2 Pe 3.3-4 | IPVM no Lar

Exposição 2 de Pedro   •  Sermon  •  Submitted
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Esboço

3.1–13 O Dia do Senhor

3.1,2 - A. Lembrança
3.3,4 - B. Escarnecedores
3.5–7 - C. Destruição
3.8,9 - D. Tempo
3.10 - E. Elementos
3.11–13 - F. Consumação

B. Escarnecedores

3.3,4
Pedro descreve a época do Novo Testamento, a qual caracteriza como “últimos dias” (comparar com 2Tm 3.1; Jd 18).
Ele se refere a todo o período desde a ascensão de Jesus até a volta de Cristo, e assim inclui o tempo em que ele mesmo vive.
O próprio Pedro se depara com escarnecedores, os quais descreve como falsos mestres (ver o capítulo anterior).

3 tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões

Quando Pedro diz antes de tudo, não está enumerando uma lista de ítens.
Na verdade, ele enfatiza a importância fundamental daquilo que está prestes a ensinar.
Revela que seus leitores devem estar alerta e vigilantes contra os enganos desses escarnecedores (ver 2Pe 3.17).
2Pedro 3.17 RA
17 Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza;
Também ensina os crentes a terem consciência permanente de que estão vivendo os últimos dias.
A expressão últimos dias é comum no Novo Testamento.
Aparece, por exemplo, na Epístola aos Hebreus, onde o autor observa que Deus falou através de seu Filho (1.2), e Pedro menciona que, nesse último período, Deus revelou Jesus (1Pe 1.20; considerar também Tg 5.3).
A comparação implícita é que o tempo do Antigo Testamento precedeu a vinda de Cristo.
Esse período é o primeiro, e o do Novo Testamento é o último.
“Virão escarnecedores com seus escárnios”
Essas pessoas conhecem a revelação de Deus e seu julgamento por vir.
Por estarem familiarizados com as Escrituras, tornaram-se escarnecedores constantes de Deus e de sua Palavra.
O escárnio não deve ser confundido com a zombaria.
A zombaria retrata frivolidade (considera pouco valor), mas o escárnio é um pecado intencional. Ocorre quando, deliberadamente, a pessoa mostra desprezo por Deus e por seu Filho.
Entendemos que os escarnecedores são os falsos mestres que Pedro descreveu no capítulo anterior, mas também podemos captar um tom profético no tempo futuro virão.
Pedro está dizendo que, nos anos que antecedem a volta de Cristo, muitos escarnecedores ridicularizarão os cristãos por causa de sua fé em Deus.
Os escarnecedores de fato demonstram que eles próprios são apóstatas em palavra e atos. Pedro diz:
andando segundo as próprias paixões”.
Tendo rejeitado a revelação de Cristo, os escarnecedores se comprazem em seguir suas paixões naturais.
Epitumia - · Qual é a natureza dessa luta
No original – Desejos da Carne – Epithumia – pode ser traduzido por: Concupiscência / outras vezes por “desejos” – Nada disso ajuda muito.
O sentido literal é: “super desejo”, “desejo excessivo”, um impulso que a tudo controla.
O problema não é desejar coisas ruins, mas ter SUPERDESEJO por coisas boas.
Que acabam nos controlando e governando.
Isso é exatamente o oposto de se fazer a vontade de Deus, pois estão buscando continuamente encontrar a satisfação em prazeres físicos.
Ao observar estas pessoas, os crentes têm evidências visíveis de que estão vivendo os últimos dias, durante os quais os falsos profetas se propagarão (ver Mt 24.3–5,11,23–26).
4 e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
Aqui estão, portanto, as palavras ditas por esses escarnecedores.
Com arrogância, negam que o dia do julgamento virá. Repudiam a mensagem de que devem prestar contas de suas palavras e atos.
Escarnecem da promessa de Jesus, de que voltará no último dia, e perguntam presunçosamente: “Onde está essa ‘vinda’ que ele prometeu?”
Observe que eles não estão interessados no tempo da volta de Jesus, mas perguntam onde.
Assim, duvidam da veracidade da palavra escrita e falada de Deus, de maneira parecida com o que fez o povo judeu nos dias que antecederam o exílio, perguntando zombeteiramente: “Onde está a palavra do Senhor? Que se cumpra” (Jr 17.15; comparar também com Is 5.19; Ez 12.22).
Na metade do século 1o̱, os cristãos perguntavam aos apóstolos sobre a volta de Jesus.
Para eles, a segunda vinda era uma questão de tempo.
Esperavam que o dia do Senhor viesse em sua época.
Por esse motivo, então, a pergunta levantada pelos escarnecedores é apropriada para aquela determinada época da história.
"desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. ”
Se na metade do século 1o̱ os cristãos interrogavam os apóstolos sobre a volta de Cristo, podemos entender que até mesmo os descrentes repetiam com escárnio a mesma pergunta.
Mas os apóstatas vão muito além, pois, em sua obstinação, declaram que nada mudou.
Quem são esses pais?
Trata-se dos antepassados dos escarnecedores ou são os cristãos que faleceram? A versão Phillips traz o seguinte texto: “Desde que dormiram os primeiros cristãos, tudo permanece exatamente como era”.
Os escarnecedores estão dizendo que a vinda de Cristo não fez nenhuma diferença no que diz respeito à morte.
Dizem que os primeiros cristãos morreram como todas as outras pessoas.
Concluem, portanto, que o evangelho é irrelevante. Supondo que essa conclusão esteja correta, ainda nos deparamos com o porquê de os escarnecedores chamarem os primeiros cristãos de “pais”, especialmente quando ligam essa palavra à criação – “desde o começo da criação” – e não ao nascimento de Cristo.
“Tudo continua como sempre foi desde o começo da criação”.
Esses escarnecedores deixam de fora o nascimento, ministério, morte e ressurreição de Cristo, e, então, raciocinam que tudo permanece o mesmo desde o dia da criação.
Deixam entendido que a pessoa e a obra de Cristo não tem qualquer validade ou influência sobre a ordem natural dos acontecimentos, mas essa é justamente a questão: a vinda de Cristo mudou tudo, e sua volta um dia trará a consumação. Jesus voltará.
Considerações doutrinárias em 3.3,4
Jesus nos diz que, quando voltar, as pessoas que o rejeitam ficarão tão surpresas quanto ficaram os contemporâneos de Noé quando pereceram no dilúvio (Mt 24.37–39).
Mateus 24.37–39 RA
37 Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. 38 Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, 39 e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.
Jesus diz que o discípulo deve observar os sinais dos tempos.
Alguns desses sinais são:
a proclamação do evangelho em todas as nações (Mt 24.14),
o surgimento de falsos cristos e falsos profetas (Mc 13.22),
um período de crescente iniqüidade (2Ts 2.7)
e a vinda do Anticristo (1Jo 2.18).
Ao observar esses sinais, os crentes são fortalecidos em sua fé, certos de que Deus está conduzindo a história mundial para o dia glorioso da volta de Cristo.