Comprometidos com a Missão

Compromisso: engajados no Reino de Deus  •  Sermon  •  Submitted
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O texto fala do compromisso que devemos ter com a missão que foi apresentada por nosso senhor Jesus Cristo na prática.

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Comprometidos com a Missão

35 E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. 36 Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. 37 E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38 Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.

Ilustração

Certo dia um homem estava andando no campo e viu um rapaz praticando arco e flecha ao lado de um celeiro. O homem ficou muito impressionado com a perícia do rapaz nesse esporte ao ver que todos os arremessos anteriores haviam acertado o alvo. Havia vários alvos pintados ao lado do celeiro e cada um deles com uma flecha exatamente no meio. O homem, então, parou para observar o rapaz arremessar sua próxima flecha. O rapaz entesou o arco e atirou uma flecha sem rumo contra o lado do celeiro. Depois ele mergulhou um pincel numa lata de tinta e pintou um alvo em torno da flecha. O homem veio a descobrir que ele havia feito isso em todas as anteriores. (REEDER III, 2011, p. 103) Aquele rapaz não era tão bom assim em arco e flecha, mas queria pensar que era, por isso atirava para todos os lados e desenhava seus próprios alvos onde suas flechas acertavam. Pode até parecer engraçado, mas essa história se torna triste quando percebemos que a Igreja de Jesus anda fazendo a mesma coisa. Quando não sabemos ao certo qual é a nossa missão (alvo), damos tiros para todos os lados, e o pior, desenhamos nossos próprios alvos para tentar mostrar ao mundo que somos bons no que fazemos. Como, então, descobrimos a nossa verdadeira missão como Igreja? Como nos comprometemos com ela e buscamos cumpri-la para acertar o verdadeiro alvo?

Introdução

O evangelho de Mateus, assim como os outros, é riquíssimo em informações inspiradas por Deus para nos mostrar a pessoa de Cristo. Creio que se dependesse do próprio Mateus, milhares de páginas não seriam suficientes para escrever tudo o que ele havia vivenciado junto ao mestre. Deus o usa, porém, para nos informar vários breves resumos, para que o evangelho fosse algo muito prático e objetivo em nossa vida. Por exemplo, ele resume o nascimento do messias em seus primeiros capítulos, e depois, o início de seu ministério assim como sua confirmação. Ele, também resumiu todos os ensinamentos do mestre no sermão que ficou conhecido como: o sermão do monte. E agora, no texto que acabamos de ler, vimos o resumo de toda obra prática e dinâmica de Jesus. No final do evangelho, encontramos o que chamamos de “a grande comissão” com o resumo da missão que Jesus deu a sua Igreja logo após a sua ressurreição. Mas antes de entregar aos seus discípulos essa incrível missão, Jesus mostra na prática como isso funcionaria. É por isso que usaremos esse texto como base para falarmos essa noite sobre o compromisso que precisamos ter com essa Missão. Mas não queremos sair dando tiros para todos os lados, e nem desenhando nossos próprios alvos, por isso é muito importante entender que:

Jesus nos chama para a Missão

A missão é dele, quem desenhou o alvo foi ele, e devemos cumpri-la do jeito dele. Como esse texto poderia nos ajudar sobre essa missão da qual devemos nos comprometer?

1. Nos ensinando na prática (vs 35)

Aprendi que os verbos na bíblia são muito importantes, e só no versículo 35 encontramos 4 deles (percorrer, ensinar, pregar e curar), todos relacionados a dinâmica de Jesus. Não é coincidência que nos dois versículos que descrevem a grande comissão (a) , nós também encontramos 4 verbos (Ir, fazer discípulos, batizar e ensinar). Como você pode perceber, não são os mesmos verbos, mas descrevem uma dinâmica idêntica e paralela entre aquilo que Jesus fazia e aquilo que ele nos manda fazer. Podemos concluir, então, que não conseguiremos acertar o alvo, ou cumprir a missão, se não olharmos para Jesus e não o imitarmos em tudo. Olhando um pouco mais para os verbos do texto que lemos, podemos perceber porque precisamos nos comprometer com a missão e não apenas nos envolver com ela (como fazemos muitas vezes). Ela envolve uma dinâmica que ao mesmo tempo é simples e extremamente complexa. É fácil mas ao mesmo tempo extremamente difícil. Nós a cumprimos enquanto vivemos, mas precisamos renunciar “nossa vida” para isso.
Jesus percorria. Esse verbo evidencia o movimento continuo do mestre. Ele estava sempre em ação. Ou seja, ainda que afirmemos que nos comprometemos com a missão: indo, orando e contribuindo; não podemos afirmar que é uma coisa ou outra, como se fossem meras opções. A missão é tudo isso junto em nossa vida. Eu vou, eu oro e ao mesmo tempo contribuo para que outros possam ir. Esse ir é movimento continuo. Não é sair do lugar para logo depois estagnar.
Mas para onde devo ir? nos responde essa questão com a informação de que a missão envolve (Jerusalém, Judeia, Samaria e confins da Terra). Isso significa que ela começa em nossos próprios lares, vizinhança, cidade, estado, país e se estende para o mundo todo.
Mas o que devo fazer? Os três verbos seguintes nos respondem:
a. Ensinar. Na Igreja aprendemos tudo que precisamos saber para uma vida cristã comprometida (com Cristo, com a santidade e com a própria Igreja). Ainda que não sejamos formados em didática ou pedagogia, nossa missão envolve ensinar para as pessoas aquilo que temos aprendido.
b. Pregar. Quando o evangelho atinge nossas vidas verdadeiramente, o impacto é tão grande que gera transformação e testemunho. Quando testemunho daquilo que Jesus tem feito em minha vida, prego assim o evangelho do Reino.
c. Curar. Esse verbo (Terapeuo) abrange um significado muito maior do que apenas curar (no sentido literal). Ele pode significar cuidar e servir. Não é difícil perceber que Jesus servia, cuidava e tratava de vários problemas nas vidas das pessoas com quem ele tinha contato. E assim também devemos imitar nosso mestre enquanto cumprimos a missão.
Mas o que nos motiva a nos comprometer com algo assim? Esse texto nos motiva:

2. Nos dando novos óculos (vs 36)

Certa vez conversando com uma Testemunha de Jeová sobre sua missão, descobri que ela possuía uma meta de folhetos que precisa entregar toda semana. Se não cumprisse a meta, sua salvação estaria comprometida. Os Espíritas promovem vários trabalhos de assistência, pois creem que sua salvação depende disso (para reencarnarem numa vida melhor). Até um islam que se alista para ser um homem bomba, acredita que ao explodir “por seu deus” receberá uma grande recompensa no final (viver em um paraíso sendo servido por sete virgens). E se você ampliar a pesquisa, vai perceber que todas as religiões prometem recompensas para que a missão seja cumprida. Mas como isso funciona no cristianismo? A bíblia nos mostra que nós já recebemos a salvação e foi de graça. Deus nos escolheu antes da fundação do universo, e Jesus fez tudo que precisava ser feito para nos salvar do salário do pecado, e não cobrou nada por isso. Essa é a nossa motivação para a missão. Não que vamos receber algo em troca, mas que tudo que recebemos nos leva a um sentimento de eterna gratidão ao nosso senhor. Jesus não vai tirar nossa salvação caso a missão não seja cumprida, mas como alguém que foi atingido em cheio pelo poder do evangelho pode simplesmente ficar parado? Não fica.
Ao olhar para a multidão, Jesus não enxergava apenas uma multidão. Ele enxergava ovelhas, feridas, esfoladas, abatidas, numa luta sem vitória contra o pecado e contra a ira de Deus. Jesus sabia que estavam assim porque eram errantes e sem um pastor que as guiasse. Hoje não é diferente. Estamos cauterizados e acostumados a enxergar a multidão como mera multidão, mas com os óculos de Cristo, passamos a enxergar as pessoas de forma diferente. É impossível sermos atingidos pelo verdadeiro evangelho e não sentirmos o desejo de deixar Cristo pastorear essas ovelhas perdidas através de nossa vida. Ele nos dá esses novos óculos, mas não podemos deixá-lo em casa ao sairmos.
Essa história continua no versículo 37 quando Jesus trás uma notícia bombástica da realidade. E sim, ele nos ensina a nos comprometer com a missão:

3. Evidenciando a realidade (vs 37)

E ela não é outra senão aquela que nos coloca numa posição difícil:
Existe muito trabalho, porém poucos trabalhadores.
Só nos resta averiguar se sou aquele que trabalha com os poucos ou aquele que dá trabalho com a maioria.
Por isso Jesus nos ensina a nos comprometer com a missão nos:

4. Dando acesso ao Senhor da Seara (38)

Não tenha dúvida de que hoje você pode ser o fruto da oração que os discípulos de Jesus aprenderam a fazer naquela época. Não tenha dúvida de que você pode acessar o senhor da Seara e pedir ajuda sempre que for preciso.

Conclusão

Vivemos num tempo em que preferimos desenhar nossos próprios alvos. Vivemos uma época em que a missão esta distorcida e por isso, não nos comprometemos com ela. Mas uma vez que a conhecemos, entendemos como realiza-la e a realidade que nos cerca, precisamos tomar uma decisão. OU continuamos apenas envolvidos com uma missão que nós mesmos criamos ou no comprometemos com a verdadeira missão que Cristo nos deu.
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