A entrada triunfal do Rei - Mc 11.1-11
Encontros com Jesus • Sermon • Submitted • Presented
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introdução
introdução
Eu e você somos acostumados com entradas triunfais, vimos isso meses atrás na copa do mundo, na premiação do Oscar, quando um presidente assume após o pleito eleitoral.
Pouco mais de 10 anos atrás eu participei da mais bela entrada triunfal com uma certa noiva, em meu casamento.
Todas estas são imagens cotidianas, e quanto mais afinada a sintonia entre honrados e os que honram, tanto mais bela é a entrada triunfal.
Porém, diante de nós, temos uma entrada triunfal menos glamourosa, porém com efeitos cósmicos e transformadores sem precedentes.
A entrada triunfal de Jesus Cristo, as vésperas da Páscoa, a inauguração da última semana da vida do rei Jesus.
Aquele que por algum período escondeu sua identidade messiânica, mas que agora, deseja revelar-se, como o Messias prometido, como resposta ao anseio de Israel, como resposta de Deus a um mundo rebelde ao seu criador.
A verdade explícita aqui é que Jesus Cristo é o Rei enviado por Deus, um rei bendito e glorioso que veio para uma missão de salvação, por meio de um triunfo, porém um triunfo humilde, sofrido e redentor.
Apesar de ser um relato conciso, podemos encontrar duas cenas aqui diante de nós.
A primeira cena nos mostrará que a entrada triunfal revela sua glória, o rei vem para salvar seu povo.
A segunda cena, nos mostrará sua humilhação, o servo sofredor, que em seu sofrimento veio salvar seu povo.
Antes de entrarmos ao texto, para entendermos melhor precisamos de contexto histórico.
Se você já está familiarizado com o Evangelho de Marcos, você sabe que Jesus pregou, ensinou, curou, libertou, ressuscitou pessoas.
Isso tudo apontava para sua glória e Poder, o Messias, bem como Pedro o definiu pela revelação do espírito.
Aliás, os judeus esperavam pelo herdeiro do trono de Davi, um rei poderoso que os libertaria da opressão de Roma e levaria israel aos anos de ouro do tempo de Davi e Salomão.
Essa expectativa se dava principalmente em algumas festas da tradição judaica, na Páscoa, em pentecostes e na festa de tabernáculos.
Então três vezes por ano o judeus vinham de todo o império romano em uma grande peregrinação para Jerusalém, onde o templo de Deus estava, representando a sua presença.
A Festa que mais fazia o povo celebrar e lembrar dos feitos de Deus, era a Páscoa.
Na páscoa, Israel comemorava a sua independência e nascimento do povo por meio de um ato libertador.
No tempo de Jesus, novamente os judeus pediam por uma nova libertação, pois era dominados pelos romanos.
Este é o retrato por detrás de tudo que lemos, a páscoa está chegando, judeus vindo de todos os lados, uma grande expectativa está no ar.
Pense, caravanas e mais caravanas, todas as estradas para Jerusalém estavam entulhadas de pessoas.
Ao chegarem no monte das oliveiras, eles avistavam o templo, a cidade, e para um judeu, o coração batia mais forte, a santa cidade, o templo da habitação de Deus.
Estes peregrinos subiam cantando os salmos de Halel, do 113 ao 118, estes salmos nutriam a esperança da vinda do Messias, o Rei que triunfaria.
Enquanto os judeus lotavam a cidade de jerusalém, os romanos quadruplicavam a sua presença para proteger a cidade de qualquer tumulto, o que era normal, sempre tinha um revolucionário disposto a pegar em armas para libertar os judeus.
Junte todas as peças, e veja a tensão e expectativa no ar em torno da Páscoa, e do outro lado, Jesus caminha para a sua última páscoa.
E o texto mostra, que ele faz um pedido para a organização de sua entrada triunfal que aponta para sua glória, realeza e autoridade.
1 Quando se aproximavam de Jerusalém, de Betfagé e Betânia, junto ao monte das Oliveiras, Jesus enviou dois dos seus discípulos 2 e disse-lhes: — Vão até a aldeia que está diante de vocês e logo, ao entrar, encontrarão preso um jumentinho, o qual ainda ninguém montou; desprendam o jumentinho e tragam aqui. 3 Se alguém perguntar: “Por que estão fazendo isso?”, respondam: “O Senhor precisa dele e logo o mandará de volta para cá.”
Jesus pede um jumentinho, e organiza sua entrada, há aqui a movimentação do rei organizando sua entrada triunfal, bem como uma noiva para o casamento, como um presidente para assumir o estado...
Veja a movimentação do rei:
envio os discípulos para procurar um jumentinho, como um rei daquele tempo, mandaria uma escolta organizar sua condução;
como um rei, ele deu ordem específicas para trazer um jumentinho em nome do SENHOR (v.3); (kuryos) um título exclusivo para a divindade, reis e governantes (Mc 11.4-7);
como um rei divino, ele descreveu pedindo um jumentinho que não tinha sido montado, isso era importante, pois o AT diz que animais que nunca levaram carga, eram reservados para fins divinos, especiais e santos;
Como um rei divino e glorioso, ele sabia tudo, havia um jumentinho, no lugar certo, falar com as pessoas certas, tudo soberanamente orquestrado.
Podemos considerar que era a movimentação do Rei que entraria em triunfo, porque de forma explícita o povo reconheceu isso.
8 Muitos estenderam as suas capas no caminho, e outros espalharam ramos que tinham cortado nos campos. 9 Tanto os que iam adiante dele como os que o seguiam clamavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! 10 Bendito o Reino que vem, o reino de Davi, nosso pai! Hosana nas maiores alturas!”
Lembremos de algo contextual, Jesus não era o único judeu montado em um jumento, era um animal comum para peregrinações, logo, muitos peregrinos estavam montados em um jumento.
O fato é que Jesus está no jumentinho, e o povo o viu como rei, pois vemos o povo estendendo seus mantos.
No AT vemos isso.
13 Então eles se apressaram e, tomando cada um o seu manto, os puseram debaixo dele, sobre os degraus, e tocaram a trombeta, e disseram: — Jeú é rei!
Todo judeu saberia que lançar mantos se fazia em cerimonia a coração de um rei.
Já os ramos, podemos encontrar nos salmos.
27 O Senhor é Deus, ele é a nossa luz; adornem a festa com ramos até as pontas do altar.
Sinal de vitória e de triunfo, de aclamação dos reis que venciam.
Tudo isso apontava para seu reconhecimento como Rei.
Mas há algo ainda mais claro e importante, o que o povo entoava.
Havia um cortejo, as multidões atrás e na frente, olhe o verso 9, além disso eles cantavam o salmo 118.
Eles agora não cantam como uma expectativa futura, mas cantam olhando e direcionando esse louvor totalmente a Jesus.
9 Tanto os que iam adiante dele como os que o seguiam clamavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! 10 Bendito o Reino que vem, o reino de Davi, nosso pai! Hosana nas maiores alturas!”
Com este canto eles diziam, o rei chegou, hosana quer dizer salve-nos Senhor.
Eles reconheciam Jesus como o rei que viria a partir do trono de Davi, em cumprimento a uma promessa feita por Deus a Davi.
11 desde o dia em que mandei que houvesse juízes sobre o meu povo de Israel. Eu lhe darei descanso de todos os seus inimigos. O Senhor também lhe faz saber que ele, o Senhor, fará uma casa para você. 12 Quando os seus dias se completarem e você descansar com os seus pais, então farei surgir depois de você o seu descendente, que procederá de você, e estabelecerei o seu reino. 13 Este edificará um templo ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino.
Essa promessa servia para os cânticos do povo, vários salmos surgiram a partir disso, salmo 118, salmo 2.estamos diante não somente do rei dos judeus, mas do rei do Universo, aquele que em seu triunfo, salvaria todo aquele que crê.
Temos em Jesus o cumprimento de outras profecias que Marcos deseja que saibamos.
10 O cetro não se afastará de Judá, nem o bastão sairá de entre os seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos. 11 Ele amarrará o seu jumentinho à vide e o filho da sua jumenta, à videira mais excelente; lavará as suas roupas no vinho e a sua capa, em sangue de uvas.
9 Alegre-se muito, ó filha de Sião! Exulte, ó filha de Jerusalém! Eis que o seu rei vem até você, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta. 10 Destruirei os carros de guerra de Efraim e os cavalos de Jerusalém; os arcos de guerra serão destruídos. Ele anunciará paz às nações; o seu domínio se estenderá de mar a mar e desde o Eufrates até os confins da terra.
Juntemos as peças do quebra cabeça aqui, Salmo 118, Salmo 2, Gn 49.10-11, Zc 9.9-10, e junte ainda o contexto, que cena gloriosa.
Marcos constrói diante dos nossos olhos uma cena profundamente histórica, profética e cósmica.
Algo grandioso está acontecendo aqui, Jesus em um jumentinho, ele está tomando sobre si, em seus ombros o cumprimento das profecias no AT, de Gênesis a Zacarias.
Mil anos de uma ardente expectativa pelo rei que viria da tribo de Judá, da raiz de Davi para ocupar o trono de jerusalém que estava vazio.
Por isso aquela multidão, reagiu daquela forma e Jesus não a mandou calar, ele aceitou a aclamação.
E eu e você que estamos aqui nesta noite, não podemos agir diferente daquela multidão, diante do Rei que triunfa, devemos clamar, Hosana ao Rei que vem.
Jesus não veio apenas restabelecer os anos áureos de Israel, não para libertar o povo das mãos dos romanos, Ele veio estabelecer em si seu reino, um reino de paz, justiça e alegria, como nunca antes se viu, apenas no éden.
Diante dessa cena devemos clamar, salve-nos Senhor, nós carecemos de um rei que nos salve e nos liberte, porém, não da tirania de um reino mundano, mas do aguilhão do pecado e da morte.
Diante desse fato histórico, profético e cósmico, está a resposta para os anseios desse mundo, que busca suprir o vazio de seu ser em coisas da terra, em prazeres momentâneos, somente o rei Jesus pode lidar com isso.
Jesus não queria entrar de forma triunfante somente em Jerusalém, ele deseja entrar como rei triunfante em sua vida, em seu coração, pois somente ele pode por meio de seu reino, te trazer vida plena e abundante.
Se você assim como a multidão está enxergando a glória de Jesus, seu clamor deve ser por salvação, pois só nele há salvação para pecadores como eu e você.
Mas como Jesus pode nos salvar?
Vejamos a segunda cena. Ele nos salvará em sua humilhação.
Apesar desse versículo num primeiro olhar parecer estar fora do contexto, meio deslocado, ele está aí para nos ensinar sobre a humilhação de Jesus.
11 E Jesus entrou em Jerusalém, no templo. E, tendo observado tudo, como já era tarde, saiu para Betânia com os doze.
Esse verso é importante, porque no mundo antigo, era sabido por todos que um rei voltava da batalha diante de seu povo fosse recebido com festa, como Jesus foi.
Mas depois da festa, o primeiro local que ele iria depois de passar os portais da cidade, era ao templo, para dedicar sua conquista ao seu Deus, e depois iria para o palácio para desfrutar da glória do seu triunfo.
O que este texto nos mostra?
Jesus vai ao templo, o que o templo significava?
Era o simbolo da presença e poder de Deus na terra, o trono de Deus na cidade santa. E ali Jesus deseja ir para ser reconhecido como o REI prometido.
Mas ao chegar na porta do templo, nada acontece, aqueles que respondem pelo templo, não reconheceram Jesus, o dono do templo, não foi aceito em seu santuário, no local construído para si mesmo.
Ele não encontrou lugar, ficou de fora, e a cena se repete, ele não achou lugar na estalagem para nascer, e em sua cidade, o Rei chegou, mas não havia espaço pra ele.
Muitas vezes é assim que nos encontramos, aliás, assim fazemos com Jesus, não há lugar em nossas vidas para ele, pois amamos o pecado, nosso coração é uma fábrica de deuses falsos, não queremos que Jesus reino sobre nós.
Queremos ser o rei de nossa história, de nossa vida, mas isso é desastroso, pois o único poder que temos é de conduzir nossa vida para a perdição eterna.
Rejeitar Jesus, é rejeitar a vida, a salvação, a libertação, tudo isso habita em Jesus.
Você se lembra do que Jesus disse, ele falou aos discípulos que seria rejeitado e humilhado, pelos líderes da religião, os mestres da lei e os escribas.
Interessante, pois o templo a partir daqui, será o epicentro da oposição a Jesus.
Que tipo de rei é esse, que tem glória e entrou triunfando, mas não foi recebido pelo seu povo? Como ele pode ser glorioso e ser rejeitado?
A resposta está no pequeno jumentinho.
Quando Jesus chega diante do templo, sem pompa, com carruagens como os reis daquele tempo o fariam, não há pompa, não há glamour.
Jesus entrou em um jumentinho, porque é um rei cheio de glória, mas é ao mesmo tempo um rei humilde, um rei que sofre, um rei que serviu ao invés de ser servido, e deu sua vida em resgate de muitos.
Na Páscoa, milhares de animais eram oferecidos como sacrifício no templo, inclusive os romanos contavam a quantidade de judeus na cidade, pela quantidade de animais sacrificados.
E Jesus está diante do templo, para resolver o que está por detrás do templo.
Se há na cidade um templo é por causa do pecado, todo aquela cerimonial de sacrifício era para expiar a culpa por causa do pecado.
Jesus chega ali, diante daquele templo, olhando os animais, sabendo dos sacrifícios que ali faziam, ele sabe que próximo a ser sacrificado seria ele, a ovelha muda indo ao matadouro.
Ao final da semana, ele estaria pendurado na cruz, como o cordeiro de Deus, que por sua rejeição, humilhação e morte, limparia o pecado do seu povo.
Para poder ajuntar em seu corpo, todos os filhos de Deus que o Pai lhe deu, para reunir em seu reino de justiça, todos os eleitos desde a fundação do mundo.
Lembre-se não há coroa sem cruz, não há glória sem sofrimento.
Na entrada triunfal dos reis daquele tempo, eles estabeleceram seus reinos as custas dos seus inimigos, mas Jesus é aquele que estabelece seu reino entregando seu próprio corpo por seus inimigos, eu e você.
Em seu reino, Jesus veio estabelecer paz com Deus, veio pagar a divida pelos nossos pecados, em seu corpo, em seu sacrifício.
Jesus é um rei que em alguma medida decepciona você, se tu esperavas que ele veio para suprir suas necessidades terrenas e desejos por sucesso e satisfação, estais enganado, ele veio para morrer, para servir e salvar.
Para quem espera um Jesus ofertado pelo teologia da prosperidade, que te faz rico, prospero, que goza de toda a vida aqui na terra, o Jesus dos evangelhos vai te decepcionar, ele não é o rei que você espera.
Ele é um rei salvador, o qual devemos clamar que nos salve!
A pergunta é:
Jesus teria uma fervorosa recepção em nossos corações hoje, podemos receber e coroar Jesus como rei em nosso coração?
O povo lançou suas vestes, lançou palmas e ramos, mas seu coração estava distante, pois os mesmos lábio que disseram Hosana, pediram sua crucificação.
Muitas vezes assim é nossa espiritualidade, cantamos, choramos, clamamos, mas não queremos que Cristo reine sobre nós.
Cantamos Hosana, mas não o obedecemos, choramos mas não nos arrependemos, lançamos sobre Jesus nossos recursos, mas não compartilhamos seu evangelho.
Devemos ser como esse burrinho, servir de suporte para glória do Rei, devemos servir para a glória de Cristo, nosso serviço deve ser para a glória de Cristo, nosso recurso para a glória de Cristo.
Tudo que somos e temos, deve servir ao Rei glorioso e humilde.
Jesus está aqui, e deseja habitar em nós, como seu templo, como sua habitação, podemos recebê-lo nos arrependendo de nossos pecados e crendo nele.
Tim Keller, diz que ninguém pode chegar na presença de Jesus e ficar indiferente, ou você o reconhece como Rei e canta, Hosana, salve-me, ou rejeita Jesus e o mata, como os religiosos de seu tempo.
O texto termina dizendo que Jesus foi para as regiões periféricas, para as cidades vizinhas.
Por favor, não deixe Jesus na periferia da sua vida, esse é um lugar perigoso para ele ficar, não porque há perigos para ele, mas porque sem Cristo, sua alma está em sérios riscos.
Faça de Jesus o centro da sua vida, reconheça-o como o triunfante rei, que não quer apenas te salvar, mas reinar soberanamente sobre sua vida.
De que lado você está?
Podes ficar ao lado daqueles que rejeitam a Jesus, porém, a destruição eterna te espera, lá Jesus também é rei, porém não com salvação e graça, mas com juízo e ira eternos.
Minha oração é que você faça como a multidão, reconheça o Rei Jesus, não lançando ramos e mantos, mas lançando sua vida aos seu pés, pois ele deu a vida por você.
SDG