Livres para servir a Deus

O poder do evangelho  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
0 ratings
· 18 views
Notes
Transcript
Romanos 6.15–23 ARA
E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum! Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação. Porque, quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça. Naquele tempo, que resultados colhestes? Somente as coisas de que, agora, vos envergonhais; porque o fim delas é morte. Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna; porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Meus irmãos, há quem pense que a pregação do evangelho da graça de Deus é perigosa. Há quem pense que esse evangelho conduz pessoas à desobediência. Que se dissermos que é pela graça, somente pela graça, não por obras, que somos salvos, muitos verão nisto uma porta aberta para uma vida de libertinagem. E por pensarem assim, tais pessoas se opõem ao próprio evangelho.
Na história da igreja houve muitos exemplos disso. Os judaizantes, por exemplo, se opuseram ao evangelho. Eles quiseram impor a observância da lei mosaica como requisito para a salvação, anulando assim a graça. Os católicos romanos também se opõem ao verdadeiro evangelho, pois afirmam que não somos justificados somente pela fé, mas que a participação nos sacramentos e os exercícios espirituais são necessários para a salvação.
Por outro lado, tem gente que pensa que, uma vez sob a graça, não temos mais a obrigação de cumprir a Lei. Que podemos viver de modo irresponsável, seguindo o nosso coração, numa espiritualidade fluida, sem comprometimento com a igreja. Tais pessoas acreditam que podem amar a Deus em seu coração e, ao mesmo tempo, viver de modo contrário à sua vontade. Talvez você já tenha visto alguém que diz assim: “eu creio em Jesus, eu amo Jesus, mas eu não preciso ir para igreja. Não preciso seguir padrões. Eu posso servi-lo do meu próprio jeito”.
Esses são dois mal-entendidos que alguém pode ter no que diz respeito ao evangelho. E é com isso que Paulo vai lidar neste texto. Nos versículos anteriores, Paulo respondeu a uma possível objeção ao seu ensino. Alguém poderia dizer: “se a graça é triunfante, vamos pecar mais para que a graça triunfe ainda mais!” (v. 1). Agora Paulo responde a uma objeção parecida.
No v. 14, ele afirmou que “não estais mais debaixo da lei, e sim debaixo da graça”. Isto significa que não estamos mais sob a condenação da Lei, sob o pacto que concede vida mediante a obediência à Lei. Agora, sob a graça, recebemos a justiça de Cristo mediante a fé, e não por obras. Alguém poderia então perguntar: “se não estamos debaixo da lei, isso significa que podemos pecar? Estamos desobrigados da obediência à Lei?”. Paulo vai responder tal questão.
Meus irmãos, esta questão tem importantes implicações práticas em nossa vida. O modo como entendemos isto implica na maneira como vivemos diante de Deus. Se acreditamos que não precisamos obedecer à Lei, viveremos de modo irresponsável e libertino. Se acreditamos que a Lei é necessária para a salvação, viveremos de modo legalista, cairemos em orgulho ou desânimo espiritual.
O que Paulo nos mostra nestes versículos é que o cristão foi chamado a viver de modo responsável. A vida cristã é uma vida de de serviço e comprometimento. É uma vida de obediência. O cristão não foi liberto do pecado para que possa viver para si mesmo, mas é livre para servir a Deus. Eu quero refletir com você duas razões pelas quais o cristão, que está debaixo da graça (v. 14), deve viver uma vida responsável diante de Deus.

Uma vida sob a graça implica em mudança de senhorio (v. 15-18)

A primeira razão pela qual devemos viver de modo responsável é que uma vida sob a graça implica em mudança de senhorio (v. 15-18). Uma vez que cremos em Jesus Cristo e nos arrependemos de nossos pecados, passamos a um novo reino, o reino da graça. E nesse reino temos um novo senhor. É impossível que possamos, ao mesmo tempo, servir a justiça e o pecado.

O cristão sob a graça pode viver em pecado? (v. 15)

Paulo começa com uma pergunta. Ele considera uma possível objeção que alguém pode levantar ao seu ensino. Alguém poderia dizer que, uma vez que não estamos debaixo da lei, isto é, de sua condenação; agora somos livres para transgredir a Lei de Deus.
A resposta de Paulo é enfática: "de modo nenhum". Isto é, o fato de não mais estarmos debaixo da lei não nos liberta da obrigação de obedecermos à lei, e nem é uma licença para o pecado. Pois ainda que não estejamos mais debaixo da lei para condenação, nem como meio de se obter vida; estamos "debaixo da lei" de Cristo (1Coríntios 9.21), como o próprio Paulo afirma em sua carta aos Corintios. AInda na carta aos Romanos Paulo nos dirá que devemos amar uns aos outros, porque assim cumprimos a lei (Romanos 13.8). Assim, o cristão ainda se encontra obrigado a cumprir a lei moral de Deus.
Mas por que não podemos pecar? Por que ainda estamos sujeitos à lei? Paulo vai expor nos próximos versículos.

Render-se a uma coisa é tornar-se servo dela (v. 16)

Paulo nos apresenta um princípio: nos tornamos escravos daquilo a que nos oferecemos. Se dedicamos nossa vida à prática de algo, nos tornamos servos daquilo. Jesus ensinou isto (Jo 8.34; Lc 16.13). O homem que se dedica ao dinheiro é servo do dinheiro. A pessoa que se dedica a ter coisas se torna servo do consumismo. Em última instância, o homem é sempre escravo ou do pecado ou de Deus. E não há como ser leal a uma coisa e ao mesmo tempo se dedicar a outra.
Irmãos, o modo como vivemos mostra a quem, de fato, servimos. A obediência a Deus é o critério de nossa lealdade a ele. Se de fato o amamos e nos devotamos a ele, obedecemos os seus mandamentos. Deus não nos libertou para vivermos para nós mesmos; mas para vivermos para ele. Quando recebemos Cristo como nosso Salvador, também devemos reconhecer o seu senhorio sobre nossa vida, em todas as áreas.
E o contrário é verdadeiro. Ao nos entregar a uma coisa, nos tornamos servos dela. Quando nos devotamos ao pecado, mesmo sendo crentes, a nossa lealdade é dividida. É possível que muitos cristãos, embora livres, vivam presos ao pecado. Isso acontece num ciclo vicioso: quanto mais nos entregamos, mais dependemos. O pecado é enganador. Ele nos escraviza e nos torna cada vez mais seus servos. Mas servir a Cristo é diferente. Quando servimos a Cristo, isso não nos leva a mais servidão, mas a mais liberdade. Agostinho certa vez disse: "Quanto mais escravo de Cristo sou, mais livre eu me sinto". A escravidão de Deus é a verdadeira liberdade, porque somos libertos de nós mesmos, de nossos desejos enganosos.

Quando cremos em Deus nos rendemos a ele (v. 17)

Paulo continua seu argumento. Ele nos deu o princípio: nos tornamos servos daquilo a que nos entregamos. Agora, ele afirma um fato: nós fomos entregues ao evangelho. Graças a Deus, isto é, pela sua graça, nós, quando éramos escravos do pecado, obedecemos ao padrão de doutrina a que fomos entregues.
O que é esse padrão de doutrina? É a pregação fiel do evangelho, conforme a palavra revelada pelos apóstolos. E a este padrão de doutrina "fomos entregues". O que é curioso é que em outros textos da Escritura, nos é falado da “doutrina que nos foi entregue”. Mas aqui Paulo escreve diferente. Ele diz que nós fomos entregues à doutrina. Quando cremos no evangelho, nós fomos rendidos ao evangelho. Como inimigos numa guerra, levantamos a bandeira branca e agora estamos em paz com Deus. Mas isso é um procesos e que nós somos passivos. Não fomos nós que nos entregamos. Não, nós fomos entregues, passamos de um senhorio para outro.
Então Paulo compara duas situações. Antes éramos escravos do pecado. Éramos dominados. Vivíamos sob culpa, medo e entregues a nossos desejos. Mas a conversão nos transitou de um reino para o outro. Agora somos servos de Cristo. Antes éramos entregues a nossos desejos, agora fomos entregues a um novo Senhor. E isso aconteceu no momento em que nos comprometemos com o padrão do evangelho, com a pregação fiel que ouvimos e cremos.
Meus irmãos, aqui vemos como é importante que compreendamos o evangelho, e que seja o verdadeiro evangelho. O evangelho que cremos não é qualquer um, mas aquele padrão de doutrina que está em conformidade com a mensagem apostólica, que está de acordo com a Bíblia. É por isso que nossa igreja preza para que aqueles que desejam ser membros da igreja tenham entendimento e convicção da doutrina. É por isso que temos uma classe de novos membros, para que você possa aprender com profundidade o evangelho.
E isso com o objetivo que o convertido assuma um compromisso com esse evangelho em sua profissão de fé. Quando professamos a fé, quando nos batizamos, isso é a declaração de que agora pertencemos a um outro Senhor. Isso é algo sério. Se você ainda não fez essa profissão, eu desafio você a ir a um nível de maior compromisso para com Deus. Nós temos uma classe de novos membros, onde você aprende o que é necessário a fim de que possa se comprometer com Deus e com sua igreja. Mas se você já fez esse compromisso, você deve honrá-lo. Lembre-se do seu batismo. Lembre-se de sua profissão de fé. Porque esse momento é um lembrete de que você agora pertence a Deus.

Estamos sob nova direção (v. 18)

Isso significa que estamos sob nova direção. Libertados do pecado, fomos feitos servos da justiça (v. 18). Novamente, é um processo no qual somos passivos. Fomos feitos servos. Justiça aqui pode trazer tanto a ideia de fazer o que é justo, quanto a justificação forense que é atribuída a nós e que recebemos mediante a fé, ou justiça em todos os aspectos. Uma vez que confiamos em Jesus e na sua justiça, nos tornamos servos dessa justiça que nos foi atribuída, e que agora também queremos desenvolver em nós mesmos.
Aqueles que creem em Jesus são justificados. Isto é, eles são declarados justos, pela graça, mediante a fé. Agora, eles estão sendo santificados, isto é, eles estão sendo transformados em pessoas justas e santas, como um resultado de sua salvação. Eles já foram salvos, já resgatados, mas agora almejam crescer em santidade. Mas como isso acontece?
Meus irmãos, imaginem a seguinte situação. Imaginem um escravo que viveu anos sob o jugo de um senhor cruel e tirano, explorado e maltratado. Um dia, ele recebe a notícia de que um outro senhor comprou a sua liberdade, pagando um alto preço por ele. Esse outro senhor é bondoso, generoso e justo. Ele não só liberta o escravo, mas também o adota como seu filho. Ele lhe dá uma nova identidade, uma nova família, uma nova herança.
O que você acha que esse ex-escravo faria? Ele voltaria para o seu antigo senhor, para viver na miséria e na opressão? Ou ele se dedicaria ao seu novo senhor, para viver na alegria e na paz? A resposta é simples. Ele voluntariamente irá querer servir o seu novo senhor, por amor e gratidão. Ele buscará obedecer os seus mandamentos, não por medo ou obrigação, mas por prazer e satisfação.
Assim somos nós, que fomos libertos do pecado e feitos servos da justiça. Nós nos rendemos a Cristo, que nos comprou com o seu sangue, e nos tornamos seus servos por amor e gratidão. Não por medo ou obrigação, mas por prazer e satisfação.
Como você tem vivido? A quem você tem servido? Você está vivendo de acordo com esse novo senhorio? Você está honrando a Deus com suas atitudes? Você é como esse servo que se dedica a seu novo senhor, ou continuamente retorna aos braços do antigo? Não se engane, pensando que você pode servir a dois senhores. Não se iluda, pensando que você pode viver na graça e no pecado ao mesmo tempo. Se você reconhecer que você está servindo ao pecado, eu rogo que você se arrependa, e que se volte para Deus. Mas se você reconhece que está servindo a Deus, que bom. Persevere e continue crescendo na graça.

Uma vida sob a graça implica em novo compromisso e direção (v. 19-21)

Então a primeira razão pela qual devemos viver de modo responsável é que, sob a graça, estamos sob um novo senhorio. A segunda razão é que uma vida sob a graça implica em novo compromisso e direção (v. 19-21). Se somos servos, devemos viver como servos. Devemos nos esforçar, dedicar, tendo em vista o que Deus fará em nós. Em outras palavras, os indicativos do evangelho que foram afirmados até aqui implicam em imperativos que devemos obedecer.

O cristão deve oferecer-se como servo da justiça (v. 19)

No v. 19, Paulo diz que está falando como "homem". Isto significa que ele está usando figuras que incrédulos possam compreender, dada a condição mental destes que foi afetada pelo pecado. Falar de Deus como nosso senhor e nós como seus servos é uma metáfora que não abrange tudo. A Bìblia usa outras metáforas. Deus é nosso Pai, somos seus filhos. Cristo morreu por nós porque somos seus amigos. Cristo é o noivo, a igreja é a noiva. Mas a metáfora da escravidão é útil para ilustrar o modo como devemos obedecer a Deus.
Paulo diz que antes, oferecíamos os nossos membros à impureza e maldade que resulta em mais maldade. É uma descrição dramática da situação do homem sem Cristo. Segundo Osborne, nós éramos "soldados da infantaria no exército do mal, servindo aos oficiais demoníacos nas áreas da obscenidade ou impureza". O homem sem Cristo se lança cada vez mais fundo no pecado, só vive para si, satisfazendo os seus desejos pecaminosos.
Contudo, não é assim para o povo de Deus. Paulo exorta que o cristão ofereça os seus membros à justiça, da mesma maneira como antes oferecia ao pecado. Agora libertados, eles não devem viver para si mesmos, mas oferecer todo o seu corpo, tudo o que tem, no serviço a Deus.
Veja, meus irmãos, o cristão deve, no mínimo, empenhar o mesmo esforço que exercia para o pecado, agora para o serviço a Deus. Isto significa que em seu trabalho, em sua família, em tudo o que faz ele agora está a serviço do Reino. Ele agora faz parte do exército de Deus. E como parte desse exército, deve se empenhar em servir. O cristão não pode ser negligente, nem fazer corpo mole. Ele deve ter compromisso.
Você já percebeu o quanto o mundo investe na promoção de suas causas? Pense em alguém que cobiça ter muitos bens. Ele vira noites fazendo hora extra na esperança de satisfazer sua cobiça.
Pense em alguém entregue à sensualidade. Ele se esforça na busca do objeto de seu desejo.
Pense num militante ideológico, político, que promove uma ideologia anticristã. Ele se dedica àquilo, dedica seu tempo, recursos, na promoção de seus ideais.
O que se espera de um cristão é que, no mínimo, empenhe a mesma dedicação que antes empenhava para o pecado.
Uma vez que pertencemos a Deus, devemos servi-lo. Não apenas devemos abandonar o pecado, mas devemos nos dedicar no serviço a Deus. Eu quero encorajar você a fazer isso. Eu quero encorajar você a se envolver nos trabalhos da igreja, a exercer seus dons e talentos para a glória de Deus. Se você é alguém que se dedica a seus estudos, a seus trabalhos, a seus prazeres; se você é alguém que se dedica a maratonar suas séries e filmes; você pode se dedicar ainda mais no serviço ao Deus que te comprou com seu sangue.

O servo do pecado só colhe vergonha e morte (v. 20-21)

Mas por que devemos nos dedicar tanto assim? Por causa do fruto que isso traz. Essa é a razão que Paulo nos dá, ele aponta os resultados. Primeiro, ele fala do resultado do pecado. Antes, quando éramos escravos do pecado, estávamos isentos em relação à justiça. Isto significa que não estávamos a serviço da justiça, mas do pecado.
Então Paulo apela para a experiência de seus leitores com uma pergunta retórica: que frutos colhemos (o termo no grego aqui significa “fruto”)? A resposta óbvia é "nenhum". Não há nenhum fruto, nada bom que advém de uma vida de pecado. Apenas coisas que envergonham e que conduzem à morte espitirual e eterna.
Não é difícil perceber que a vida de pecado não resulta em nada bom. Só nos leva a mais servidão. Fazemos coisas das quais nos constrangemos depois. Mas o pior de tudo é que daremos contas a Deus de nossas ações. Aqueles que vivem em embriaguez, sensualidade, cometendo todo tipo de torpeza, não apenas envergonham a si mesmos aqui, como também se envergonharão no trinbunal de Deus. Pois que ninguém veja nossos atos, eles estão diante de Deus.
O pecado não traz nenhum benefício. Ainda que pareça benéfico num primeiro momento, seu fim é a morte. O juízo de Deus sobre o pecado é descrito em Apocalipse, na punição eterna do lago de fogo (Ap 20.13-15). Esse é o final daqueles que escolhem viver em rebelião contra Deus.
Veja, se esse é o seu estado, se você se vê nessa situação, se a sua vida é um poço sem fundo de pecados; algo que você deve fazer hoje é arrepender-se de seus pecados. Seja honesto consigo e avalie quais tem sido os seus pecados. Então, ore e reconheça suas ofensas a Deus, confesse a ele. Confesse também a um irmão, a alguém que pode lhe aconselhar e mostrar o evangelho. E creia que Deus é fiel e justo para perdoar os pecados.
Essa é a boa notícia é que aqueles que creem em Jesus são libertos do pecado. Uma vez livres, podem ainda pecar, mas podem não pecar. Podem praticar o pecado, mas podem também optar por obedecer a Deus. Os que vivem em Cristo não precisam mais viver na miséria do pecado. Não precisam viver presos a vícios e machucando a nós mesmos e a outros. Você pode vencer os seus pecados.

Porque sob o senhorio de Deus, frutifica santificação e vida eterna (v. 22-23)

Então, no v. 22, Paulo então retrata a situação atual do crente, em contraste com a anterior. Uma vez que foi libertado do pecado e feito servo de Deus, o cristão agora tem um fruto. O seu fruto é para santificação (isto é, o processo de tornar-se santo) e, por fim (no sentido de finalidade), vida eterna.
A santificação é a libertação do domínio do pecado, que acontece tanto de uma só vez quanto progressivamente. Na nossa conversão (fé+arrependimento), fomos tirados do pecado. Mas aos poucos o pecado vai sendo tirado de nós. É algo que Deus faz, mas que também requer um esforço de nossa parte. É um fruto, mas para que ele seja produzido e cresça, requer que plantemos e reguemos; para a colheita eternal.
Isto significa que você deve tomar atitudes práticas, intencionais, na sua luta contra o pecado. Você deve plantar para poder colher. Talvez você olhe para sua vida e não veja nenhum avanço. Mas você tem plantado? Você tem lido a Bíblia e orado regularmente? Você vivido em comunhão? Você tem se comprometido com a igreja? Você pode ler livros que falam a respeito de santificação. Você pode fazer um propósito de ler a Bíblia inteira no próximo ano. Você pode pedir a alguém que te acompanhe num discipulado. Você pode pedir ajuda pastoral. O que você não pode é ficar do mesmo jeito, sem avançar em sua santificação.
Paulo então conclui a analogia no v. 23, com a figura do salário. Naquele tempo, era possível que um servo recebesse algum tipo de salário para subsistência. O salário do pecado, isto é, a recompensa por ele, é a morte, denotando aqui a morte eterna. Contudo, o dom gratuito de Deus dado àqueles que ele escolheu é a vida eterna.
Veja, o pecado é um péssimo patrão. Ele é um enganador. Ele promete um bom salário, ele promete vida e paga com a morte. O pecado é sempre assim, mentiroso. A tentação sempre envolve uma mentira, principalmente uma mentira a respeito de Deus. O pecado promete satisfação, segurança, consolo, alegria. Mas seu resultado é tristeza, medo, desesperança e morte. E o pior é que merecemos tais coisas, pois se todas as boas dádivas vêm de Deus, e se pecamos, mereceremos de fato que elas sejam retiradas de nós. Mas a graça é um patrão generoso. Ele nos dá o que não merecemos. Não trabalhamos e ganhamos vida eterna, por dádiva, como um presente. Merecemos morte e ganhamos vida.
Meus irmãos, há apenas dois senhores, dois caminhos, duas escolhas, dois destinos. Você só pode servir a si mesmo ou servir a Deus. O primeiro caminho leva à morte física e espiritual. O segundo, embora seja por vezes um caminho difícil e dolorido, conduz à vida eterna. Que Deus nos ajude a viver debaixo de seu senhorio.
Related Media
See more
Related Sermons
See more