2 Pe 2.20-22 | IPVM no Lar

Exposição 2 de Pedro   •  Sermon  •  Submitted
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O Juízo

2.17–22 E. Juízo Inevitável
2.17–19 1. Descrição
2.20–22 2. Doutrina

Doutrina

2.20–22
Nos três últimos versículos desse capítulo, Pedro repete qual será o destino final dos falsos mestres ao enfatizar que voltaram ao seu antigo estilo de vida.
Com efeito, ele afirma uma verdade proverbial: assim como um cachorro volta ao seu próprio vômito e uma porca à lama, assim também os apóstatas voltarão à sua vida pecaminosa.

Retrospecto da vida deles

20 Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro.

Quem é o sujeito desse versículo?
Falsos Mesres.
se, depois de terem escapado das contaminações do mundo
Apesar de parecer uma fase condicional, essa é a declaração de um fato.
No grego, a forma verbal indica que, em certa ocasião, os falsos mestres deixaram as contaminações do mundo.
No passado, essas pessoas eram membros da igreja e conheceram os ensinamentos da fé cristã.
mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo
Em algum momento, os falsos mestres conheceram Jesus Cristo como Senhor e Salvador?
A resposta é sim.
Quando, por exemplo, Jesus enviou seus discípulos dois a dois, ele mandou Judas e um outro discípulo. “Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse: expeliam muitos demônios e curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo” (Mc 6.12,13).
Judas obviamente conhecia Jesus; ele pregou e realizou milagres em nome de Jesus. Ainda assim, Judas traiu seu Mestre.
Os apóstatas tinham conhecimento de Jesus Cristo, mas esse era desprovido da intimidade que caracteriza o relacionamento do verdadeiro crente com Cristo.
Essas pessoas haviam confessado o nome de Cristo como seu Senhor e Salvador, mas com o tempo mostram que seu conhecimento era meramente o saber intelectual (comparar com Mt 13.20,21).
Mateus 13.20 BEARA
20 O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria;
Mateus 13.21 BEARA
21 mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.
Observe também que Pedro não usa os termos e crente nesse contexto.
Os mestres nunca depositaram sua fé e confiança em Jesus Cristo. Por faltar-lhes um relacionamento pessoal com Jesus Cristo, eles se desviaram.
se deixam enredar de novo e são vencidos,
O grego indica que, na realidade, esses mestres voltaram a se envolver na trama da corrupção do mundo.
Trata-se de um fato consumado: mesmo tendo deixado os hábitos pecaminosos momentaneamente, eles voltaram e se corromperam novamente com seu sórdido pecado.
O resultado é que deixaram de ser livres; são escravos do pecado (v. 19).
se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro.
Eis aqui a declaração conclusiva no grego, que Pedro toma emprestado quase palavra por palavra dos ensinamentos de Jesus.
Tratando da expulsão de demônios, que voltam com mais sete espíritos à pessoa anteriormente possuída, Jesus diz: “O último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro” (Mt 12.45; Lc 11.26; e comparar com Mt 27.64).
Considerações doutrinárias em 2.20
Dentro da igreja de Jesus Cristo há discípulos verdadeiros e pseudo-discípulos.
Esses falsos mestres chegaram a conhecer Jesus Cristo como Senhor e Salvador?
Temos uma resposta aos ouvirmos as palavras de Jesus.
Ele diz que somente as pessoas que obedecem ao seu Pai no céu é que entrarão no reino. “Muitos naquele dia hão de dizer-me: ‘Senhor, Senhor! porventura não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, em eu teu nome não fizemos muitos milagres?’ Então lhes direi explicitamente: ‘Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade’ ” (Mt 7.22,23).

Constatação

21 Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado.

a. Dever não cumprido.

O que Pedro fala sobre os falsos mestres é o oposto daquilo que era esperado deles.
Se sua fé tivesse sido autêntica e seu conhecimento verdadeiro, eles teriam se desenvolvido espiritualmente a fim de ensinar a outros o caminho da salvação.
Se fossem verdadeiros mestres cristãos, teriam ensinado a outros o evangelho de Cristo.
Porém, recusaram-se a seguir o “caminho da justiça” e negaram Jesus Cristo como Senhor soberano (v. 2; Jd 4). Suas vidas eram o contrário do que deveriam ser.

b. Apostasia.

Pedro diz: “Teria sido melhor para eles que não tivessem conhecido o caminho da justiça”.
Todavia, apesar de terem sido instruídos na fé cristã, desviaram-se de Deus e de sua Palavra.
Por terem deliberadamente se voltado contra Deus, enfrentam julgamento eterno.

c. Comparação.

Se não conhecessem o caminho da justiça, os falsos mestres poderiam alegar ignorância.
Mas agora não.
Eles conhecem o “caminho da justiça” que João Batista já havia revelado ao povo de Israel em preparação para a vinda de Jesus (Mt 21.32).
Além do mais, a expressão o Caminho era usada como sinônimo da fé cristã na primeira metade do século 1o̱.
Os falsos mestres não apenas conheceram o Caminho, como também “volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado”.
O que é esse “santo mandamento”?
É o mesmo que a mensagem do evangelho de Cristo. Na passagem paralela, Judas chama esse mandamento de “fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (v. 3)
Em outras palavras, o mandamento de Pedro e a fé (doutrina cristã) de Judas são a mesma coisa.
Pedro escreve que esse mandamento, a saber, o evangelho, foi passado para eles.
A expressão "lhes fora dado" é um termo técnico que se refere a receber o evangelho com o propósito de ensiná-lo e, assim, passá-lo adiante para os ouvintes.
Os falsos mestres, porém, quebraram a cadeia de receber e transmitir o evangelho de Cristo.
Alteraram o seu conteúdo, rejeitaram seus ensinamentos e perverteram sua verdade (comparar com os vs. 1–3).
1Jo 2.19

19 Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos.

Conclusão

22 Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal.

Pedro conclui sua análise descritiva dos falsos profetas com dois provérbios. O primeiro é citado exatamente como aparece no Antigo Testamento. Provérbios 26.11 traz o seguinte texto:
Provérbios 26.11 RA
11 Como o cão que torna ao seu vômito, assim é o insensato que reitera a sua estultícia.
Os judeus tratavam os cães com desprezo, e não como melhor amigo do homem.
De acordo com o Antigo e Novo Testamento, os judeus tratavam os cães como animais impuros.
Um cão “vivia dos restos de todo tipo de coisa e, assim, era potencialmente o transmissor de muitas doenças”.
Como animal que se alimenta de lixo, ele volta ao próprio vômito, cumprindo assim o provérbio.
Pedro usa esse provérbio para comparar o hábito natural de um cachorro com os falsos mestres, que voltam a viver em pecado.
O segundo provérbio parece ser um ditado comum no mundo antigo, pois aparece em vários manuscritos.
Seus dizeres são bastante óbvios.
Um porco procura livrar-se dos insetos que o perturbam e do calor do sol rolando na lama.
Apesar de a porca ser lavada, por natureza, ela volta à lama de onde veio.
Ela rola na sujeira e grunhe de contentamento.
Mais uma vez, a aplicação aos apóstatas é clara e descritiva.
Assim como o porco gosta de rolar na imundície, os hereges sentem prazer na libertinagem e imoralidade.
Jesus cita cães e porcos na mesma frase quando diz: “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas” (Mt 7.6).
Ele instrui os discípulos a distinguirem entre as pessoas que são receptivas à mensagem do evangelho e aquelas que pisam sobre o que é sagrado.
Tais pessoas são como cães e porcos.
Eis uma observação conclusiva: ao vomitar, o cão se alivia das impurezas internas; a porca lavada é limpa da lama externa.
De qualquer modo, os dois animais voltam para a mesma sujeira.

Resumo do capítulo 2

Pedro escreve esse capítulo para advertir os crentes sobre as heresias perniciosas de falsos mestres que negam abertamente a soberania de Cristo e, conseqüentemente, estão diante de destruição repentina.
Pedro descreve a avareza e a desonestidade desses mestres como forma de advertência, afirma que muitos na comunidade cristã seguirão seus caminhos imorais.
Com alguns exemplos da história, Pedro compara o destino dos falsos mestres àquele dos anjos que pecaram e foram condenados ao inferno, dos contemporâneos de Noé que pereceram no dilúvio e das cidades de Sodoma e Gomorra, que foram reduzidas a cinzas. Por outro lado, Deus protegeu Noé e sua família e livrou Ló. Assim, o Senhor poupa o justo, mas castiga o ímpio no dia do julgamento.
Os falsos mestres maldizem até mesmo os seres celestiais, de modo arrogante fazem acusações, comportam-se como animais e, assim, estão diante da destruição inevitável. Em plena luz do dia, entregam-se à bebedice e à pratica do adultério. São avarentos e experientes na sedução. Pedro usa como ilustração a vida e o tema de Balaão, cuja besta de carga o repreendeu.
A linguagem de Pedro é ilustrativa. Ele faz uso de metáfora ao descrever os falsos mestres, os quais retrata como fontes sem água e nuvens sem chuva. Mais uma vez, Pedro adverte os crentes sobre a sedução. Os hereges prometem liberdade, porém eles próprios são escravos do pecado. Por terem conhecido o caminho da justiça, os apóstatas devem prestar contas de seus atos. Teria sido melhor se jamais tivessem conhecido a Cristo. Com dois provérbios, sobre um cachorro e uma porca, Pedro conclui sua longa descrição desses falsos mestres