IPVM no Lar | Tiago 2.1-4

Exposição na epístola de Tiago  •  Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 48 views

Estudo bíblico expositivo na Carta de Tiago 1.12, baseado nos comentários: Kistemaker, S. J. (2006). Tiago e Epístolas de João. (C. A. B. Marra, Org., S. Klassen, Trad.) (1a edição). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã. / Grünzweig, F. (2008). Comentário Esperança, Carta de Tiago. Curitiba: Editora Evangélica Esperança. / Calvino, J. (2015). Epístolas Gerais. (T. J. Santos Filho & F. Ferreira, Orgs., V. G. Martins, Trad.) (Primeira Edição). São José dos Campos, SP: Editora FIEL. / Blomberg, C. L., & Kamell, M. J. (2008). James (Vol. 16). Grand Rapids, MI: Zondervan. / Dibelius, M., & Greeven, H. (1976). James: a commentary on the Epistle of James. Philadelphia: Fortress Press.

Notes
Transcript
Handout

Divisão do capítulo 2

2.1–13 A. A Fé e a Lei
2.1–4 1. Evitem o favoritismo
2.5–7 2. Sejam ricos em fé
2.8–11 3. Obedeçam à lei régia
2.12,13 4. Mostrem misericórdia
2.14–26 B. Fé e Obras
2.14–17 1. Fé sem obras
2.18,19 2. Fé, obras e credo
2.20–24 3. A fé de Abraão
2.25,26 4. Fé e justificação

1. Evitem favoritismo

2.1 Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.

O apelo é pessoal: “meus irmãos”. - os que tem fé em Jesus Cristo.
A idéia de ter fé nos remete ao início da epístola, quando Tiago encoraja os “irmãos” a perseverarem em sua fé (1.3).
O autor coloca-se no mesmo nível que os leitores e identifica-se com eles quando diz “nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória”.
Qual é o significado da expressão "nosso glorioso Senhor?
Em uma das epístolas de Paulo (1Co 2.8), aparece a expressão Senhor da glória.
1Coríntios 2.8 RA
8 sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória;
Ela é idêntica à referência ao “Deus da glória” no discurso de Estêvão (At 7.2).
Atos dos Apóstolos 7.2 RA
2 Estêvão respondeu: Varões irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a Abraão, nosso pai, quando estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã,
Ambos os títulos servem para lembrar a glória do Senhor que desceu sobre o tabernáculo e o encheu no deserto (Êx 40.35).
Êxodo 40.35 RA
35 Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porque a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo.
Uma possível interpretação é tomar as palavras da glória e colocá-las em aposição com Jesus Cristo: “Jesus Cristo, que é a glória de [que pertence a] Deus”.
Essa interpretação assemelha-se ao testemunho de João. (Jo 1.14).
João 1.14 RA
14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
O termo descritivo glorioso nessa passagem demonstra contraste entre a glória de nosso Senhor Jesus Cristo e o brilho das riquezas terrenas.

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO

Os irmãos não devem olhar para o seu próximo e julgá-los simplesmente pela aparência externa.
Assim, Tiago admoesta seus leitores a não fazerem “acepção de pessoas”.
Não olhem para o rosto, as roupas, a riqueza ou a posição!
Não sejam parciais em seu julgamento.
Tiago lança mão de uma ilustração e diz:

2 Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso (farrapos),

3 e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés,

4 não fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de perversos pensamentos?

A palavra grega “sinagoga” (v. 2) significa “reunião”.
eles eram de descendência judia.

a. “Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem”.

O autor usa o termo sinagoga, que pode significar tanto o culto como uma reunião especial para tratar de questões oficiais.
Tiago não especifica o propósito da reunião em questão.
Alguns estudiosos acham que Tiago retrata uma assembléia que se reúne para tratar de assuntos oficiais, isto é, judiciais.
A opinião comum, porém, favorece o conceito de culto. A intenção do exemplo é mostrar uma reunião de crentes em que prevalecia o esnobismo.

b. “com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo,”.

O homem rico era membro da igreja? Era um visitante? Era oficial do governo ou dignitário?
Não sabemos.
Talvez fosse uma pessoa de autoridade, e não um membro da igreja local.
O centurião que construiu a sinagoga de Cafarnaum, por exemplo, era supostamente um prosélito (Lc 7.2–5).
As reuniões da igreja eram abertas ao público, de modo que pessoas da comunidade tinham a oportunidade de encontrar-se com cristãos para os cultos e estudos (1Co 14.23,24).

c. e entrar também algum pobre andrajoso”.

O contraste é intencional, pois o homem rico veste roupas brilhantes, de cores vivas; as roupas do pobre estão sujas, gastas e feias.
Ele é miserável; as únicas roupas que possui são aquelas que está vestindo.
Mais uma vez, não sabemos se o homem é membro da igreja.
Provavelmente não. Ele parece ser um visitante também.

d. “e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo”.

A ênfase nesta parte da passagem é sobre a aparência externa desses dois visitantes.
Só os trajes dos dois são importantes.
É claro que as vestimentas refletem a condição social desses dois indivíduos: um é rico e tem influência, o outro é pobre e nada tem.
A reação imediata dos membros da igreja é tratar com deferência o homem rico e dar-lhe um bom lugar para assentar-se.
Na sinagoga local daquela época, escribas e fariseus ocupavam os assentos mais importantes (Mt 23.6; Mc 12.39; Lc 11.43; 20.46).
No ambiente da igreja retratada por Tiago, o homem rico recebe uma recepção calorosa e é levado para um bom assento, talvez num lugar mais alto.
O homem pobre pode ficar em pé no fundo da sala ou assentar-se no chão com as pernas cruzadas. Na verdade, o texto diz “assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés”.

e. “não fizestes distinção entre vós mesmos?

Fazer essa pergunta é o mesmo que respondê-la.
Certamente eles discriminaram e tornaram-se “juízes com pensamentos perversos”.
Ao invés de olhar para a incomparável glória de Deus, estão olhando fixamente para o esplendor de um anel de ouro e trajes finos.
Ao invés de honrar a Jesus Cristo, estão honrando com deferência um homem rico e desprezando um pobre.
E, ao invés de aceitar a pessoa, tomando por base sua fé em Cristo, estão mostrando favoritismo baseado em aparências e posição.
Tiago não fala para juízes eleitos oficialmente, mas para os membros da igreja.
A congregação deve perceber a plena extensão do seu pecado de discriminação.
Esse não é um pecado que pode ser considerado insignificante. De acordo com Tiago, o que está em jogo é a injustiça, pois o coração dos crentes está cheio de pensamentos perversos.
Um juiz cujos pensamentos são perversos não pode jamais ser imparcial, a justiça que ele exerce é uma farsa.
Desde os tempos mais remotos, a justiça é retratada como uma mulher com os olhos vendados, segurando em sua mão uma balança.
A venda impede que ela veja qualquer um, de modo que possa servir à causa da justiça com imparcialidade.
Dentro do contexto da fé cristã, a prática da discriminação é exatamente o oposto do amar ao próximo como a si mesmo.
Não importa se Tiago cita, aqui, um incidente que realmente aconteceu na igreja ou se cria um exemplo de algo que poderia acontecer. O que importa é que os crentes em Cristo devem lançar fora o pecado da discriminação. Em resumo, “não façam acepção de pessoas”.
Considerações práticas em 2.1–4
Deus ama os pobres, cuida deles e supre suas necessidades.
Quando a igreja de Jesus Cristo proclama o evangelho e recebe pobres na comunhão dos crentes, ela o faz demonstrando amor e preocupação por eles?
Related Media
See more
Related Sermons
See more