5ª e 6ª Parábolas - Reino dos céus como Tesouro escondido e pérola

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Mateus 13.44–46 NAA
44 — O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um homem achou e escondeu. Então, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo. 45 — O Reino dos Céus é também semelhante a um homem que negocia e procura boas pérolas. 46 Quando encontrou uma pérola de grande valor, ele foi, vendeu tudo o que tinha e comprou a pérola.

Introdução

Assim como na semana retrasada na parábola do Joio e do trigo / Grão de mostarda / do fermento dessa série de parábolas de Jesus cujas palavras iniciais são: “O reino dos céus é semelhante a […].
O TESOURO ESCONDIDO E A PÉROLA DE GRANDE VALOR (MATEUS 13:44-45)
Imagine que o corpo de bombeiros ligou para você e disse que sua casa estava pegando fogo. Eles lhe dizem que não conseguirão salvar sua casa e que você tem cinco minutos para entrar e remover parte do conteúdo da casa antes que seja tarde demais. O que você pegaria? Correria para a garagem e pegaria seu carro? Para a cômoda e pegaria suas joias? documentos? Sei exatamente o que eu pegaria se tivesse cinco minutos para salvar tudo o que tenho em minha casa. Eu pegaria alguns livros raros, algumas pinturas e uma caixa de cartas que meu pai escreveu para mim durante a Segunda Guerra Mundial.
Por que eu me apressaria em pegar essas coisas? Porque elas não podem ser substituídas. Eu dou muito valor a coisas que nunca poderão ser substituídas. Mas todos nós temos valores diferentes.
. Estas duas parábolas têm por objetivo falar, na série das sete parábolas do reino dos céus, do alto valor e da natureza oculta da propriedade celestial. Os caminhos de chegada até o reino são iguais em cada caso. Deus mesmo entra na vida das pessoas. A vida anterior não é decisiva, indiferente se a pessoa buscava a Deus ou vivia em todos os pecados. O tesouro no campo foi achado por acaso. Ainda que jamais tenha sido procurado, ele foi descoberto. No caso do comerciante, no entanto, houve a procura. Uma demorada busca antecedeu a descoberta, que então significou um achado totalmente inesperado de uma pérola preciosa.
Em ambos os casos os descobridores conseguiram ter o presente precioso, que estava oculto, unicamente por meio da graça de Deus. Logo, as pessoas chegam a crer unicamente por graça, e o tesouro pode ser encontrado sem que tivesse sido procurado, ou ele é procurado e, após muito tempo, é encontrado. Deus se doa e se revela por primeiro, depois surge dessa realidade, a fé por livre decisão da pessoa, se entrega. Sempre e em todos os casos a propriedade celestial tem um valor tão grande que todas as outras coisas podem ser largadas em troca dele.
a. Sobre a parábola do tesouro no campo
Ainda que para nós é um pouco estranho, para os moradores da Palestina dos tempos de Jesus era algo bem natural. No mundo antigo não havia a Caixa economica de Jericó ou o Banco de Israel. Os moradores da Palestina achavam mais seguro guardar os seus bens enterrando-os na terra, conforme Jesus mesmo diz na parábola dos talentos, em Mateus 25.25.
Uma lei rabínica afirmava que um trabalhador tinha duas escolhas se encontrasse um tesouro num campo:
1. Se tirasse o tesouro do campo, deveria devolvê-lo ao dono do terreno.
2. Se deixasse ali o tesouro, poderia legalmente esperar até acumular dinheiro suficiente para comprar o terreno, e somente então o removeria.
Itamir Neves e John Vernon McGee, Comentário Bíblico de Mateus: Através da Bíblia, ed. Walkyria Freitas, Segunda edição., Série Através da Bíblia (São Paulo, SP: Rádio Trans Mundial, 2012), 115.
Do mesmo modo como o tesouro está enterrado no campo e permanece oculto aos olhos de muitos, assim milhares de pessoas passam correndo pelo campo que contém o reino dos céus. Pois quantas vezes, dia por dia, o Salvador caminhou entre as pessoas do povo de Israel, porém os judeus piedosos não viram aquele por meio do qual veio o reino de Deus em pessoa.
Exemplos de pessoas que acharam, sem antes terem procurado, são a mulher samaritana, Paulo, e o carcereiro. Em Rm 10:20 lemos: “Eu fui achado por aqueles que não me procuravam, e me revelei aos que não me pediam nada”. E Is 65:1 diz: “Fui buscado dos que não perguntavam por mim; fui achado daqueles que não me buscavam; e a uma nação pagã que não invocava o meu nome eu disse: Eis-me aqui, eis-me aqui!”
b. Quanto à parábola da pérola preciosa
À parábola do tesouro oculto encontrado de forma totalmente inesperada contrapõe-se agora a parábola da pérola preciosa. O comerciante procurou por ela e finalmente a achou. Ao que procurava foi permitido achar, como fruto de sua ansiosa procura. Não parou numa procura vã. Pessoas que buscaram foram Cornélio, de quem relata At 10, e Lídia, da qual se informa que o Senhor lhe abriu o coração (At 16:14). Esses exemplos nos mostram que temos de buscar a Deus com toda a seriedade e manter-nos ao lado dele com toda a fidelidade. Do contrário, não teremos parte com Jesus. A pessoa para a qual a causa de Deus não é digna de todo sacrifício, jamais compreenderá a preciosidade da pérola. A pérola preciosa não pode ser destruída, perdida, e já pode ser conquistada aqui na terra, a fim de que atraia nosso coração para o céu. Os apóstolos Paulo e Mateus também largaram tudo quando reconheceram a riqueza que é Jesus. A pérola nada mais é que o próprio Jesus. Ele é a pérola, na qual está oculta toda a glória do Pai!
. Meus irmãos como é interessante e infelizmente a confusão, cada vez maior em nossa cultura entre os termos ética e valor. Ética tem a ver com os padrões objetivos do que é bom. MASSS, a gente vive em uma cultura que repudia qualquer objetividade no que diz respeito à ética. As pessoas dizem que não há absolutos, que não há normas apontando para o que é certo e errado. Pelo contrário, o que é certo e errado é determinado pelas preferências individuais, ou seja, pelo sistema de valores de cada um. No entanto, ética e valores se cruzam na mente de Deus, e nossa tarefa como cristãos durante todo o curso de nossa santificação é ajustar nosso sistema de valores ao sistema de valores de Deus. Quando a Bíblia nos diz para buscarmos a mente de Cristo (1Coríntios 2.16 “16 Pois quem conheceu a mente do Senhor, para que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.” ), ela quer dizer que nós devemos apreciar/ estudar/ anos aprofundarmos naquilo que ele aprecia e abominar aquilo que ele abomina. Segundo estas parábolas, uma das coisas que ele mais aprecia é o reino dos céus. Ele é tão precioso à vista de Deus, que as pessoas em perfeito juízo fazem bem em vender tudo o que possuem para obtê-lo.
R. C. Sproul, Estudos Bíblicos Expositivos em Mateus, trans. Giuliana Niedhardt Santos, 1a edição. (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2017), 390–391.
c. Então vamos as perguntas que devemos fazer a esse texto
Qual é o ponto comum dessas duas parábolas? o ponto comum Está em que as duas pessoas que encontraram o que é valoroso, vão, vendem tudo e adquirem o bem. E, em ambos os casos, trata-se de algo muito precioso. O valor é tão alto que tudo o mais, pode e deve ser empenhado.
Qual é a Diferença entre as duas parábolas? A primeira parábola fala que o tesouro foi encontrado por acaso; a segunda diz que a pessoa que procurava encontrou o tesouro. O reino de Deus é o maior de todos os presentes. Não é algo que precisa ser conquistado por mérito.
Este presente não é dado como resultado da busca, do esforço. Somente aquele que busca, é, que anseia pelo reino de Deus, que procura pelo reino dos céus, recebe esse presente. E lógico, esse buscar e procurar não é produção da pessoa, mas graça. A parábola do tesouro no campo evidencia que o tesouro não depende da busca. Para aquele que trabalhava no campo, a descoberta aconteceu totalmente sem que a esperasse. É com a mesma imprevisão impressionante que sobrevem a conversão da pessoa, que transforma sua pobreza em riqueza (Ap 3:12–19).
É verdade que o comerciante rico estava à procura de belas pérolas, mas jamais sonhou que poderia encontrar uma pérola tão preciosa, acima de qualquer expectativa.
Para o trabalhodor campo sua atitude serve de exemplo? Na parábola de Jesus, aparentemente o trabalhador não conhece o dono do campo. Jesus não fornece muitos detalhes além de nos dizer que o homem vende tudo o que tem porque tem uma paixão ardente: levantar capital suficiente para poder comprar aquele campo. Então, uma vez que ele possui o campo, o tesouro que está enterrado lá se torna sua posse. Ele não rouba o tesouro; ele simplesmente tenta encontrar uma maneira de ganhar dinheiro suficiente para comprar o campo.
Não há nada de antiético nas ações desse homem. O objetivo da parábola de Jesus é simples: Esse homem encontrou algo tão valioso que estava disposto a abrir mão de tudo o que tinha por isso.
Temos de ter em mente que, ao narrar essas duas parábolas, Jesus não é advogado, nem professor de direito. Apenas quer ilustrar um pensamento prático, que era: Eles foram e venderam tudo o que possuíam, a fim de alcançar a posse do tesouro. O objetivo é demonstrar o valor inestimável do reino de Deus. O reino de Deus está em primeiro lugar!
O reino de Deus não é um bem ao lado de outros – não é algo que se situa no mesmo nível de outros valores, mas se opõe a todo o resto, e isso de uma forma tão radical como a vida eterna se opõe à essa vida que temos aqui.
Paulo declara lá em (Fp 3:7s): “As coisas que para mim eram ganhos, eu as considerei como perda por causa se Cristo. Como não, eu considero que tudo é perda em comparação deste bem supremo que é o conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor. Por causa dele, perdi tudo” .
A propriedade que alguém precisa abandonar é diferente de caso para caso. Podem ser vínculos exteriores. Podem ser vínculos da alma. Mas é preciso abrir mão daquilo em que a pessoa prende seu coração. O moço rico devia libertar-se de sua riqueza. De Abraão foi exigido o filho Isaque; era preciso que o sacrificasse!
.À luz deste ensinamento de Jesus, fica evidente que somos chamados a rever nossos valores, a considerar aquilo que mais apreciamos. Pensemos da seguinte forma: “O que será que eu mais aprecio no mundo? Minha esposa? Meu marido? Meus filhos? Minha casa? Meu carro? Meu trabalho? Minha redenção?” Em outra ocasião, Jesus fez alguns questionamentos sérios sobre valor Mateus 16.26 “26 De que adiantará uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará uma pessoa em troca de sua alma?” .
Os protagonistas nas parábolas do tesouro escondido e da pérola de grande valor alcançaram aquilo que desejavam ao abrir mão de todos os bens que possuíam. No entanto, não há bens suficientes no mundo para pagar a alma de um homem. O que você daria em troca de sua alma? Qual o preço você atribuiria a ela?
Libertar-se dos vínculos da terra não significa, contudo, negligenciar responsabilidades terrenas. Portanto, a exigência de colocar pai e mãe depois de Jesus não dissolve ou não cancela o 4º mandamento.
Não não isso aponta imediatamente para o amor ao próximo que é a prova social como evidência de um verdadeiro cristão - Amor ao próximo! (Apóstolo João vai colocar em sua 1ª carta sobre evidencias de que somos verdadeiros cristãos - Prova doutrinária-Fé / Prova moral-obediência / Prova Social- amor (cf. 1João 4.16–20 “16 E nós conhecemos o amor e cremos neste amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele. 17 Nisto o amor é aperfeiçoado em nós, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, assim como ele é, também nós somos neste mundo. 18 No amor não existe medo; pelo contrário, o perfeito amor lança fora o medo. Porque o medo envolve castigo, e quem teme não é aperfeiçoado no amor. 19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro. 20 Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odiar o seu irmão, esse é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” ).
Para finalizar, acrescentamos alguns pensamentos práticos de Emil Brunner (em Saat und Frucht, 1946, p. 43ss).
Dizíamos antes que Jesus é a pérola preciosa. Brunner diz: “Jesus veio para a sua propriedade, mas os seus não o receberam. Eles os convidou para o banquete, mas os convidados todos se desculparam. Não compareceram. “Viram” todos a grande pérola, mas não a “adquiriram”. Por quê?
Essa pergunta é respondida pela nossa parábola. A pérola custa uma quantia enorme. Do ponto de vista da racionalidade humana, comprá-la é uma ação por demais arriscada. Para seguir na linguagem da parábola, é uma especulação louca. Pois é preciso apostar tudo numa única jogada. Esta é a razão por que tantos a deixam na vitrine, por que tantos não atendem ao convite para o banquete, desculpando-se.
“É estreito demais o caminho, apertada demais a porta que leva à vida.” “Quem quiser ser meu discípulo, negue-se a si mesmo e siga-me”, cegamente. Confiando cegamente naquele que diz: Eu lhe darei tudo, se você largar tudo – esse é o preço da compra!
O que nós precisamos vender, para podermos comprar a pérola? Repito: Tudo. Contudo, que quer dizer isso? Acaso significa: É preciso largar o emprego, vender a casa, os móveis, deixar a formação, todos os bens culturais, todos os interesses profissionais? Não, não é preciso entregar tudo isso. Deus quer apenas o teu coração.
Entretanto, a Bíblia nunca separa o interior do exterior. Quando alguém realmente entrega a Deus seu coração, sua vida, também o que chamamos de exterior irá junto. Quando o coração é tomado pela graça, fé, arrependimento, tudo ao teu redor é transformado. A vida em Jesus Cristo terá conseqüências exteriores.
Bem entendida, a questão na verdade é a seguinte: A pérola não custa nada mais que seu coração, sua pessoa, você mesmo. É preciso deixar de si mesmo, soltar a si próprio, parar de ser seu próprio senhor, e deixar que Deus seja o seu Senhor. Parar de justificar a si próprio, e dar razão unicamente a Deus. Parar de considerar-se importante, e dar importância somente a Deus. Deixar de conservar qualquer coisa para si que sabe que Deus não aprova. Significa crer e obedecer, significa aceitar a palavra de Deus. Ou seja, é preciso soltar de si mesmo. Os apóstolos descreveram este ato de soltar-se com uma palavra extraordinária: morrer para si. Morrer com Cristo, reconhecer sua cruz como julgamento sobre si como condenação, sabendo ao mesmo tempo que a ressurreição dele é minha própria vida nova. Quem de fato se solta, morrendo com Cristo, também é capaz de soltar os seus pertences, assim como Deus quer: bens, honra, saúde, posição ou o que mais for, tudo o que antigamente era importante, passa a ter a devida prioridade no lugar correto.
Não encontrei texto melhor do que Efésios 4.17–32 “17 Isto, portanto, digo e no Senhor testifico: não vivam mais como os gentios, que vivem na vaidade dos seus próprios pensamentos, 18 tendo o seu entendimento obscurecido, separados da vida que Deus concede, por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração. 19 Tendo-se tornado insensíveis, eles se entregaram à libertinagem para, de forma desenfreada, cometer todo tipo de impureza. 20 Mas não foi assim que vocês aprenderam de Cristo, 21 se é que, de fato, ouviram falar dele e nele foram instruídos, segundo é a verdade em Jesus. 22 Quanto à maneira antiga de viver, vocês foram instruídos a deixar de lado a velha natureza, que se corrompe segundo desejos enganosos, 23 a se deixar renovar no espírito do entendimento de vocês, 24 e a se revestir da nova natureza, criada segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade. 25 Por isso, deixando a mentira, que cada um fale a verdade com o seu próximo, porque somos membros do mesmo corpo. “26 Fiquem irados e não pequem. Não deixem que o sol se ponha sobre a ira de vocês, 27 nem deem lugar ao diabo. 28 Aquele que roubava não roube mais; pelo contrário, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o necessitado. 29 Não saia da boca de vocês nenhuma palavra suja, mas unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. 30 E não entristeçam o Espírito de Deus, no qual vocês foram selados para o dia da redenção. 31 Que não haja no meio de vocês qualquer amargura, indignação, ira, gritaria e blasfêmia, bem como qualquer maldade. 32 Pelo contrário, sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando uns aos outros, como também Deus, em Cristo, perdoou vocês.”
É essa, portanto, a maneira como a palavra de Deus enquanto “tesouro e pérola” se apodera de nós. Não é um processo em que somos passivos, como alguém que espera pela morte. Pelo contrário, somos desafiados à dedicação máxima, ao empenho mais ousado, difícil e concentrado. Mas todo esse empenho consiste exatamente em dizermos não para nós próprios, também pensando em nossa capacidade, que não esperamos nada de nós mesmos mas tudo de Deus.
Precisamos ouvir essas parábolas hoje, porque Jesus está dizendo: "No sistema de valores de Deus, o reino de Deus que é trazido por meio de Jesus Cristo é a única coisa que supera qualquer outra coisa, qualquer coisa que possamos acumular neste mundo". Precisamos ter a pérola de grande valor. Precisamos ter o tesouro que está escondido no campo.
Precisamos auditar regularmente nossos sistemas de valores para ver se nossos valores estão alinhados com os valores de Deus. Somos chamados a ter a mente de Cristo. Isso significa que devemos amar o que Jesus ama e odiar o que Jesus odeia. Buscamos o que Jesus busca e fugimos do que Jesus foge. É disso que se trata a vida do cristão.
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