SOLA FIDE - Romanos 4.1-25

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INTRODUÇÃO

SOLA FIDE – O Instrumento da Autoridade
Uma síntese do que Lutero enfrentou neste tema da fé somente, a fé é se apropriar da obra que Cristo fez.
Mas a igreja da época, acreditava que o homem tinha cooperação na obra de Deus e que a fé era sua parte, e além disso as obras virtuosas também cooperavam para aplacar a ira de Deus.
Mas a ira de Deus por causa do pecado, exige obediência perfeita, exige um sacrifício perfeito, mas como podemos oferecer isso a Deus?
Algo que precisamos compreender, antes de iniciarmos, é que todos somos pecadores, a Bíblia diz que o Pecado de Adão foi imputado a nós.
Romans 5:12 NVI
12 Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram;
Paulo gasta muito tempo para nos dizer que Deus estava irado, podemos ver isso nos 4 primeiros capítulos de Romanos.
Leiamos como introdução Romanos 3.10-23.
Romans 3:10–23 NVI
10 Como está escrito: “Não há nenhum justo, nem um sequer; 11 não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. 12 Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer”. 13 “Suas gargantas são um túmulo aberto; com suas línguas enganam”. “Veneno de serpentes está em seus lábios”. 14 “Suas bocas estão cheias de maldição e amargura”. 15 “Seus pés são ágeis para derramar sangue; 16 ruína e desgraça marcam os seus caminhos, 17 e não conhecem o caminho da paz”. 18 “Aos seus olhos é inútil temer a Deus”. 19 Sabemos que tudo o que a Lei diz, o diz àqueles que estão debaixo dela, para que toda boca se cale e todo o mundo esteja sob o juízo de Deus. 20 Portanto, ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à Lei, pois é mediante a Lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado. 21 Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da Lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, 22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem. Não há distinção, 23 pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus,
Esse é um raio-x da humanidade, somos amantes do pecado, não somos capazes de amar a Deus, carregamos culpa, as obras não podem resolver essa equação.
Lutero, sem paz nenhuma depois de muitas tentativas de encontrar paz com Deus, mesmo depois te fazer tanto, se depara com (Rm 3.28) que diz:
Romans 3:28 NVI
28 Pois sustentamos que o homem é justificado pela fé, independente da obediência à Lei.
Onde ele chega a compreensão de que o homem é justificado pela fé somente, donde surge o termo “SOLA FIDES JUSTIFICATE”. justificados somente pela fé.
A igreja da época acreditava que o homem era justificado pelas obras da fé, Lutero, ao ler a Bíblia descobriu, que o homem é justificado, pela Fé somente.
O que é a justificação pela fé, pode um homem ser considerado justo diante de Deus?
Como Deus pode dizer a pecadores como nós, tu és justo, sem ainda violar seu próprio caráter?
Diante do histórico que Paulo apresenta nos textos que já lemos, sabemos que merecemos beber toda a ira de Deus.
Será que pelas coisas boas que faço, posso ser justo?
Será que pelas virtudes internas eu consigo ser justo aos olhos de Deus?
Como Deus pode dar benção a homens pecadores como nós, como pode Deus sorrir para nós?
Como isso acontece, já que não há um justo sequer, nenhum?
Só existe uma única resposta a esse grande dilema.
Alguém precisa pagar pelos pecados dos pecadores.
A justiça de Deus precisa ser satisfeita. Por Deus ser justo, ele precisa satisfazer sua justiça.
Ou ela será satisfeita pelo sofrimento dos pecadores eternamente no inferno, ou ela terá de ser satisfeita por alguma outra pessoa no lugar do pecador, ou seja, no seu lugar, no meu lugar.
Isso se dá pela Imputação!
A imputação, é alguém a quem nossos pecados são transferidos, assim como o pecado de Adão foi imputado (creditado em nossa conta), nossos pecados foram imputados em Cristo Jesus, ele levou nossos pecados.
1 Peter 2:24 NVI
24 Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados.
Neste sentido, o AT nos mostra um simbolismo que representa no passado aquilo que Cristo faria no futuro.
Vocês já devem ter ouvido falar do bode expiatório, certo.
Em Levítico 16.5-28 está o relato, onde o sumo sacerdote deveria oferecer sacrifício pelos pecados de todo Israel.
Para isso dois bodes eram separados, um bode seria imolado e seu sangue oferecido para propiciação (Salvação da Ira de Deus, representava Cristo sendo imolado e nos livrando da ira de Deus).
O outro bode eles colocavam a mão sobre sua cabeça imputando a ele todos os pecados da nação, e ele era enviado ao deserto para carregar solitário os pecados de todos a fim de fazer a expiação (remoção dos pecados, ou seja, o perdão, os pecados sendo levados para longe, para o esquecimento).
Diante deste simbologia, já conseguimos perceber como a ira de Deus, baseada na sua justiça, foi satisfeita.
A grande pergunta que fica diante disso é, se tem alguém que possa salvar a si mesmo e orgulhar, pelo fato de Deus justificar homens pecadores? (Rm 3.21-28).
Romans 3:21–22 NVI
21 Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da Lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, 22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem. Não há distinção,
Romans 3:27–28 NVI
27 Onde está, então, o motivo de vanglória? É excluído. Baseado em que princípio? No da obediência à Lei? Não, mas no princípio da fé. 28 Pois sustentamos que o homem é justificado pela fé, independente da obediência à Lei.
Paulo deseja nos ensinar no capítulo 4 de Romanos, que tem gente que deseja se gloriar, como querendo exigir por direito ser justo diante de Deus.
E neste caso, o trabalho de Paulo é argumentar contra essa ideia, por meio de uma diatribe. (explicar que é um recursos retórico).
Paulo vai lidar com 3 grupos de pessoas neste texto;
1º Legalistas – Estes se orgulham e requerem por direito sua justiça que vem da lei, do cumprimento da lei.
2º Nacionalistas – Se orgulham de terem o sinal da nação, que é a circuncisão, mesmo aquém da religião, tem a marca, o sinal.
Por último, ele termina falando aos justificados pela é somente.
Romanos 4.1-25;

Legalistas – (v. 1-8) – A salvação não é pelas obras, mas pela fé somente;

Os legalistas entram na conversa usando o maior exemplo deles para defenderem sua tese de que devem por direito serem justificados pelo que fazem, pois o fazem por terem um grande exemplo.
E eles usam Abraão para se agarrarem a justificação.
Vale mencionar que o público da igreja em Roma contém um bom número de judeus.
E os legalistas então se remetem a Abraão para tal (na cabeça deles ninguém ultrapassa Abraão)
Romans 4:1–2 NVI
1 Portanto, que diremos do nosso antepassado Abraão? 2 Se de fato Abraão foi justificado pelas obras, ele tem do que se gloriar, mas não diante de Deus.
Paulo defende que se foram as obras que o justificaram, glória pra Abraão, mas somente diante dos legalistas.
Pois diante de Deus, é impossível, pois (Rm 3.27) diz que não resta orgulho diante da obra de Cristo.
O que Paulo faz para argumentar, ele apela ao Sola Scriptura:
Romans 4:3 NVI
3 Que diz a Escritura? “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça.”
Vamos olhar para a Bíblia, esse é o exercício que nós devemos sempre fazer, quando nos surge um pequeno resquício de orgulho, quando achamos que merecemos ser salvos.
Devemos correr para a escritura.
Paulo então vai explicar pela palavra para responder à pergunta dos legalistas.
Genesis 15:6 NVI
6 Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça.
É como se Paulo abrisse a contabilidade de Abraão, para ver se tinha crédito diante de Deus, e ele mostra aos legalistas, que seu patriarca, nada tinha em sua conta, mas Deus é quem creditou (aparece 11x no texto), computou, contabilizou à Abraão, algo em sua conta.
Os méritos da obra perfeita de Cristo foram creditados na conta de Abraão por meio da fé na promessa que Deus fez ao patriarca.
Os versos 4,5 nos ajudam a entender o argumento de Paulo.
Romans 4:4 NVI
4 Ora, o salário do homem que trabalha não é considerado como favor, mas como dívida.
Se a justificação se dá pelo trabalho que se faz, Deus agora se torna seu chefe, e no fim do mês é ele quem te deve, e tudo que ele te der, é dívida, ele te dá por direito seu.
Nesta perspectiva, os legalistas tornaram a religião uma relação de troca, eu faço, e Deus me dá, porque me deve, porque eu fiz por merecer.
Não fazemos nós assim muitas vezes quando oramos, quando jejuamos, quando ofertamos ou ajudamos alguém?
Reduzimos a relação com Deus como negócio, como um contrato de trabalho.
Mas Paulo deixa de falar da justificação pela fé não como recompensa, mas como dádiva. Vejamos.
Romans 4:5 NVI
5 Todavia, àquele que não trabalha, mas confia em Deus, que justifica o ímpio, sua fé lhe é creditada como justiça.
Paulo diz, que a relação de Abraão com Deus, não era a relação que os legalistas achavam que ele tinha, não se deu pelas obras que realizou, mas pela dádiva de Deus.
Na verdade Deus irrompeu no silêncio de Abraão, o chamou, falou com ele e lhe fez promessas, e Abraão foi considerado Justo, porque se apagou na dádiva de Deus, se agarrou na palavra da promessa que lhe fez por fé.
Neste sentido, a religião não é um contrato de trabalho, Deus não é o chefe que deve por direito ao funcionário, mas a vida com Deus é dádiva completa e constante baseada na fé.
O desfecho do argumento se dá no exemplo que Paulo traz, de Davi.
De novo, ele menciona a Palavra:
Romans 4:6–8 NVI
6 Davi diz a mesma coisa, quando fala da felicidade do homem a quem Deus credita justiça independente de obras: 7 “Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados! 8 Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa!”
Paulo menciona:
Psalm 32:1–2 NVI
1 Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados! 2 Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia!
Se Abraão é um exemplo dado pelos legalistas, e Paulo derrubou seus argumentos, Paulo traz mais alguém de grande peso que foi também justificado, mas não pelas obras.
Davi teve grandes obras, mas também grandes pecados, mas o texto é claro em dizer, que o que o fez justo, foi a fé e não suas obras.
Interessante a dimensão da justiça descrita aqui, Deus imputa justiça, e não imputa pecado.
Essa é a grande troca do Evangelho, Deus assume nossas dividas, e compartilha a perfeição e justiça de Cristo em nossa conta, e isso se dá mediante a fé.
Só Deus pode fazer algo assim tão grandioso, tão grandioso que ofende e humilha as nossas obras, e não credita a feiura de seus pecados, lançando tudo em Cristo.
Isso tudo mediante a fé somente, e unicamente pela fé em Cristo Jesus.

Nacionalistas – (v. 9-12) – Todo salvo é salvo pela fé somente e não por um sinal que representa sua identidade nacional.

Os nacionalistas usam o maior exemplo para eles para defenderem sua tese de que devem por direito serem justificados pelo sinal que os marca, pois o fazem por terem um grande exemplo em Abraão, isto é a circuncisão.
Mas o que a justificação tem a ver com a circuncisão, essa é a pergunta.
Romans 4:9 NVI
9 Destina-se esta felicidade apenas aos circuncisos ou também aos incircuncisos? Já dissemos que, no caso de Abraão, a fé lhe foi creditada como justiça.
Porquê dessa pergunta, porque os judeus criam que a circuncisão dava ao judeus e prosélitos (praticantes da religião e circuncidados), através desse sinal “direitos sobre todos os privilégios da aliança”.
Como que Paulo responde à questão, novamente com as escrituras. (Gn 15.6).
Mas Paulo cria uma pergunta para explicar que a circuncisão não foi o que justificou Abraão.
Romans 4:10 NVI
10 Sob quais circunstâncias? Antes ou depois de ter sido circuncidado? Não foi depois, mas antes!
Qual a máxima de Paulo? A fé foi atribuída a Abraão.
Quando não enxergamos que a Obra de Deus é da sua parte do início ao fim, que inclusive a fé nos é imputada, e queremos apresentar nossas obras, sinais, feitos e nacionalidade.
Somos ingratos quando a dádiva de Deus, quando a oferta que Deus faz aos homens, os chamando ainda sendo eles todos pecadores.
A maior ingratidão está em menosprezar a dádiva de Deus, achando que o que temos é maior e mais precioso, e que pode nos justificar.
Neste sentido, Abraão ouve a Deus e crê, ele foi circuncidado 14 anos depois de ter sido justificado.
(Gn 17.23-27), ou seja, ele era incircunciso, ele era um pecador que creu em Deus.
E Paulo então explica nos versos 11, 12 sobre o sinal da circuncisão.
Romans 4:11–12 NVI
11 Assim ele recebeu a circuncisão como sinal, como selo da justiça que ele tinha pela fé, quando ainda não fora circuncidado. Portanto, ele é o pai de todos os que crêem, sem terem sido circuncidados, a fim de que a justiça fosse creditada também a eles; 12 e é igualmente o pai dos circuncisos que não somente são circuncisos, mas também andam nos passos da fé que teve nosso pai Abraão antes de passar pela circuncisão.
O que aprendemos com isto?
Que Deus não exigiu de Abraão obra alguma, antes imputou a ele fé, e viveu em obediência constante a voz de Deus e sua promessa.
Aprendemos também que a fé vem antes do testemunho da fé que vem pelas obras.
Não é o seu batismo que testifica sua salvação, é antes sua profissão de fé, que acima de tudo testifica sua salvação.
Seu batismo sinaliza que você já professou sua fé na obra de Cristo.
Circuncisão é um sinal, o batismo também, mas a profissão de fé é crucial, Paulo não menospreza o sinal, mas diz que só tem valor mediante a fé.
Abraão, não é pai dos legalistas e nem dos nacionalistas, mas de todos aqueles que andam nas pisadas da sua fé.
A fé precede o testemunho da fé. Não faço obras para crer, eu creio por isso as faço.
A justificação não é pela obras e tão pouco pela marca nacional, pela denominação que pertenço, por ter assinado um pacto de membresia, mas pela fé somente em Cristo Jesus.
Pela fé somente os méritos de Cristo são atribuídos a nós, terríveis pecadores.

Justificados. (13–25).

A realização da promessa se dá por fé e não pela Lei
Romans 4:13–15 NVI
13 Não foi mediante a Lei que Abraão e a sua descendência receberam a promessa de que ele seria herdeiro do mundo, mas mediante a justiça que vem da fé. 14 Pois se os que vivem pela Lei são herdeiros, a fé não tem valor, e a promessa é inútil; 15 porque a Lei produz a ira. E onde não há Lei, não há transgressão.
Se a circuncisão não tem nada de ver com a justificação, muito menos o cumprimento da lei, pois Abraão foi considerado justo pela fé 430 anos antes da lei ser dada a Moisés.
A promessa não poderia de forma alguma ser invalidada pela lei posterior.
Os que vivem pela fé recebem a promessa sem obras, sem circuncisão e sem lei, a promessa é superior.
Se os que herdam tudo que é oriundo da lei, sua fé não faz sentido.
Romans 4:14 NVI
14 Pois se os que vivem pela Lei são herdeiros, a fé não tem valor, e a promessa é inútil;
Qual a função da lei então?
Romans 4:15 NVI
15 porque a Lei produz a ira. E onde não há Lei, não há transgressão.
Pode a lei justificar?
De forma nenhuma, porque se a lei traz ira, neste caso ela não traz prêmio aos que a cumprem.
Se eu não transgrido a lei de trânsito, eu ganho alguma coisa? Não
Se eu transgrido? Sim, sou penalizado.
Qual a função da lei?
Demonstrar a nós todos, que não pudemos cumprir as exigências da lei de Deus, neste caso, não podemos ser justificados pela lei.
A lei serviu para nos conduzir àquele que poderia cumprir as exigências da lei perfeitamente, Cristo Jesus.
Se vivermos pela lei, não recebemos a promessa pela fé;
Porque a promessa é dádiva e não salário;
Neste caso, se cremos na promessa, assim como Abraão, somos herdeiros de tudo que provém da promessa de Deus.
O que aprendemos?
Que diante de Cristo e sua graciosa dádiva da salvação, não resta orgulho, não temos no que se orgulhar, pois não somos recompensados pelo que fizemos, mas somos agraciados pelo que não podemos fazer.
Se não tivermos vergonha e constrangimento por estarmos recebendo algo que não merecíamos, não entendemos a justificação pela fé somente.
A herança só faz sentido quando você percebe que não a recebe pelo fruto do seu trabalho, mas por dádiva.
Romans 4:16–17 NVI
16 Portanto, a promessa vem pela fé, para que seja de acordo com a graça e seja assim garantida a toda a descendência de Abraão; não apenas aos que estão sob o regime da Lei, mas também aos que têm a fé que Abraão teve. Ele é o pai de todos nós. 17 Como está escrito: “Eu o constituí pai de muitas nações”. Ele é nosso pai aos olhos de Deus, em quem creu, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência coisas que não existem, como se existissem.
Foi unicamente pela fé que Abraão é pai de todos, pois assim Deus o fez.
Não importa quem você é, importa se tens a fé de Abraão na promessa de salvação que se cumpre em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Podemos olhar para os versos seguintes, (18,19) que nos mostra a qualidade da fé salvífica.
Romans 4:18–19 NVI
18 Abraão, contra toda esperança, em esperança creu, tornando-se assim pai de muitas nações, como foi dito a seu respeito: “Assim será a sua descendência”. 19 Sem se enfraquecer na fé, reconheceu que o seu corpo já estava sem vitalidade, pois já contava cerca de cem anos de idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vigor.
Quando olhamos para este homem de fé, vemos um grande herói, certo?
Se você concorda que Abraão é um grande herói, logo você concorda com os legalistas que o tinham como herói e que achavam que ele tinha direitos por seu heroísmo e grandes feitos.
Mas Abraão é aquele que vacilou, teve medo, titubeou, errou muito, mentiu, vivia vacilante em muitas ocasiões.
Então Abraão não era um herói, a sua fé tem qualidade não por causa dele, mas por causa daquele que fez promessas a ele e lhe imputou a fé e a justiça.
A qualidade da sua fé, não está na força com que você a exerce, mas para onde ela aponta.
Quando estamos firmados em Cristo, quando nos apegamos na palavra da Verdade, o Evangelho, não vacilamos, não paramos em incredulidade, mas avançamos pela fé somente.
Romans 4:20–21 NVI
20 Mesmo assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé e deu glória a Deus, 21 estando plenamente convencido de que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido.
Isso nos provoca a pensar em como temos vivido.
Porque muitas vezes, diante de adversidades, perdemos a alegria, perdemos a fé?
Porque perdemos a perspectiva da promessa e daquele que prometeu, ele diz que faz e fará, porque é por dádiva, não é pelo seu trabalho.
O oposto dessa qualidade da fé diante da promessa, é o que Sara fez, dando Agar para trazer um filho a Abraão, Ismael.
É o que muitas vezes você faz diante de dificuldade, ao invés de crer, esperar, crer contra a esperança, sofrer com confiança, você tenta resolver do seu jeito.
Você não tem de fazer nada, porque quando você faz não é dádiva.
E isso te corrói.
Sabe o que te corrói?
Você não sabe receber presente, não é humilde para lidar com a dádiva de Deus, quer estar no controle.
- Você é orgulhoso;
- Você não sabe ser grato;
Por isso não tem certeza de sua salvação, do amor de Deus, vive sem paz (como Lutero vivia) querendo resolver tudo do seu jeito.
Pare, você não tem no que se apoiar em você mesmo e nas coisas ao seu redor, senão, crer em Cristo, que somente ele resolveu de uma vez por todas o problema da ira de Deus apontada a todos os homens.
Ser grato pela dádiva é vencer a sua vontade de controlar, e de fato reconhecer que não tem como você resolver o problema da ira de Deus, não tem o que fazer e nem o que ofertar a Deus, a não ser que ele mesmo ofereça a solução.
E ele fez, e Paulo termina seu argumento na defesa de que pela fé somente somos justificados.
Romans 4:22–25 NVI
22 Em conseqüência, “isso lhe foi creditado como justiça”. 23 As palavras “lhe foi creditado” não foram escritas apenas para ele, 24 mas também para nós, a quem Deus creditará justiça, a nós, que cremos naquele que ressuscitou dos mortos a Jesus, nosso Senhor. 25 Ele foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação.
Paulo diz que (Gn 15.6);
Genesis 15:6 NVI
6 Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça.
Não foi registrado apenas por causa de Abraão, mas de todos nós, se como Abraão crermos, seremos considerados justos.
Paulo no diz que quem imputa justiça a nós é Cristo Jesus, aquele que a si mesmo se entregou por nossos pecados, ressuscitou e vivo está.
Somente pela fé somos feitos justos, não pela fé na fé, pela fé em nós, mas pela fé em Cristo Jesus, o Salvador e Senhor nosso.
Cristo se entregou por nós para se cumprisse a justiça de Deus e por fé fôssemos declarados Justos.
2 Corinthians 5:21 NVI
21 Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus.
Hoje, o que você quer que Deus leve em conta?
- O quanto você pode apresentar das suas obras e feitos?
- Ou os méritos de Cristo imputados a você mediante a fé?

Conclusão

Declarar que somos salvos pela fé somente implica em duas coisas:

1º - Os homens jamais conseguiriam satisfazer a justiça da ira de Deus.

Ainda que se auto flagelassem, com peregrinações, jejuns, com todo tipo de penitências, obediências.
Deus continuaria irado.
Ainda que você doe todos os seus bens, ainda que queime seu corpo em praça pública, Deus continuaria irado contra sua maldade.
Só a morte de seu filho satisfez completamente sua ira.
Declarar que somos salvos pela fé somente:

2º - Revela que amor de Deus tem que vencer e calar todo orgulho.

Por que?
Porque oferecer seu filho para morrer por pecadores, é o gesto mais humilde que um rei supremo e soberano poderia dar como exemplo de humildade.
A humildade de Deus envergonha qualquer vanglória, qualquer amor próprio, qualquer orgulho.
Porque Deus ofereceu a si mesmo para satisfazer sua ira não contra si, nem seu filho, mas contra nós?
Não foi somente por amor, mas por justiça, a única maneira de fazer justiça era colocando alguém em seu lugar, mas não alguém como você, pecador, falho, mas alguém que sendo como eu e você jamais falharia.
A morte de Jesus é um tapa em nosso orgulho, porque Deus que poderia exigir tudo de nós, nos entrega o que de mais precioso tinha, decidiu perder, decidiu entregar.
A vida cristã, a ética cristã será sempre assim, sacrificial, talvez a sua perda também seja uma forma de justiça, assumir dívidas, assumir perdas.
Declarar que a salvação é pela graça mediante a fé somente, é declarar-se incapaz de se salvar, é rogar a Deus que atribua a si os méritos perfeitos de Cristo para satisfazer sua justiça contra nós.
Foi o que Deus fez ao entregar Jesus. Somos salvos pela fé somente, exclusivamente, estritamente em Cristo Jesus.
SDG
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