2 Pe 2.17-19 | IPVM no Lar

Exposição 2 de Pedro   •  Sermon  •  Submitted
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O Juízo

2.17–22 E. Juízo Inevitável
2.17–19 1. Descrição
2.20–22 2. Doutrina
E. Juízo inevitável
2.17–22

1. Descrição

2.17–19
Por meio de cores fortes e detalhes, Pedro pinta um quadro revelador de seus adversários.
Ele usa imagens tiradas da natureza e do quotidiano.
Ele evita exageros e se esforça pela exatidão, de modo que os leitores possam reconhecer os falsos mestres sem qualquer dificuldade.

Natureza

17 Esses tais são como fonte sem água, como névoas impelidas por temporal. Para eles está reservada a negridão das trevas;

Que imagem! Judas tem uma descrição ampliada, na qual apenas a primeira e a última linha são semelhantes à versão de Pedro. Eis as linhas de Judas 12,13:
Judas 12 RA
12 Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas;
Judas 13 RA
13 ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias sujidades; estrelas errantes, para as quais tem sido guardada a negridão das trevas, para sempre.
Adotamos prontamente a regra de que a versão mais curta do texto geralmente é a original, pois os copistas têm a tendência de ampliar, e não encurtar, um texto.
Se aplicarmos essa regra ao texto de Judas, devemos considerar a possibilidade de que Judas estava de posse do texto da carta de Pedro.
Todavia, também podemos supor que Pedro e Judas se conheciam como companheiros de trabalho dentro da igreja e que, juntos, discutiam os problemas que eram enfrentados pela igreja na segunda metade do século 1o̱.
Eles compartilhavam o que haviam discutido e escreviam, de modo que seus documentos mostram interdependência.
Mas voltemos à descrição que Pedro faz dos apóstatas.
Ele toma emprestadas imagens da natureza e, em três frases curtas, revela a verdadeira essência desses infiéis.

a. “São como fontes sem água”.

Essa é a imagem de um deserto no qual o viajante procura uma fonte, mas, quando a encontra, para seu desespero, descobre que está seca.
Assim também os falsos mestres não têm nada a oferecer para os membros da comunidade cristã: são como poços secos.
A segunda ilustração é igualmente apropriada:

b. “como névoas impelidas por temporal”.

como nuvens levadas pelo vento

Que decepção para pessoas que, depois de terem suportado uma seca, finalmente vêem nuvens.
Mas o temporal passa e leva embora as nuvens sem água.
Assim também os hereges causam uma comoção dentro da comunidade, mas não oferecem nada que seja substancial e que valha a pena.
De certa forma, eles cultivam o desânimo.
Ilustração de um velório - Herege que abandonou a família

c. “Para eles está reservada a negridão das trevas”.

João escreve: “Deus é luz” (1Jo 1.5).
O oposto da luz é a escuridão absoluta.
Para eles, está reservado o julgamento de Deus, que Pedro descreve como “a negridão das trevas”.
É o mesmo termo empregado em 2Pe 2.4 (trevas)
2Pedro 2.4 BEARA
4 Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo;

Desígnio

18 porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro,

Das metáforas baseadas na criação de Deus, Pedro passa para uma descrição do desígnio desses falsos mestres.
Chegando quase a resumir o que já disse na parte anterior do capítulo, Pedro apresenta os métodos e objetivos dos hereges:

a. “proferindo palavras jactanciosas de vaidade.

O termo palavras tem dois adjetivos nessa tradução.
O primeiro adjetivo é “jactanciosas” e está relacionada ao conteúdo das palavras que são proferidas.
Elas são fúteis, desprovidas de qualquer significado ou razão.
Não fazem sentido, pois não têm nada em comum com a verdade e a integridade.
Ainda assim, os falsos mestres usam as palavras para seus propósitos.
O segundo é vaidade e se refere à forma e ao som dessas palavras.
apesar de a tradução dar um sentido de adjetivo (“de vaidade”) a essa palavra, ela é um substantivo que significa “vazio, futilidade, inutilidade”.
São cheias de si, presunçosas, e são declarações exageradas.

b. “engodam com paixões carnais”.

Essa é uma variação do versículo 14: “Tendo olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodam almas inconstantes”.
Eles proferem essas palavras presunçosas e vazias com o propósito de enganar pessoas instáveis.
Como alcançam esse objetivo?
Excitam no homem desejos sexuais que o levam à lascívia e à busca de gratificação sensual.
O costume de Pedro de usar a redundância fica evidente mais uma vez.
A expressão grega paixões carnais é intensificada pelo termo engodam, que significa a conduta indecente e os excessos sexuais que eram praticados em Sodoma e Gomorra.

c. “aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro”.

Como animais carnívoros que caçam os membros mais fracos das manadas, assim também os falsos mestres concentram sua atenção nos recém-convertidos.
Os crentes que ainda não tiveram tempo suficiente de crescer na graça e no entendimento da fé cristã agora têm que suportar o assédio dos apóstatas.
Pedro acrescenta a palavra prestes, que significa “quase”.
Porém, o cerne da mensagem de Pedro parece estar em como é mais fácil os falsos mestres conseguirem atrair novos convertidos do que cristãos experientes que, no passado, escaparam de um modo de vida perverso.
O tempo verbal, é um particípio presente. (Isso provavelmente tinha ocorrido a pouquíssimo tempo)Pedro se refere a uma minoria dentro da comunidade cristã, e não à igreja como um todo.
Sua preocupação é com os novos cristãos que ainda não tiveram treinamento suficiente na fé para oporem-se aos enganadores.
Quem são “os que andam no erro”?
É pouco provável que sejam os falsos mestres, pois, nesse caso, seria de se esperar que Pedro fosse mais explícito.
As palavras não são claras o suficiente para afirmar que esses mestres estão tentando recapturar novos convertidos que acabaram de escapar de sua influência e poder.
É melhor entender essa oração como uma referência à população gentia, que continuava a viver em trevas espirituais.

Escravidão

19 prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor.

Promessas atraentes!
Mas que ironia ouvir os falsos mestres falarem de uma liberdade que eles mesmos não possuem!
São incapazes de cumprir sua promessa de liberdade, pois encontram-se escravizados pelo pecado. São escravos do pecado prometendo liberdade àqueles que os cercam.
Pedro chama essas pessoas de “escravos da corrupção”.
O grau de depravação fica evidente pela distorção dos fatos.
Pedro não descreve esses mestres como pessoas que, em sua ignorância e sem conhecimento pleno do evangelho, estão pregando “os benefícios e bênçãos de Cristo”.
Pelo contrário, estão intencionalmente distorcendo a verdade para atrasar o avanço do evangelho de Cristo.
A liberdade em Cristo significa que fomos libertos do fardo do pecado, que Cristo cumpriu a lei por nós (Rm 10.4) e que obedecemos à lei de Deus e expressamos nossa gratidão a ele.
Mas essa não é a liberdade que os enganadores oferecem aos recém-convertidos na fé cristã.
“Pois um homem é escravo daquilo que o dominou”. Essa frase é um provérbio que aparece algumas vezes na literatura cristã primitiva.
Pedro se opõe aos falsos mestres, que escolheram deliberadamente obedecer ao pecado e, portanto, tornaram-se escravos do pecado.
Ele os dominou completamente. Pedro os descreve de maneira vívida com as seguintes palavras: “Com olhos cheios de adultério, nunca param de pecar” (v. 14).
Considerações doutrinárias em 2.19
O que é liberdade?
Assim que fazemos essa pergunta, precisamos especificar de que escravidão fomos salvos.
As pessoas que foram escravizadas pelo álcool ou drogas declaram liberdade da dependência química.
Nações que foram libertadas da ocupação inimiga experimentam a liberdade da opressão.
Muitos dos primeiros leitores da epístola de Pedro conheciam a escravidão e a liberdade por experiência própria.
Porém, na comunhão da igreja cristã, a distinção entre senhor e escravo desapareceu.
Paulo elogia Onésimo como irmão em Cristo ao escrever a Filemon.
Além disso, ensina aos Gálatas os princípios da liberdade cristã: “Não pode haver judeu nem grego, nem escravo nem liberto, nem homem nem mulher, porque todos vós sois um em Jesus Cristo” (Gl 3.28).
A verdade do evangelho liberta o DISCÍPULO do poder do pecado.
No mundo gentio do século 1o̱, os filósofos atenienses ensinavam que “indivíduos legalmente livres, mas controlados pelos seus vícios são, na verdade, escravos; aqueles que são legalmente escravos, mas buscam a bondade e a verdade são, verdadeiramente, livres”. (F.F. BRUCE)
Mas, através de sua obra e de sua palavra, Cristo Jesus concede verdadeira liberdade a qualquer um que se achegar a ele pela fé e em arrependimento.
Somente o Filho de Deus pode, em verdade, libertar o crente (Jo 8.36).
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