O amparo do fiel | Sl 22.1-8

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Introdução

Conforme a “a corça matutina”, provavelmente era cantado com a melodia da canção que tinha esse nome.
Salmo de lamento de Davi.
Ocasião: é impossível precisar em qual momento da vida de Davi ele passou por situação semelhante. Calvino considera ser possível que Davi esteja sumariando situações de sofrimento em sua vida, principalmente as realizadas por Saul. Pela dificuldade de encontrar situação análoga, por outro lado, é possível que Davi [provavelmente] fale inicialmente de seu possível assassinato, sobre o terrível vexame que passaria, mas apresentando incrível confiança em Deus e na esperança da vitória que parecia improvável. O Salmo, portanto, fala sobre o assassinato do rei.
Além das semelhanças com Jeremias, principalmente acerca do destino de Jerusalém em ser devastadas pela Babilônia (Jr 49.15; 7a, Jr 20.7b; 7b, Lm 2.15, Jr 18.16; 9, 10; Jr 1.5; 15.10; 20.14,17,18) (Allan Harman, Salmos, 2011, p. 129), ao lermos já o primeiro verso, lembramos que seus dizeres são bastante familiares a nós: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Isso porque estas palavras se encontraram na boca de nosso salvador em meio às trevas da cruz (sendo citado nove vezes no relato do sofrimento e morte de Jesus).
A melhor explicação deste salmo é, então, a dupla aplicação para:
a possível/imaginada morte de Davi juntamente com todo o escárnio envolvido.
o vislumbre profético da agonia do rei messiânico mil anos antes do acontecimento da cruz (At 2.30-31, aplicado ao Sl 16.8-11, nos dá uma luz acerca de como Davi pode ter sido usado como profeta aqui - essa dupla aplicação não é incomum, ex.: Sl 2.12; Sl 15; Sl 16.8-11; Sl 18; Sl 20).
Ambas nos levam a um só desfecho: a morte não pode deter o triunfo do Rei.

Exposição

É possível observar uma dinâmica no Salmo: desamparo/lamento <—> esperança/confiança.

Qual a situação enxergada por Davi?

No centro da agonia de Davi haviam abandonos, mas o primeiro deles é o desamparo de Deus (vs. 1 e 2)
ele não enxerga os acontecimento como meramente humanos, mas como um desamparo de Deus ou a falta de livramento.
Então, Davi lembra que Deus é o salvador das situações improváveis —> O Deus do povo de Israel; Eles foram libertos —> não foram decepcionados.
Davi vê o desamparo de Deus e também dos homens: ele é verme (v. 6).
o desprezo dos homens se dá em pensar que os eleitos não passam por aflição (“confiou no Senhor”, “que Deus o livre” parecendo um “veja como ele está”) - e Davi começa a acreditar (“será que queres meu bem?”).
e Davi começa a relatar os atos providenciais de Deus (vs. 9, 10)

Mas quanto ao Rei Messiânico, o que se vê?

No centro da aflição e agonia de Cristo está o desamparo de Deus. Nesse primeiro momento Cristo não olha para o desamparo dos homens, mas para o céus. Agora compreendemos melhor a aflição do Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14.32-42; Lc 22.39-46) e da cruz (Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Mt 27.46).
Aplicação: O inferno é o distanciamento do Pai (de sua face graciosa). A maior dor existencial é estar longe de Deus. Qual o seu maior medo?
Note que a Palavra de Deus está na mente de Cristo para qualquer situação, inclusive a morte. Na cruz, Jesus se sustenta nas Escrituras e em vê-las se cumprir. A Palavra lhe traz esperança.
Aplicação: Memorize as Escrituras. Elas serão teu amparo em momentos difíceis, brotando como um renovo em meio à aridez.
A cruz é o cumprimento do assombroso assassinato do Rei. Davi não morreu daquele jeito descrito. Era para Cristo que ele apontava. E na morte de Cristo vemos como tudo ali tem notas de ironia:
O homem que é zombado como rei é, de fato, o Rei. É irônico os soldados lhe darem roupas e o ofenderem como rei (Mt 27.28,29). Mas a verdadeira ironia é que Jesus é o Rei, dos judeus e do mundo todo. Sua autoridade como rei vem exatamente de buscar o melhor para os seus súditos (Mt 20.25-28).
O homem que está totalmente sem poder é poderoso. O poder de Jesus é revelado na fraqueza da cruz. São irônicos com ele devido suas palavras acerca do templo (Jo 2.19-22). É por ficar na cruz que ele se estabeleceu como templo vivo e vem à ressurreição com pleno poder (mas ele tem total domínio sobre a sua morte Mt 26.45; Jo 10.17,18; 19.28-30).
O homem que não pode salvar a si mesmo salva os outros. O homem de feitos extraordinários parece tão impotente para realiza-los a favor de si mesmo. Mas, se Jesus tinha de salvar realmente os outros ele não podia salvar a si mesmo (Is 52.14; Is 53). Por ser o servo sofredor, ele é o salvador.
Aplicação: Jesus foi desamparado para que nenhum dos filhos de Deus o fossem. Confiem em Deus (Sl 22.5; Rm 5.5).
S.D.G
Obs.: Continua no próximo domingo (A esperança do fiel em meio à aflição - Sl 22.8-21)
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