Salmo 24.1-10

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O meu principal argumento é, que o Salmo 24 dos versos 1 ao 10 nos conduz ao reconhecimento da nossa insuficiência em salvar-nos e a idolatria do nosso coração. Mas, agora podemos entoar um hino ao SENHOR dos Exércitos, o Rei da Glória, porque nos salvou pela Sua própria justiça, e adentramos ao Seu Santo Monte pelo seu Sangue.

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Transcript

EXALTANDO O SENHOR CRIADOR, A SUA JUSTIFICAÇÃO E O SEU REINADO GLORIOSO.

IDEIA EXEGÉTICA
O Salmista exalta ao SENHOR, pois fundou e estabeleceu com poder tudo que existe (1-2). Também questiona quem subirá no monte do SENHOR, pois, sendo justo, receberá a bênção do SENHOR (3-6). Então, o salmista ordena a abertura dos portões para a entrada do SENHOR dos Exércitos como o Rei da Glória (7-10).
IDEIA HOMILÉTICA
Exaltando o SENHOR criador, a sua justificação e o seu reinado glorioso.
PROPÓSITO DO TEXTO
O meu principal argumento é, que o Salmo 24 dos versos 1 ao 10 nos conduz ao reconhecimento da nossa insuficiência em salvar-nos e a idolatria do nosso coração. Mas, agora podemos entoar um hino ao SENHOR dos Exércitos, o Rei da Glória, porque nos salvou pela Sua própria justiça, e adentramos ao Seu Santo Monte pelo seu Sangue.
INTRODUÇÃO
Dias atrás vi uma postagem em uma rede social que constatava neste tempo de pandemia, a quantidade de materiais de estudo bíblico e sermões ao acesso do mundo todo. Isso é admirável, e louvável, e graças a Deus, porque pessoas estão sendo informadas sobre o evangelho de Jesus Cristo.
Entretanto, é constatado um enfraquecimento espiritual, e um abalo emocional assustador. Por que as pessoas, e muitos cristãos que compõem este número estão desesperados? ou abalados? Por que o temor excessivo em relação aos três poderes que regem a nação Brasileira? Ou em relação às organizações mundiais? O contexto pandêmico é crítico, e deve ser tratado com todo o respeito e cuidado, porém, há um temor em relação ao vírus, ou da incerteza da vida após a morte?
O Salmo 24 nos mostrará através da perspectiva da adoração, que o cristão seguro sobre a soberania de Deus não teme as adversidades da vida; também, procura continuamente viver de modo digno do Reino de Cristo, por causa da certeza da salvação. E, por fim, crê fielmente no governo presente do Senhor Jesus, além de esperar sob o preparo do Espírito Santo a consumação da volta de Jesus.
CONTEXTO
Existe uma concordância entre alguns comentaristas[1] que o cenário histórico do Salmo 24 seja o contexto de Segundo Livro de Samuel 6, quando Davi trouxe da Casa de Obede-Edom a Arca da Aliança para Jerusalém (v.10). Primeiro, porque a exaltação do SENHOR de toda a terra era visível pelas grandes proezas que ele realizava pelas mãos de Davi (2Sm 5.10); Segundo, porque temos um momento de grande adoração e louvor do povo e de Davi pela chegada da Arca da Aliança na tenda do Senhor (v.17); e, por fim, a relação desse Rei da Glória tipificado pela Arca que sobe ao seu monte Santo, o SENHOR dos Exércitos, que se assenta acima dos querubins (2Sm 6.2; Sl 24.10).
Assim como, Boice e Harman afirmam que esse salmo era usado na liturgia judaica como serviço de adoração, com uma diferença, para Boice o salmo servia na liturgia como “adoração no primeiro dia da semana”.[2] E, para Harman era cantado no início do dia do Sábado, como na “oferenda do vinho”.[3] Estas afirmações são base de estudo destes renomados teólogos, e devemos refletir sobre o assunto.
Entretanto, o que podemos realmente dizer neste sermão é, o Salmo 24 dos versos 1 ao 10 nos conduz ao reconhecimento da nossa insuficiência em salvar-nos e a idolatria do nosso coração. Mas, agora podemos entoar um hino ao SENHOR dos Exércitos, o Rei da Glória, porque nos salvou pela Sua própria justiça, e adentramos ao Seu Santo Monte pelo seu Sangue. E, deve além da utilização do momento litúrgico de Adoração do Culto ao Senhor, ser utilizado como marco de gratidão na vida de todo cristão.
Por isso neste salmo somos levados a exaltar o SENHOR como Criador e sustentador de toda a terra (1-2), como aquele que manifesta sua Justiça em Cristo para que possamos subir ao monte do Senhor, e habitar no seu santo lugar (3-6) e assim aguardarmos o Seu Reinado Glorioso, no qual o rei da glória virá para estabelecer o seu domínio sobre toda a terra, e subjugar os seus inimigos. (7-10).[4]
EXALTANDO O SENHOR CRIADOR (1-2)
Salmo de Davi
Ao Senhor [é] a terra e tudo que nela existe,
o mundo e os que estão habitando nela.
Pois, fundou ele sobre os mares,
e sobre as correntes a estabeleceu [com poder].
O SENHOR fundou e estabeleceu com poder tudo que existe. Portanto, nós o glorificamos porque é essencialmente intrínseco ao ser humano adorá-lo.
1ª Argumentação
O salmista exalta ao SENHOR por meio da adoração em recordar e expressar quem foi o verdadeiro Deus que fundou, ou estabeleceu as bases para construir pela sua sabedoria eterna a terra e tudo que nela existe (1a; Pv 8.22-36). Também sustenta pelo poder da sua mão todo o mundo (Jo 5.17) e, principalmente, rege a história humana para cumprimento dos seus propósitos, e para exultação do seu povo, a história da nossa redenção. Tudo foi estabelecido, ou construído pelo poder da sua voz e segundo os seus desígnios.
Esta primeira parte nos remete a narrativa de Gênesis 1 e 2. Onde temos de forma inspirada por Deus a Moisés a criação organizada e assinada pelo próprio Criador como boa. Toda essa qualidade institucional foi para introduzir o homem segundo a Sua imagem e Sua semelhança, a santidade e o governo justo do SENHOR sobre tudo que existe.
Portanto, qualquer um que se apropria de algo nesta terra, ou assume como dono e criador é um parasita. Lembre-se de Satanás ao tentar Jesus oferecendo os reinos do mundo e a glória deles (Mt 4.8). É um parasita se apropriando do que não é seu. Este é o exemplo primário de ingratidão, cobiça e mentira.
Também, com esta afirmação quero afirmar que, a teoria da evolução das espécies, e a teoria da organização de tudo que existe pela explosão cosmica, o Big Bang, é o desejo da autonômia do homens, e idolátria do coração enganoso. Esse pensamento não adora o SENHOR dos Exércitos e deve ser rejeitado pelos filhos de Deus.
2ª Argumentação
Embora o salmista retrate Gênesis 1 e 2, podemos refletir como inferência sobre uma perspectiva mais próxima dos olhos de Davi, com relação a sua exaltação ao SENHOR Criador. Pois, se considerarmos as questões levantadas no contexto histórico do Salmo 24, podemos perceber a ausência do templo e a presença da tenda, ou do tabernáculo (2Sm 7.6; 1Cr 6.32;21.29; 2Cr 1.3,13).
Quando o tabernáculo foi confeccionado o projeto instituído pelo próprio SENHOR incluía nas peças forjadas as formas de plantas (Êx 25.9,33). Nas cortinas (Êx 26.1-13) e no propiciatório em cima da Arca da Aliança tinham querubins (Êx 25.20). Esta obra conduzia o povo a lembrança representativa do Jardim do SENHOR, que antes foi proibido o acesso pela ingratidão e cobiça de Adão, agora aponta a necessidade de um mediador entre o povo e o SENHOR. Portanto, o salmista está deslumbrando alegremente a chegada do SENHOR dos Exércitos tipificado pela Arca da Aliança (1Sm 4.3-4), e exaltando primeiramente a Criação perfeita, e a permissão em cultuá-lo no local da sua habitação.
Pensemos assim: - Estive em Mutum, Minas Gerais, visitando meus avós, e percebi como a nossa perspectiva muda ao passo que crescemos. A casa na fazenda tem outro sentido emocional, os espaços ganham proporções diferentes, mudam os lugares preferidos, as conversas a mesa ganham corpo e prioridade, e sempre acompanhados com o bom café e bolinhos. São momentos inesquecíveis e adoráveis.
Mas, qual a relação desta ilustração com a adoração do Salmista?
Irmãos, ao passo que crescemos no conhecimento de Deus e de nós mesmos devemos mudar nossa perspectiva e prioridade. Reconhecemos a soberania de Deus e a provisão do Senhor, então sejamos mais gratos! É assim que a boa liturgia conduz o cristão ao Culto de Adoração ao SENHOR, lembrando-o que todas as bênçãos vêm de Deus; que cada momento é inesquecível, pois, o servimos em todo o tempo; que todos os feitos do SENHOR são adoráveis, pois são bons e justos.
Também, o reconhecimento do Senhorio do SENHOR dos Exércitos sobre tudo que existe deve nos dar paz. Porque não existe perseguição, doença pandêmica, crise política, ou familiar e desemprego que foge do controle do SENHOR. Assim como, a esperança de libertação, ou salvação.
E o nosso SENHOR não é restrito a regiões, povos e línguas. Ele ultrapassa as fronteiras, as línguas e povos. Ele rege com poder sobre todos, e nos faz um em si mesmo (Gl 3.28). Termino este ponto com a conclusão de Paulo: Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus (1Co 10.31).
Logo, se compararmos o nosso texto sob a perspectiva da revelação de Deus, a primeira divisão apresenta claramente a Criação. Sequencialmente vem a Queda, e a necessidade de um resgatador para nos justificar, portanto, quem é santo para habitar sobre o monte do SENHOR?
EXALTANDO O SENHOR JUSTIFICADOR (3-6)
Quem subirá no monte do SENHOR?
E quem ficará de pé no seu santo lugar?
[O que é] limpo de mãos e puro de coração,
que não elevou em vão a sua alma,
e não foi jurado fraudulento.
Receberá a bênção do SENHOR,
e a justiça do Deus da sua salvação.
Esta [é] a geração que estão procurando-o,
que estão procurando a face de [Deus], ó Jacó. Selá
O salmista exaltou na primeira divisão o verdadeiro SENHOR, e reconheceu o seu domínio e sua grandeza. No entanto, o salmista enxerga a condição da humanidade. Logo, nos faz pensar diante as perguntas retóricas em quem é limpo, ou inocente, ou livre de culpa ou maldade? Quem não elevou em vão sua alma, ou colocou algo como superior em sua vida? Quem pode afirmar que seu coração nunca levantou ídolos no lugar do SENHOR? E, qual homem, ou rei que não jurou solenemente e não cumpriu?
Como disse Calvino: “Do que é lícito concluir que a imaginação do homem é, [...], uma perpétua fábrica de ídolos”.[5]
1ª Argumentação
Perceba que a exigência, limpo de mãos e puro de coração, relacionam as ações corretas diante um mundo corrupto, e agir sem ferir a própria consciência. É o cumprimento perfeito da adoração ao SENHOR. Além disso, envolvem um relacionamento puro para com o SENHOR (Mt 5.8), que não elevou em vão a sua alma, ou como definiu o Rev. Felipe Fontes sobre idolatria, que “é um “amor desordenado”: a devoção que deveria ser dirigida a Deus é direcionada a outra pessoa, desejo, elemento, atividade, e assim por diante”.[6]
2ª Argumentação
Se antes a exigência é para com o SENHOR, temos também a ação perfeita para com o próximo, não foi jurado fraudulento, ou jurou falsamente. Nossas ações para com Deus refletem nas ações para com o próximo, no sentido de que a honestidade e misericórdia deve ser um marco da vida cristã. Portanto, o salmista retrata o mesmo pensamento do Salmo 15:
O que vive com integridade, e pratica a justiça,
e, de coração, fala a verdade;
o que não difama com sua língua,
não faz mal ao próximo,
nem lança injúria contra o seu vizinho;
o que, a seus olhos, tem por desprezível ao réprobo,
mas honra aos que temem ao Senhor;
o que jura com dano próprio e não se retrata;
o que não empresta o seu dinheiro com usura,
nem aceita suborno contra o inocente.
Quem deste modo procede não será jamais abalado. (Sl 15.2-5)
Embora as caracteristicas reais exigidas devam estar presentes no homem para subir no monte do SENHOR e ficar de pé, ou levantar-se no santo lugar, quem está declamando é Davi, o pastor e rei (2Sm 7.8-9; Sl 23; 21.1). Ele foi levantado como rei sobre Israel, e colocado como o pastor desse rebanho. Porém, Davi está diante de um “confronto”[7] pessoal (Sl 22.1-11), e, também diante do confronto com seus inimigos (Sl 22.12-23.6), ele está sofrendo angústias e dores na carne. Se pensarmos que Davi está diante do Santo lugar onde ficava a Arca da Alinça, realmente homem algum poderia levantar-se pela dignidade própria.
3ª Argumentação
Portanto, o salmista declara que receberá, ou será concedida a permissão para levantar do , e concedido a bênção do SENHOR poderá prestar adoração verdaeira.
Será aplicado continuamente a bênção da justificação[8], e será aplicado pelo Justo Juiz, a justiça do Deus da sua salvação. Seria como o documento de alforria concedida ao escravo, que pode ser apresentado como atestado de liberdade. Esta é a maior esperança que uma geração que está procurando o SENHOR, ou buscando santificação por meio da sua Palavra (Sl 1) deve se aplicar em obter ou alcançar; Lembrando, que anteriormente representado pelo sacrifício dos animais (2Sm 6.13), agora, pela mediação do sangue de Jesus Cristo (Rm 5). Isto é verdadeiro pelo uso do pronome demonstrativo “Esta”, ou “tal” indicando os verdadeiros israelitas, aqueles que se oferecem como verdadeiro sacrifício a Deus. Como disse Spurgeon, “estes são a regeneração, estes estão na linguagem da graça; estes são a semente legítima”.[9]
A conclusão desta divisão exalta a justificação do SENHOR pela segurança que o seu povo selado pode desfrutar em paz. Firmados pela fé, conforme Paulo disse: Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus (Rm 3.21-24).
E seguros sobre a justificação gratuita, também estejamos seguros sobre o Reinado eterno de Jesus. Portanto, devemos glorificar o Reino Glorioso do nosso SENHOR, pois a terra e seu povo estão preparados para receber o Rei da Glória.
EXALTANDO O REINO GLORIOSO DO SENHOR (7-10)
Levantai, ó portas, as vossas cabeças;
e, levantai-vos, ó portais da eternidade,
e que entre o Rei da Glória.
Quem [é] este Rei da Glória?
O SENHOR, forte e poderoso,
o SENHOR, valente na guerra.
Levantai, ó portas, as vossas cabeças;
e, levantai-vos, ó portais da eternidade,
e que entre o Rei da Glória.
Quem ele [é], este Rei da Glória?
O SENHOR dos Exércitos,
ele [é] o Rei da Glória. Selá
Este salmo é uma verdadeira obra de adoração ao SENHOR. Pois Ele é exaltado pela sua obra perfeita, que conduz nosso coração à gratidão e paz. Também, ao reconhecimento da nossa condição após a Queda, a necessidade de arrependimento, mas a exultação pela ação vicária[10] de Jesus em justificar os verdadeiros filhos de Deus para a Salvação. Assim como, esta liturgia continua em sentido de adoração e exultação, porque o SENHOR dos Exércitos é o Rei da Glória.
Esta última divisão foi construída sobre um padrão de paralelos,[11] que demonstram o conhecimento amadurecido de Davi sobre a Glória do SENHOR. Pois, se levarmos em consideração a subida da Arca da aliança (2Sm 6), ou perante algum retorno vitorioso do campo de batalha concedido pelo SENHOR, símbolizado pela Arca,[12] chegaremos a grande ênfase do salmista: que entre o Rei da Glória (8a-9c). Porque todas as ordenanças de Davi para levantar (7ab-9ab) os portões são precisamente objetivas, ou seja, para exaltar com [ramos] nas mãos a grande entrada desse Rei poderoso e vitorioso na batalha contra os inimigos, que é YHWH Tsevaoth, o SENHOR dos Exércitos é o Rei da Glória.
Esta divisão de duplo cumprimento, também nos remete a entrada jubilante do Filho de Davi na cidade de Jerusalém registrada pelos quatro evangelhos. Jesus foi exaltado pelo povo com ramos nas mãos às portas de Jerusalém; ao entrar no templo expulsou os cambistas, pois desonravam a sua casa; curou cegos e coxos, e foi louvado pelas crianças (Mt 21.1-17).
A conclusão desta divisão exalta e adora o SENHOR dos Exércitos pela segurança no seu Reino, que o seu povo selado pode desfrutar em paz na consumação de todos os desígnios do SENHOR. Porque a revelação de Jesus a João no livro de Apocalipse 14.1-5, corrobora sobre os versos de 7 a 10, onde o estabelecimento do Reino Eterno do Cordeiro, Jesus, e da segurança dos selados dentre as nações, Israel e os gentios, sobre o monte Sião, por causa da vitória de Jesus sobre a morte, e do cumprimento perfeito da Lei.[13]
Irmãos! Jamais entraríamos no céu de Deus, porque não temos as mãos limpas e puro o coração. Mas como disse Spurgeon: - “Ele entrou como predecessor daqueles que nele confiam”.[14] Jesus não adentrou Jerusalém por acaso, ele realizou obejetivamente a limpeza necessária para a adoração verdadeira; ele curou os cegos espiritualmente; ele fez caminhar os coxos no Caminho aplainado; ele fez velhos pecadores voltarem ao nascimento para adorarem verdadeiramente e eternamente.
Jesus é o verdadeiro Pastor e Rei do povo de Deus. Portanto, exultemos ao criador que preparou sua chegada, e exultemos a salvação concedida pelo Justificador do seu povo, o SENHOR da Aliança. Exultemos também, a vitória de Jesus sobre a morte, a ressurreição; exultemos o Justo, Jesus Cristo, pois com base em sua justiça recebemos o perdão,[15] e glorifiquemos ao Rei dos Reis e SENHOR dos Senhores, como súditos fiéis.
CONCLUSÃO
Inicialmente os versos 1 e 2 ensinam a exaltar o SENHOR criador. Toda a análise sobre a obra perfeita do SENHOR deve criar em nós um desejo por adorá-lo em todos os momentos. Adorá-lo é uma expressão magnífica da obra Trinitária em nós, porque o SENHOR retirou a nossa condição de inimigos, agora tenho paz! Nos presentiou com dom da fé em Cristo Jesus, alvejando nossas roupas com seu sangue, agora tenho vida! E, estabeleceu o seu reino eterno, agora tenho casa! Tudo isto de forma gratuita. O que podemos querer?
Portanto, de forma prática o nosso coração deve esperar alegremente pelo retorno dos cultos presenciais nas igrejas, porque é nosso objetivo primário, para a participação nos sacramentos, o batismo e a Ceia do Senhor. Também confronta o quanto temos sido grato pelas bênçãos do SENHOR, ou mesmo diante de um livramento. Saiba que, um coração grato aprende a ver a mão de Deus nos mínimos detalhes.
Conhecer o domínio do SENHOR sobre tudo o que existe, revela sobre sua preservação sobre os justificados por Cristo (Sl 37.28). Logo, aumenta sua força para suportar as aflições; trás paz ao coração aflito; isso, porque a sua força acaba rápido diante das provações da vida. Além de criar um senso de responsabilidade como mordomos e regentes sobre a criação.
Os versos de 3 a 6 ensinam a exaltar ao SENHOR por causa da justificação e salvação. Uma das teses sobre a justificação é, que as nossas obras não pagam o preço necessário para a salvação. Portanto, preencha o teu coração da eficácia do sacrifício de Jesus, é suficiênte para todos que nele crê. Isso gera em nós paz, e humildade pela benevolência recebida; gera amor, pelo sacrifício oferecido.
Os efeitos desse entendimento produz obras misericordiosas. Não praticamos boas obras para alcançar à salvação, fazemos porque somos salvos e servos de Jesus Cristo.
Vivemos nova vida gerada em por Cristo. Portanto, como você tem agido no trabalho? Com honestidade? Com os filhos e o cônjuge, têm se preocupado com a vida espiritual deles? Como você tem cuidado da criação de Deus? O mundo precisa de um modelo de justiça, porque não tem encontrado nas suas autarquias, e a igreja, deve pelos seus membros apresentar o padrão de justiça conforme o de Jesus Cristo.
A igreja por meio da centralidade da Pregração da Palavra; o exame pessoal pelos Sacramentos e a aplicação amorosa da disciplina, reflete a Majestade que é Cristo Jesus.
Os versos 7 a 10 ensinam a exaltar o reino glorioso do SENHOR. Você exalta a Jesus por sua vitória? Nenhuma das aflições momentâneas podem arrancar a esperança firmada pelo Espírito Santo da volta do Senhor Jesus. Homens testemunharam sobre o verdadeiro Rei, e sofreram no fogo, a espada, a cruz. Porque cremos nas palavras de Jesus, que ele voltará.
Também, quando não havia em nós condição alguma para satisfazer a vontade do Senhor nós fomos resgatados pela vitória de Jesus sobre a morte, ele ressuscitou. Logo, Ele é o único justo entre os homens, o vitorioso Rei que ascendeu ao céu e recebeu o direito ao Trono de Glória. Esta é a fé verdadeira, e se nós somos o povo do SENHOR, não busque a Cristo pelos seus milagres, ou por causa da comida ou bebida, ou a cura. Não barganhe com o SENHOR através do dinheiro, este é o exemplo daqueles que o exaltaram na porta de Jerusalém, e depois gritaram: - Crucifica-o! Crucifica-o!
O verdadeiro Israel de Deus é grato pela providêcia já desfrutada, como aque se completará. É grato pela misericórdia, pois nos salvou da morte eterna, e garantiu a vida eterna em sua habitação.
BIBLIOGRAFIA
BOICE, James Montgomery, Psalms 1–41: An Expositional Commentary, Grand Rapids, MI: Baker Books, 2005, p. 214.
HARMAN, Allan, Salmos, 1a edição. São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2011, p. 135.
FUTATO, Mark David, Interpretação dos Salmos, 1a Ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 22.
KUYPER, Abraham, A obra do Espírito Santo, 1a Ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.
SPURGEON, Charles Handon, Os tesouros de Davi, Curitiba, PR: Publicações Pão Diário, 2009.
BERKHOF, Louis, Teologia Sistemática, 4a Ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2012.
ROBERTSON, O. Palmer. The Flow of the Psalms: Discovering Their Structure and Theology (Locais do Kindle). P&R Publishing. Edição do Kindle.
FONTES, Filipe Costa, Idolatria do coração: um inimigo ignorado, Brasília, DF: Editora 371, 2019.
CALVINO, João, As Institutas, trad. Waldyr Carvalho Luz, Edição Clássica, vol. 1 (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2006). (Edição do Logos)
[1] Podemos encontrar esta similaridade contextual nos comentários de: James Boice (BOICE,2005,p.214 (Ed. Logos)); Allan Harman (HARMAN,2011,p.136); Spurgeon (DAVID,2018,p.112);
[2] BOICE, James Montgomery, Psalms 1–41: An Expositional Commentary, Grand Rapids, MI: Baker Books, 2005, p. 214.
[3] HARMAN, Allan, Salmos, 1a edição. São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2011, p. 135.
[4] A estrutura desta perícope (1-10) contém três temas. O primeiro tema (1-2) é a exaltação do poder do SENHOR da aliança que criou e sustenta todas as coisas. Há duas premissas que sustentam essa conclusão: a) o salmo inicia com a descrição “Salmo de Davi” lĕdāwid mizmôr (1a), indicando um novo início; b) o verbo principal “fundou” yĕsādāh (2a) sustenta as afirmações anteriores (1b-c) por subordinação; c) o verbo no imperfeito “estabeleceu (com poder) yĕkônĕnehā (2b), que está ligada a oração principal por coordenação, encerra essa divisão fundamentando o motivo da exaltação do poder do SENHOR da aliança na criação. O segundo tema (3-6) é levantada a questão sobre a posição de santidade necessária para subir e estabelecer-se no local de habitação do SENHOR (3a-4b), e não o conceito apresentado desde o início do salmo. A premissa sustentando essa conclusão é de natureza sintática. a) o pronome interrogativo “Quem” mî (3a), seguida pelos verbos no imperfeito “subirá e ficará” yaʿăle e yāqûm (3ab) mudam o cenário e assunto, lançando o leitor para o conceito de santidade do local de habitação do SENHOR. b) E o selâ (6b) apresenta uma pausa. O terceiro tema (7-10) apresenta o SENHOR dos Exércitos como o Rei da Glória adentrando o Seu Santo lugar. Há duas premissas sustentando essa conclusão: a) a perícope final (10bc) está construída na forma de paralelismos, e a expressão através dos imperativos (7ab,9ab) conclamam a vitória do Rei da Glória; b) os verbos imperfeitos no jussivo “que entre” wĕyābôʾ (8a,9c) são coordenadas pela ação principal (7a), e apresentam uma petição para que entre o Rei, confirmando que toda a perícope (7-10) trata do mesmo tema. b) E o selâ (10c) apresenta uma pausa. Em conclusão, a estrutura geral do texto (1-10) tem a finalidade maior de explicar o motivo do SENHOR em estabelecer todas as coisas segundo a sua justiça para reinar eternamente.
[5] João Calvino, As Institutas, trad. Waldyr Carvalho Luz, Edição Clássica, vol. 1 (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2006), 107. (Edição do Logos)
[6] FONTES, FILIPE COSTA, Idolatria do coração: um inimigo ignorado, Brasília, DF: Editora 371, 2019, p. 14.
[7] Para Palmer Robertson, “The Lord God Almighty rules eternally over heaven and earth. But the “mystery of iniquity” has arisen to challenge his sovereignty among humanity” [ROBERTSON,2015,posição Kindle.1330-1331]. Como resposta do Senhor, ele firmou sua aliança e prometeu um resgate pelo que chama “singular saving hero” [ROBERTSON,2015,(Locais do Kindle 1333)], que no tempo determinado vencerá o conflito mortal com “Satanás (Gn 3.15)”. Porém, o “confrontation will characterize the whole of human history until the consummation” [ROBERTSON,2015,posição Kindle.1334]. No entanto, “In the days of Israel’s kingship, this confrontation manifested itself through the struggle of Israel’s messianic king to establish his kingdom of righteousness and peace”. Sendo “David the son of Jesse was the man chosen by God to fulfill this redemptive role” [ROBERTSON,2015,posição Kindle.1338]. Nesta primeira tentativa de estabelecer “this kingdom of righteousness, mercy, and peace, he would experience constant confrontation with his many enemies. Book I of the Psalms reflects this opening framework of confrontation. [ROBERTSON,2015,Locais do Kindle.1339-1340].
[8] Kuyper tratando sobre a obra do Espírito Santo no indivíduo, afirma que “a justificação enfatiza a ideia do direito”. Logo, o “Senhor é o Legislador, nosso Juiz e nosso Rei. [...] como Legislador, determina o que é direito; como Juiz, julgando o nosso ser e atos; como Rei, dispensando recompensas e punições” [KUYPER,2010,p,370]. Isto quer dizer que: “o status de um homem não depende do que ele é, mas da decisão das autoridades com relação a ele; não do que ele é de fato, mas do que se julga que ele seja”. [KUYPER,2010,p,376]
[9] SPURGEON, Charles Handon, Os tesouros de Davi, Curitiba, PR: Publicações Pão Diário, 2009, p. 115–116.
[10] Este termo “vicário” é pertinente para descrever a segunda divisão, porque segundo Berkhof, o seu “sentido estrito da palavra, que ele tomou o lugar dos pecadores, e que a culpa deles lhe foi imputada e a punição que mereciam foi transferida para ele” [BERKHOF,2015,p.346]. Com isto, quero dizer como verdade que: “Os sofrimentos de Cristo não foram tão somente os sofrimentos que um amigo padece por simpatia, mas, sim, foram os sofrimentos substitutivos do Cordeiro de Deus pelos pecados do mundo” [BERKHOF,2015,p.346].
[11] FUTATO, Mark David, Interpretação dos Salmos, 1a Ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 22.
[12] HARMAN, Salmos, p. 135.
[13] A conclusão exegética sobre Ap 14.1-5 foi: a) Observa-se que a estrutura inicial da visão “E olhei, e eis [que], é um convite para a apresentação do estado do Cordeiro. b) Entendemos que o termo “o Cordeiro tendo ficado [de pé] sobre o monte Sião”, está compreendendo os resultados reais da vitória do Cordeiro, e somos preservados por causa do retorno vitorioso do Cordeiro. E o monte Sião é a pré-figuração da habitação do Rei, Jesus. É, também, o local da morada final dos eleitos, a Jerusalém celestial. d) Entendemos que o nome escrito na fronte dos 144 mil é simbólico, e representa a marca da proteção e habitação do homem escolhido, pela ação do E.S. e) Por fim, acreditamos que os 144 mil representam a totalidade dos eleitos debaixo da “aliança da graça” intituida após a Queda em Adão.
[14] SPURGEON, Os tesouros de Davi, p. 118.
[15] BERKHOF, Louis, Teologia Sistemática, 4a Ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, p. 473.
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