Faithlife Sermons

Senhor, para quem iremos?

João  •  Sermon  •  Submitted
1 rating
· 28 views

O discurso de Jesus produziu dois tipos de reação: abandono por parte da multidão que não queria abandonar a confiança na Lei para a salvação e de apego pelo discípulos pela confiança em Jesus como o único doador da vida eterna.

Notes
Transcript

Senhor, pra quem iremos?

João 6.60–71 RAStr
60 Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?61 Mas Jesus, sabendo por si mesmo que eles murmuravam a respeito de suas palavras, interpelou-os: Isto vos escandaliza?62 Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava?63 O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.64 Contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair.65 E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido. 66 À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele.67 Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos?68 Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna;69 e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus.70 Replicou-lhes Jesus: Não vos escolhi eu em número de doze? Contudo, um de vós é diabo.71 Referia-se ele a Judas, filho de Simão Iscariotes; porque era quem estava para traí-lo, sendo um dos doze.
Que tipo de mensagem você gosta de ouvir? O que você procura quando para pra ouvir uma pregação?
A multidão fez um julgamento do sermão de Jesus e tomou uma decisão. Eles disseram: "Duro é este discurso; quem o pode ouvir?".
O discurso de Jesus produziu dois tipos de reação: abandono por parte da multidão que não queria abandonar a confiança na Lei para a salvação e de apego pelo discípulos pela confiança em Jesus como o único doador da vida eterna.
William Barclay diz que essa passagem retrata a tragédia do abandono. Houve um momento em que as multidões acudiam a Jesus em massa. Quando esteve em Jerusalém para a Páscoa, muitos viram seus milagres e creram em seu nome (2.23). Tantos eram os que acudiam para ser batizados por seus discípulos que eles preferiram sair da Judeia para a Galileia (4.1-3). Em Samaria, sucederam coisas maravilhosas (4.1,39,45). Na Galileia, a multidão o havia seguido (6.2). Mas as coisas haviam mudado de tom. De agora em diante, o ódio do povo para com Jesus aumentaria até culminar na cruz.
Quando Jesus terminou esse longo discurso na sinagoga de Cafarnaum (6.59), duas reações foram vistas em seu auditório.
Em primeiro lugar, reações negativas (6.60-66).
Muitos dos seus discípulos julgaram o discurso de Jesus duro demais. Queriam coisas mais amenas. Buscavam apenas curas e milagres. MacArthur com razão diz que a reação identificada aqui é típica dos falsos discípulos: enquanto achavam que Jesus era a fonte de cura, comida e libertação da opressão do inimigo, eles o seguiram. Mas, quando Jesus mostrou que eles estavam falidos espiritualmente e deviam confessar seus pecados e se voltar para ele como a única fonte de salvação, ficaram ofendidos e o abandonaram.
Três foram as reações negativas, como veremos a seguir.
1) Decepção (6.60,61).
Em vez de os ouvintes correrem apressadamente para Jesus, endureceram a cerviz e murmuraram escandalizados. Jesus não pregou para agradar seus ouvintes; pregou para levá-los ao arrependimento. Como pregador, Jesus não transformou sua prédica numa plataforma de relações públicas. A luz é insuportável para os olhos doentes. Os ouvintes querem as benesses de Cristo, mas nenhum compromisso com ele.
D. A. Carson resume bem a postura de decepção dos judeus: O que foi que ofendeu a sensibilidade dos ouvintes de Jesus? Julgando pelo discurso precedente, há quatro características na palavra de Jesus com as quais se ofenderam.
1) Eles estavam mais interessados em comida (6.26), no messianismo político (6.14,15) e nos milagres manipuladores (6.30,31) que nas realidades espirituais para as quais o milagre da alimentação apontava.
2) Eles não estavam preparados para abandonar sua própria autoridade soberana mesmo em questões religiosas e, portanto, eram incapazes de dar os primeiros passos de fé genuína (6.41-46).
3) Eles se ofenderam particularmente com as declarações que Jesus apresentou, afirmando ser maior do que Moisés, singularmente enviado por Deus e autorizado a dar vida (6.32-58).
4) A metáfora estendida do “pão” é ela mesma ofensiva para eles, especialmente quando ataca tabus evidentes e se torna uma questão de “comer carne” e “beber sangue”.
2) Descrença (6.62-65).
Jesus fala sobre sua ascensão. Fala sobre sua Palavra, que é espírito e vida. Mas, sendo o perscrutador dos corações, Jesus acentua que, no meio de seus ouvintes, havia descrentes e até mesmo um traidor. Mais uma vez, Jesus enfatiza aos ouvintes que só poderão ir a ele aqueles que assim o Pai conduzir.
3) Abandono (6.66).
Esse pesado discurso de Jesus não produziu um estupendo resultado numérico; ao contrário, provocou uma debandada geral. Jesus jamais negociou a verdade para atrair pessoas. Seu propósito era ser fiel, e não popular. Ele não buscava aplausos humanos, mas o sorriso do Pai; não sucesso na terra, mas aprovação no céu.
F. F. Bruce diz que essas pessoas queriam o que Jesus não podia dar; e o que ele oferecia, elas não queriam receber. Foram atraídas pelos sinais, mas não passaram pelo teste da fidelidade. Não eram discípulos genuínos; apenas temporários. Não andavam mais com Jesus, nem tinham o mesmo espírito dele.
Warren Wiersbe destaca que, em decorrência dessa mensagem, Jesus perdeu a maioria de seus discípulos. Quase todos voltaram para sua antiga vida, sua antiga religião e sua antiga situação desesperadora. Jesus Cristo é o caminho, mas eles se recusaram a andar por ele.
John Charles Ryle ressalta que os homens podem ter sentimentos, desejos, convicções, resoluções, esperanças e até sofrimentos na vivência religiosa e, ainda assim, jamais experimentar a graça salvadora de Deus. Eles podem ter corrido bem por um tempo, mas depois voltam para o mundo e se tornam como Demas, Judas Iscariotes e a mulher de Ló.
Em segundo lugar, reações positivas (6.67-71).
Em virtude da debandada geral da sinagoga de Cafarnaum, Jesus se volta para seus discípulos.
Destacamos três fatos a seguir.
1) Uma pergunta confrontadora (6.67). Talvez, a essa altura, os discípulos tenham pensado: “Se o mestre não aliviar o discurso, todo mundo acabará indo embora”. Nesse momento, Jesus se volta para os Doze e pergunta: Vós também quereis retirar-vos? Longe de mudar o rumo de sua mensagem, Jesus a endurece ainda mais, confrontando seus discípulos mais próximos.
2) Uma confissão confiante (6.68,69). Pedro responde pelo grupo, dizendo que eles não teriam outro para seguir: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus. Pedro confessa que só Jesus tem as palavras de vida eterna e reafirma a crença de que Jesus é o Santo de Deus.
3) Uma traição surpreendente (6.70,71). Depois de ver a multidão de discípulos bater em retirada, Jesus diz que, no pequeno círculo dos Doze, um deles é um diabo e vai traí-lo. Mais uma vez, Jesus demonstra conhecer os corações, devassa os escaninhos do futuro e desmascara a falsa confissão religiosa.
Related Media
Related Sermons