Oportunidade: Deus nos perdoa para perdoarmos

Casos de Família  •  Sermon  •  Submitted
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Nesse sermão, daremos continuidade a história de José. Ele nasceu em uma família desajustada e teve de sofrer as consequências de seus próprios pecados e as circunstâncias por nascer em uma família assim. Deus, sendo fiel a sua aliança com Abraão, permaneceu com José (na provação, na tentação e na exaltação). Agora chegamos a um momento muito especial em que José terá de lidar com um reencontro.

Notes
Transcript

Ilustração

Como funciona uma granada?
A granada é um explosivo diferente de outros como a dinamite ou o TNT. O poder da granada não está na explosão em si, mas na sua estrutura que foi projetada para se dividir em vários estilhaços. A explosão da granada não tem poder para afetar muita coisa na vida de alguém, porém os estilhaços que ela espalha, são como as balas de várias pistolas, que voam por todos os lados ferindo quem estiver ao redor. Muitas vezes transformamos nosso coração em uma verdadeira granada. Nós alimentamos ele com a pólvora do rancor e basta o gatilho ser acionado para que ele exploda e afete a todos que estão ao nosso redor.

Contexto histórico

Até aqui vimos que José nasceu de uma família completamente desestruturada, e as consequências disso foram drásticas: Ele cresceu sendo mimado e idolatrado por pais omissos. Se tornou egocêntrico e dedo duro (um péssimo irmão). Isso gerou em seus irmãos um ódio terrível e ele terminou sendo espancado, jogado em um poço e depois vendido como escravo.
Apesar de tudo isso, Deus se revela em sua aliança fiel. Por sua graça, Deus muda a sorte de José, estando com ele em momentos cruciais de sua vida. Deus esteve com ele na provação, tirando o melhor que existia em seu ser (Como escravo ele aprendeu a ser humilde e a conquistar seu espaço sendo servo). Deus esteve com ele na tentação, para que o compromisso fosse ressaltado (Quando tentado, ele pode declarar com fé seu compromisso com o Deus da aliança) e esteve com ele na exaltação, mostrando que agora, ele enfim seria benção para outras nações (Se tornou governador do Egito usufruindo do que foi prometido a Abraão). Mas...

Transição

Até aqui vimos que...Transição:
Apesar de José ter recebido grande prosperidade de Deus por fazer parte da Aliança graciosa. Apesar dele tentar esquecer o seu passado, substituindo a dor por essa prosperidade. Apesar de até o nome de seus filhos remeterem a isso: Manassés "Esqueci do que passei na casa do meu pai"; Efraim "Prosperei, o que mais poderia querer?". Apesar de tudo parecer bem... agora José reencontra seus irmãos. Tudo vem a tona. Ele tinha uma escolha, nada fácil a fazer. José era uma granada, cheia de sentimentos controversos e pronto para explodir espalhando estilhaços de rancor e vingança para todos os lados. Mas o texto nos mostra que na verdade essa experiência era uma grande...

Transição:

Apesar de tudo isso, Deus se revela em sua aliança fiel. Por sua graça, Deus muda a sorte de José, estando com ele em momentos cruciais de sua vida. Deus esteve com ele na provação, tirando o melhor que existia em seu ser. Esteve com ele na tentação, para que o compromisso fosse ressaltado e esteve com ele na exaltação, mostrando que agora, ele enfim seria benção para outras nações (como foi prometido a Abraão). Mas...
Transição: Apesar de José ter recebido grande prosperidade de Deus por fazer parte da Aliança graciosa. Apesar dele tentar esquecer o seu passado, substituindo a dor por essa prosperidade. Apesar de até o nome de seus filhos remeterem a isso: Manassés "Esqueci do que passei na casa do meu pai"; Efraim "Prosperei, o que mais poderia querer?". Apesar de tudo parecer bem... agora José reencontra seus irmãos. Tudo vem a tona. Ele tinha uma escolha, nada fácil a fazer. José era uma granada, cheia de sentimentos controvérsios e pronto para explodir espalhando estilhaços de rancor e vingança para todos os lados. Mas o texto nos mostra que na verdade essa experiência era uma grande...
Deus não queria apenas que José experimentasse os benefícios de fazer parte da família da Aliança. Mas será que seria fácil juntar novamente uma família tão desajustada e ferida pelas circunstâncias da Vida? Deus nunca disse que o perdão seria algo fácil, mas a Bíblia nos mostra que ele é extremamente necessário dentro de seus planos. É por isso que Deus dá a José uma grande...

Oportunidade: Deus nos perdoa para perdoarmos

Transição

Muitas vezes, assim como José, tentamos varrer para debaixo do tapete tudo aquilo que nos magoou dentro do nosso contexto familiar (nossa história com pais omissos, nossa relação desagradável com nossos irmãos e parentes, nossas diferenças com nossos cônjuges, nossas lutas com filhos rebeldes). Tentamos esquecer, substituindo as bençãos de Deus pelas mágoas escondidas (Afinal de contas, agora sou convertido e tudo me vai bem). Quando fazemos isso nos tornamos granadas prontas para explodir e ferir a todos que estão ao nosso redor. O que Deus fez com José ele também quer fazer a nós. Ele quer nos dar a oportunidade de resolver de uma vez por todas os problemas familiares do passado através do perdão. Mas a história de José nos ensina que:

1. O Perdão não é fácil, porém é necessário

Vejam só, José não tinha esquecido o que lhe havia acontecido na casa de seu pai (apesar dos nomes que deu aos seus filhos). Toda a prosperidade que ele estava vivendo apenas anestesiou a dor que veio a tona ao se reencontrar com seus irmãos. José reconheceu seus irmãos, mas eles não o reconheceram. Ele viu ali uma oportunidade de vingança. Acusou seus irmãos de espiões e até ameaçou predê-los (ficaram presos por 3 dias). Enquanto suas emoções oscilavam, José descobriu que seu pai vivia, assim como seu irmão mais novo, Benjamim. Ele, então, manipula seus irmãos, prendendo um deles (Simeão) e enviando o restante para trazer Benjamim com eles. Vejam aí o efeito granada. José sequer se deu conta que essa vingança poderia trazer sérios riscos a saúde de seu pai, que já era um idoso. Tudo isso trouxe muito sofrimento para Jacó, medo e pavor aos irmãos. Mas eles retornam, algum tempo depois, e trazem Benjamim. Percebam que José está sempre buscando um jeito de chorar (42.24; 43.30 e 45.2), o que demonstra que suas emoções estavam a flor da pele. Deus nunca nos prometeu que seria fácil perdoar alguém. José sabia que o perdão seria inevitável e necessário, mas ele protela, procrastina e reluta contra esse momento crucial de sua vida.

Contextualização

Hoje, talvez você esteja aqui pensando: quantas coisas boas o Senhor fez por mim. Estou convertido, experimentando a felicidade em Deus. Faço parte da família da fé e apesar das aflições e dificuldades, posso experimentar prosperidade em Deus. Mas sempre que vem a tona aquele passado mal resolvido, nossa felicidade é abalada e a amargura e rancor tomam conta de nós. Esses reencontros podem ser apenas dentro do coração, mas doem como se a pessoa que nos feriu estivesse bem a nossa frente. Como perdoaríamos perdoar as barbaridades que fizeram contra nós no passado. Esse é sempre o dilema do perdão: Ele é extremamente necessário, mas não é nada fácil. Não é simplesmente colocar outras coisas no lugar da dor. É enfretá-la e senti-la na pele. Mas, a história de José, também nos ensina que:

2. Reencontros são difíceis, mas são oportunidades

Será que José esperava um dia reencontrar seus irmãos que lhe fizeram tanto mal? Será que ele estava preparado para isso? Deus deu a José essa grande oportunidade. A princípio, a atitude de José é de rispidez. Ainda mais quando ele percebe que seus irmãos sequer o reconheceram. É como se eles acreditassem na própria mentira de que José estava morto. Eles se prostram diante de José, e ele se lembra de seus sonhos lá do passado. Se fosse nos dias de hoje, será que José cantaria essa música de teologia terrível: Quem te viu passar na prova e não te ajudou, quando ver você na bênção vai se arrepender. Vai estar entre a plateia e você no palco. Vai olhar e ver Jesus brilhando em você. Quem sabe no seu pensamento você vai dizer - Meu Deus como vale a pena a gente ser fiel. Na verdade minha prova tinha um gosto amargo, mas minha vitória agora tem SABOR DE MEL. Vocês saberiam dizer porque a teologia dessa música é terrível? Porque ela ensina que nossa vitória em Deus será nossa exaltação diante da humilhação daqueles que não nos ajudaram. Mas quando Deus promove esse reencontro na vida de José, não era para que José fosse exaltado e seus irmãos humilhados. Era a grande oportunidade de Deus ser exaltado e seus irmãos perdoados. Percebam, José por um momento se esqueceu que apesar da culpa de seus irmãos, em toda essa tragédia, ele também era um culpado diante de um Deus que por sua graça, resolveu perdoar e abençoar sua vida.

Contextualização:

Deus está trabalhando em nossas vidas sem descanso e apesar de muitas vezes olharmos ao nosso redor e parecer que estamos sozinhos, Ele está sempre presente, o Emanuel. Não tenha dúvidas de que Deus não criou todas as tragédias que acontecem em nossas famílias, mas Deus permitiu todas elas e nada pode fugir de seus planos. Ele estava lá, em cada um dos momentos. Se Deus está te dando a possibilidade de reencontros, veja isso como oportunidades. Sabe por quê? A história de José nos ensina que:

3. Só somos capacitados a perdoar porque fomos perdoados

José, aos poucos troca sua amargura e desejo de vingança por um desejo sincero de perdoar seus irmãos. Lembrem-se que José não era nenhum santo. Ele precisou ser provado por Deus para que o melhor de si fosse extraído e seus pecados fossem, enfim, redimidos. Usado por Deus, José resolve fazer o mesmo com seus irmãos, numa espécie de teste que provaria mudanças e a lealdade dentro da família. Quando os irmãos (agora todos) se encontram reunidos, José usa de uma estratégia para segurar Benjamim com ele, e ver qual seria a reação dos irmãos. Será que eles deixariam Benjamim para trás, como fizeram com José la no passado? Será que seriam capazes de inventar mais mentiras, deixando seu pai ainda mais doente. É nesse momento que Judá se levanta (44.14-34) para como um leão, defender com unhas e dentes seu irmão caçula (mesmo agora este, sendo o preferido de seu pai). Reparem, a família ainda enfrenta as consequências de serem uma família desajustada, mas alguma coisa havia mudado. José não era mais o mesmo, Deus havia trabalhado em sua vida, perdoado seus pecados e reafirmado o poder da sua Aliança em sua vida. Mas nesse tempo, Deus também trabalhava na vida de seus irmãos. Como poderia, José, sendo tão imensamente perdoado e abençoado por Deus graciosamente deixar de Perdoar seus irmãos. É nesse momento que vem a catarse e o choro mais intenso de José (45.2 - toda a casa o ouve). Esse era o momento especial que Deus preparou para restaurar aquela família.

Contextualização:

Nós não devemos perdoar as pessoas porque somos melhores que elas. Não perdoamos para nos sentir melhor. Lá fora já se fala dos benefícios do perdão: Vida longa, coração mais resistente, sistema imonológico melhor e até o perdão a si mesmo… Mas não são esses benefícios que nos motivam a perdoar. O que nos motiva a perdoar, mas porque éramos inimigos de Deus, criaturas ingratas, destrutivas, idólatras e com um coração de pedra e mesmo assim...

Ponte Cristocêntrica

Para obtermos de graça o perdão de Deus, Cristo pagou um alto preço.
Vejam só, Deus poderia simplesmente ter nos abandonado em nossos pecados e deixado que nos destruíssemos a nós mesmos, mas ele foi fiel aos seu próprios planos pagando o preço mais alto que poderia pagar (seu próprio filho) para obtermos perdão e sermos restaurados como filhos amados dessa família que foi planejada desde antes da fundação do mundo.
Por mais alto que pareça o preço para perdoarmos um familiar, esse preço não se compara ao que Cristo pagou por nós. Foi isso que José experimentou e é isso que podemos experimentar hoje. Somos capacitados a perdoar, porque Deus nos perdoou primeiro.

Conclusão

Ainda que nossas vidas, hoje, como família de Deus se mostre próspera, precisamos olhar para dentro do nosso coração e ver se ainda não existe nenhum rancor escondido. Não há dúvidas de que somos frutos de famílias desestruturadas, e que Deus virou essa mesa ao nos converter e nos conceder as bençãos da Aliança que fez conosco desde antes da fundação do universo. Mas, Deus não quer que apenas tentemos esquecer do nosso passado. Ele quer nos dar a oportunidade de enfrentá-lo, perdoarmos e vivermos plenamente para ele. Semana que vem encerraremos essa série, mostrando na Bíblia como o perdão abençoou José e seus familiares. Quais foram os benefícios recorrentes disso na vida daquela família.

Apelo

Mas hoje, ficamos com o desafio de promover reencontros, e experimentarmos as oportunidades de Deus para liberar o perdão.
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