IPVM no Lar | Tiago 2.5-7

Exposição na epístola de Tiago  •  Sermon  •  Submitted
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Estudo bíblico expositivo na Carta de Tiago 1.12, baseado nos comentários: Kistemaker, S. J. (2006). Tiago e Epístolas de João. (C. A. B. Marra, Org., S. Klassen, Trad.) (1a edição). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã. / Grünzweig, F. (2008). Comentário Esperança, Carta de Tiago. Curitiba: Editora Evangélica Esperança. / Calvino, J. (2015). Epístolas Gerais. (T. J. Santos Filho & F. Ferreira, Orgs., V. G. Martins, Trad.) (Primeira Edição). São José dos Campos, SP: Editora FIEL. / Blomberg, C. L., & Kamell, M. J. (2008). James (Vol. 16). Grand Rapids, MI: Zondervan. / Dibelius, M., & Greeven, H. (1976). James: a commentary on the Epistle of James. Philadelphia: Fortress Press.

Notes
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Handout
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Divisão do capítulo 2

2.1–13 A. A Fé e a Lei
2.1–4 - 1. Evitem o favoritismo
2.5–7 - 2. Sejam ricos em fé
2.8–11 - 3. Obedeçam à lei régia
2.12,13 - 4. Mostrem misericórdia
2.14–26 B. Fé e Obras
2.14–17 1. Fé sem obras
2.18,19 2. Fé, obras e credo
2.20–24 3. A fé de Abraão
2.25,26 4. Fé e justificação

2. Sejam ricos em fé

5 Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?

Mais uma vez, Tiago se dirige aos leitores como irmãos.
Ele pede atenção exclusiva: “Ouvi”.
Quer que ouçam e tomem nota. Seu tom de voz, porém, é suave, pois ele chama os leitores de “queridos irmãos” (Tg 1.16,19).

a. Escolheu

Tiago faz uma pergunta que só pode ser respondida na afirmativa.
“Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres,?”
É claro que sim.
As Escrituras ensinam claramente que, em sua graça eletiva, Deus não faz a escolha com base no mérito, mas no amor para com seu povo (ver, por exemplo, Dt 7.7).
Deus dirige seu amor aos pobres e necessitados, pois seus olhos estão sempre sobre eles (Jó 5.15,16; Sl 9.18; 12.5; Pv 22.22,23).
Isso não significa que todos os pobres estão incluídos e que Deus escolheu somente os pobres.
A eleição é obra de Deus, como ensina Paulo. “Deus escolheu as coisas humildes… a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1Co 1.28,29, e ver Ef 1.4).

b. Herdarem.

Tiago repete a idéia expressa anteriormente (Tg 1.9) quando escreve:
Tiago 1.9 RA
9 O irmão, porém, de condição humilde glorie-se na sua dignidade,
O que conta não são as riquezas terrenas, mas os tesouros espirituais (Mt 6.19–21; Lc 12.16–21).
Deus exige fé, como declarou com eloqüência o escritor aos Hebreus: (Hb 11.6).
Hebreus 11.6 RA
6 De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.
Observe que Tiago repete palavras de Jesus registradas como bem-aventuranças. Eis o paralelo:
Lc 6.20 e Tg 2.5
Tiago 2.5b RA
5 Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?
Lucas 6.20 RA
20 Então, olhando ele para os seus discípulos, disse-lhes: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.
Quem são os ricos em fé?
São os crentes, que Deus enriquece com dons espirituais.

c. Prometeu.

Deus prometeu o reino para aqueles que o amam.
Quem herda o reino?
Todos aqueles – quer ricos ou pobres – que amam o Senhor.

6 Entretanto, vós outros menosprezastes o pobre. Não são os ricos que vos oprimem e não são eles que vos arrastam para tribunais?

7 Não são eles os que blasfemam o bom nome que sobre vós foi invocado?

Através do Novo Testamento, ficamos sabendo que a igreja primitiva era formada, em grande parte, por pessoas pobres, especialmente na Judéia e em Jerusalém (At 11.29,30; 1Co 16.1–3).
Essas pessoas, pertencentes à classe mais baixa da sociedade, estavam tratando com deferência o rico e desprezando o pobre. Tiago condena essa prática desprovida de caridade.
A acusação que Tiago fez aos leitores de sua epístola é séria.
Desprezar os pobres implica desprezar Jesus Cristo, o protetor e guardião dos pobres.
Eles não defendem mais a causa de Cristo. Ao mostrar favoritismo para com o rico, eles “tomaram o partido do diabo contra Deus”.
Qual é o efeito desse esnobismo? Em seus ensinamentos, Jesus usou as seguintes palavras: “Quem não é por mim, é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha” (Mt 12.30).
Tiago trata da questão do favoritismo de forma assertiva.
Sua intenção é arrancar a raiz do favoritismo do solo da igreja cristã primitiva.
Ele exorta o crente a abrir os olhos, enxergar a realidade e responder a estas três questões:

a. Quem os explora?

Tiago responde essa pergunta mais adiante na epístola, quando repreende o rico que oprime o pobre.
Partindo do contexto geral da situação que Tiago descreve, ficamos sabendo que os ricos não pertencem à comunidade cristã.
Não importa se eram judeus ou gentios. Eles exploravam o povo que era incapaz de se defender, incluindo as viúvas e órfãos (comparar com Am 8.4; Mq 2.2; Zc 7.10).
Por meio dos escritos da comunidade de Qumran, na primeira parte do século 1o̱, descobrimos que até mesmo os sacerdotes de Israel estavam explorando os pobres.
Se os cristãos tratam com deferência aqueles que exploram e oprimem o pobre, vão contra ensinamentos claros das Escrituras. Os cristãos estão do lado errado, pois deveriam estar defendendo os pobres.

b. Não são eles que estão arrastando vocês para os tribunais?

O Novo Testamento oferece alguns exemplos bastante claros de apóstolos sendo levados para tribunais por judeus e gentios (At 5.27; 16.19; 18.12).
Judeus ricos e influentes tinham o poder de arrastar judeus cristãos pobres para os tribunais a fim de prejudicá-los.
Tiago não é específico em sua referência aos ricos. Quer fossem judeus ou gentios, essas pessoas ricas estavam recebendo honra e respeito dos mesmos cristãos que arrastavam para os tribunais.
Se esses cristãos não estivessem corrompidos pelo pecado do favoritismo, permaneceriam leais aos pobres, suportariam as injustiças e, assim, demonstrariam pensar como Cristo (ver, por exemplo, 1Pe 2.20). Ao invés disso, estavam honrando o rico e menosprezando o pobre.

c. Não são eles os que blasfemam o bom nome que sobre vós foi invocado?

Tiago é bem mais específico nessa terceira pergunta.
Ele está chamando seus leitores de volta à realidade.
Pede que digam quem são os que blasfemam o nome daquele a quem os leitores pertencem.
Tanto no Antigo Testamento como no Novo, Deus ensina que seu povo é “chamado pelo nome do Senhor” (Dt 28.10; comparar com 2Cr 7.14; Is 43.7; Jr 14.9; Am 9.12).
Os cristãos reverenciam o nome de Jesus – um nome que Tiago descreve como sendo bom.
São eles que precisam ouvir os ricos blasfemando contra o nome de Jesus.
Se ficarem em silêncio enquanto os ricos blasfemam contra esse bom nome, eles mesmo pecam contra o mandamento de não tomar o nome de Deus em vão (Êx 20.7; Dt 5.11).
Ao permanecerem caladas, essas pessoas que pertencem a Jesus consentem com a blasfêmia do nome de Jesus.
Voltam-se contra ele ao mostrar deferência para com o rico.

Considerações práticas em 2.5–7

Versículo 5
Jesus se identificava com os pobres porque ele mesmo experimentou a pobreza desde o dia de seu nascimento em Belém até o dia de sua morte nos arredores de Jerusalém.
Conseqüentemente, os pobres responderam prontamente à mensagem de Jesus.
Eles ainda o fazem nos dias de hoje, pois a igreja está crescendo rapidamente entre os que se encontram economicamente debilitados em várias partes do mundo.
Como classe social, os pobres colocam sua fé em Jesus muito mais do que os ricos.
São pobres em bens materiais, mas ricos em fé.
Por causa das circunstâncias, os pobres não podem depositar sua confiança sobre os bens materiais. Assim, voltam-se para Jesus, que diz: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).
Versículo 6
Os ricos podem contratar advogados para dar queixas ou entrar com um processo.
Verifique os registros de um tribunal e as evidências mostrarão que, geralmente, são os ricos – e não os pobres – que processam uns aos outros.
Versículo 7
Aqueles que detêm os mais altos cargos da terra e têm o direito de exigir grande respeito perdem a estima dos cristãos quando usam mal o nome de Jesus.
Ao blasfemar contra o bom nome, eles desonram Jesus, ofendem seus seguidores e pecam contra Deus.
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