2 Pe 2.4-8 | IPVM no Lar

Exposição 2 de Pedro   •  Sermon  •  Submitted
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Todo o conteúdo desse estudo, foi extraído do Comentário Epistolas de Pedro e Judas, da Cultura Cristã. Aqui você encontra um breve resumo de 2Pe 2.4-8

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Condenação

Os versos 1-3 Pedro fala a respeito da condenação dos falsos profetas.
Pedro oferece três ilustrações do passado para mostrar que Deus julga aqueles que se opõem a ele.
O primeiro exemplo se refere aos anjos caídos (v. 4),
o segundo é um retrato do dilúvio (v. 5)
e o terceiro se refere ao juízo de Sodoma e Gomorra (v. 6). Eis a primeira ilustração:

1. Anjos

4 Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo;

Esse é o começo de uma longa frase que introduz as repetitivas partes inicias de uma condição.
A cláusula se que se repete nos versículos 4,5,6,7 e 9 (NIV) em algumas versões chega finalmente a uma conclusão no versículo 9. Nesse longo discurso, Pedro apresenta exemplos históricos.

a. “Ora, se Deus não poupou anjos”.

Pedro usa um ato histórico, para provar o que está dizendo.
Escreve: “se Deus não poupou anjos”.
Essa oração é mais uma declaração de um fato do que uma condição, pois o castigo dos anjos já foi dado.
Pedro escolhe essa primeira ilustração do mundo angelical, onde os anjos estão perto de Deus, rodeando o seu trono.
Mas muitos anjos pecaram contra Deus e não estão mais em sua presença.
Quando foi que os anjos caíram em pecado?
As Escrituras nos dão poucas informações.
A Bíblia é a revelação de Deus sobre a Criação, Queda e Redenção do ser humano, mas não sobre os anjos.
O mundo angelical é mencionado apenas de passagem nas Escrituras.

b. “Quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno”.

Pedro só diz que os anjos pecaram, mas omite os detalhes de seu pecado.
Esses detalhes não são importantes para sua discussão.
Inferimos que os anjos que seguiram Satanás caíram em pecado antes de Satanás tentar Adão e Eva no Paraíso.
Não temos nenhuma informação sobre a decisão de Deus de entregá-los “os entregou a abismos de trevas”, enquanto a outros foi permitido afligir a humanidade.
Em sua primeira epístola, Pedro escreve sobre os no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, ” (3.19), e, no relato paralelo de Judas, o autor diz que esses anjos “não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio” (v. 6).
Pedro escreve que Deus enviou os anjos caídos para o inferno.
Ele toma emprestada a palavra inferno da mitologia grega, que designava um lugar chamado Tártarus como habitação dos perversos.
Pedro não usa esse termo para ensinar ou dar sua aprovação à mitologia grega, mas para falar na linguagem de seus leitores.
Eles entendiam que o termo descrevia a parte do inferno onde os não regenerados eram mantidos.
“Assim como Paulo podia citar um verso apropriado do poeta pagão Aratus (At 17.28), assim também Pedro lança mão do uso dessa imagem homérica”.
Atos dos Apóstolos 17.28 RA
28 pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.
Dentro da comunidade cristã, o termo Tártarus não era desconhecido, como fica evidente pela literatura greco-judaica do século 1o̱.

c. “os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo;”

Conseqüentemente, a conclusão desse versículo resulta num argumento que vai do mais próximo para o mais distante.
Se Deus não poupou os anjos que estavam em sua glória no céu e os lançou ao inferno, não irá ele punir os mestres que intentam fazer o povo desviar?
Essa pergunta já traz sua própria resposta

2. Dilúvio

Enquanto o primeiro exemplo revela apenas a ira de Deus e o julgamento desses anjos, que acontecerá algum dia,
a segunda ilustração revela tanto a ira quanto a proteção divina. Deus destrói o mundo perverso com o dilúvio, mas protege Noé e sua família.

5 e não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas, quando

Observe os seguintes pontos:

a. Mundo antigo.

Em ambas as epístolas, Pedro usa o tema do dilúvio para retratar a desobediência dos perversos e a salvação dos justos.
Quem eram os perversos do mundo antigo?
Em Gênesis, lemos que “era continuamente mau todo o desígnio do seu coração” (6.5), e a terra era corrupta e cheia de violência (vs. 11,12).
Jesus compara os dias antes da sua volta aos tempos em que Noé estava construindo a arca (ver Mt 24.37–39).
Mateus 24.37–39 RA
37 Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. 38 Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, 39 e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.

b. Noé.

Pedro chama Noé de “pregador da justiça”. (contraste com os falsos)
A construção de uma embarcação em terra seca ofereceu muitas oportunidades de se pregar a justiça aos habitantes perversos do mundo.
Durante 120 anos, Noé construiu a arca e exortou o povo a se arrepender.
Todavia, ninguém aceitou seus ensinamentos, pois todos pereceram.
Além da ênfase na destruição do mundo, Pedro destaca a proteção de Noé e sua família.
Daqueles que foram poupados do terrível dilúvio, Noé foi o 8o̱, como indica literalmente o texto grego.
Os tradutores transmitem o sentido dessa frase ao dizer que Deus protegeu Noé e os outros sete. Esses outros sete eram a esposa de Noé, três filhos e suas respectivas esposas.
Deus poupou suas vidas, porque eram retos aos seus olhos. Essas oito pessoas deram continuidade à raça humana.
Se Deus não poupou o mundo antigo nos dias de Noé, por que esperar que pouparia os falsos profetas do tempo de Pedro?
Em outras palavras, a mensagem de Pedro tem a intenção de exortar e encorajar os leitores de sua epístola.
Conexão com o verso 3 - A destruição é dos falsos profetas, aqueles que seguem podem se arrepender.

3. Cidades

O terceiro exemplo apresentado por Pedro é da destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19.24–29).

6 e, reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, ordenou-as à ruína completa, tendo-as posto como exemplo a quantos venham a viver impiamente;

a. Lugares.

Pedro menciona apenas as cidades de Sodoma e Gomorra como lugares representativos.
Quando Ló escolheu viver perto de Sodoma, “viu toda a campina do Jordão e que era bem regada, como o jardim do Senhor, como a terra do Egito” (Gn 13.10).
Mesmo naqueles dias, Sodoma e Gomorra eram cidades importantes, conhecidas por sua perversidade e especialmente pela homossexualidade de seus habitantes (Gn 19.4-5).
O pecado dessas pessoas era tão grave que Deus determinou-se a destruir toda a planície do Jordão.
Por meio de causas naturais, ele devastou essa região permanentemente.
Gênesis 19.24 RA
24 Então, fez o Senhor chover enxofre e fogo, da parte do Senhor, sobre Sodoma e Gomorra.
"É bem possível – sendo geologicamente pouco provável uma erupção vulcânica – que tenha ocorrido um terremoto, durante o qual foram expelidos gases, enxofre, betume e pedras de sal que trouxeram a destruição de Sodoma e Gomorra”. Gordon R. Lewthwaite
7 e livrou o justo Ló, afligido pelo procedimento libertino daqueles insubordinados
8 (porque este justo, pelo que via e ouvia quando habitava entre eles, atormentava a sua alma justa, cada dia, por causa das obras iníquas daqueles),

a. Livrou.

A segunda ilustração do dilúvio tem como paralelo a terceira ilustração das cidades.
Os dois exemplos contrastam a destruição dos perversos com o livramento dos justos.
No terceiro exemplo, Ló é o equivalente de Noé.
Porém a diferença entre Noé e Ló é que Deus protegeu um e livrou o outro.
Essa diferença não é apenas estilística.
Pelo contrário, Pedro descreve precisamente as circunstâncias históricas da vida de Ló em Sodoma.
Ló hesitou em deixar a cidade. Na verdade, anjos tiveram que tomar sua mão e as mãos de sua esposa e filhas e levá-los a um lugar seguro (Gn 19.16).
Gênesis 19.16 RA
16 Como, porém, se demorasse, pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o Senhor misericordioso, e o tiraram, e o puseram fora da cidade.
Por meio de seus anjos, Deus literalmente livrou Ló e suas filhas.
Porém, a esposa de Ló pereceu quando desobedientemente olhou para trás e viu Sodoma em chamas.

b. Justo. (v.8)

Observe que tanto Noé quanto Ló são descritos como homens justos, mesmo que a vida de Ló (relatada em Gênesis) não seja exemplar.
Quando o povo de Sodoma cercou a casa de Ló e exigiu que ele lhes entregasse seus dois hóspedes, “traze-os fora, a nós, para que abusemos deles” (Gn 19.5), Ló ofereceu suas duas filhas virgens a esses homens lascivos.
Além disso, o estupor embriagado de Ló trouxe o pecado do incesto para dentro de sua família e manchou permanentemente sua moralidade pessoal (Gn 19.30–38).
Abraão, porém, considerou Ló um homem justo, pois ele suplicou a Deus que não destruísse as cidades se houvesse dez outras pessoas justas vivendo ali (Gn 18.32).
Observe que Pedro, enfaticamente, descreve Ló três vezes com o adjetivo justo:
“O homem justo” (v. 7);
“Aquele homem justo” (v. 8a);
“Sua alma justa” (v. 8b).\
COMO ENTENDER QUE ELE ERA JUSTO?
Devemos entender a justiça de Ló no contexto da misericórdia de Deus (Gn 19.16).
Gênesis 19.16 RA
16 Como, porém, se demorasse, pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o Senhor misericordioso, e o tiraram, e o puseram fora da cidade.
Em sua misericórdia, Deus livrou Ló, e ele também sabe nos livrar das provações (v. 9).

Considerações doutrinárias em 2.7,8

Deus ama o pecador, mas abomina o pecado.
Ele ama o homossexual, mas detesta seus atos pecaminosos.
Nas Escrituras, Deus revela repetidamente seu amor para com o ser humano (ver, por exemplo, Jo 3.16), mas nessas Escrituras ele também expressa sua abominação ao pecado.
Qual deve ser, porém, a reação do cristão à homossexualidade?
Ele deve distinguir cuidadosamente entre condição e conduta.
Deve expressar amor cristão para com a pessoa homossexual, mas desaprovar seus atos homossexuais.
O cristão deve considerar o comportamento sexual como pecado.
Mesmo assim, deve estender sua compaixão à pessoa homossexual e compreender que ela precisa de aceitação social.
Portanto, guiado pelos ensinamentos da Palavra de Deus, deve amar o pecador, mas condenar o pecado. Deve dirigir a pessoa a Jesus Cristo, que convida os pecadores a achegarem-se a Deus.