdias do Senhor. O Senhor não faz o que o fiel merece (misericórdia), mas lhe assiste com perdão e amor. O ímpio, tem o que merece: sofrimento.
“Alegria, regozijo e exultação” são as afeições e expressões adequadas dos justos, dos retos de coração. Ela é invocada pelo mestre de canto, para que o povo se lembre que Deus é a fonte de alegria - sendo assim, não caímos nos pecados (idolatria, adultério, roubo, cobiça, mentira), pois estaremos satisfeitos. E grande alegria experimenta quem sabe que foi perdoado.

Aplicações:

1. Explica porque o cristão pode ser feliz em qualquer situação. Deus não tem contra ele acusação alguma. Podemos ter tudo no mundo, mas as coisas não cobrem a angústia que sobra no peito. Conhecemos pessoas que pensam ser muito felizes pelas realizações deste mundo - mas ainda não alcançaram a maior delas que é o perdão de Deus. Você conhece essa alegria?
2. Falta o gozo íntimo por Deus? Falta se derramar diante de Deus, confessar e experimentar o perdão que vem da cruz. Enquanto você não experimentar contar seus pecados e ser perdoado, você viverá uma vida oprimida, sem sal, sem alegria. Lembre-se de que a salvação pode alcançar o mais terrível pecado - não importa qual tenha sido, pois somos salvos pela graça, mediante a fé (Rm 4.7, 8). Se você tem certeza se sua salvação, lembra do ecos desse salmo em 1Jo 1.9 (ref. verso 5) e Ap 14.5.
3. Não deixe pra amanhã. Sempre agora é o momento para confessarmos nossos pecados diante de Deus! O coração esquece nossas iniquidades e tenta encobertar, mas o bem aventurado é quando Deus cobre.
4. Aprenda e faça. Não caminhe só pelas penalidades e castigos. Isso é coisa de criança birrenta e tola. Conheça o caminho para andar por ele! Se você o ama, andará próximo dele.
5. Alegria. Conhecer o Senhor e se voltar pra Ele é alegria. Vale a pena!
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