SETE PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA JOVENS CRISTÃOS

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1º Principio: O Jovem e o curso do sua vida.

Sl 119:9 “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra.”
Um caminho אוֹרַח (‘ōrah) literalmente uma estrada bem trilhada (a vida que a pessoa leva, o curso da sua vida) que é conservado limpo זָכָה (zākhāh) (i.e., livre do pecado), este caminho só pode ser mantido observando-o שָׁמַר (šāmar) i.e., examinando para viver de acordo com a Palavra de Deus (KJA; ASXXI; NVI). Como posteriormente escreve:
“Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho”. (Sl 119.105),
i.e., “a Palavra nos revela coisas sobre Deus e sobre nós mesmos que, do contrário não conheceríamos; ela mostra o que está errado e é perigoso; ela guia-nos em nosso trabalho e caminho; na verdade, o mundo seria um lugar sombrio sem ela. Ela é uma lâmpada que podemos levantar para nós e tomar em nossa mão para nosso uso particular (Pv 6.23)” (HENRY, 2010); e ainda fala o salmista:
“Guardei a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti” (Sl 119.11),
i.e., a Palavra torna-se sua consciência, sua mente, aquela que o guia pelas veredas da justiça de Deus. Ela é tão valiosa que é mantida como um tesouro íntimo. A palavra de Deus portanto jamais induzirá ou levará uma pessoa a pecar. Entretanto, não é ter a palavra de Deus somente decorada, mas é tê-la compreendido de forma que possa ser aplicada no seu dia a dia.

2º Principio: O jovem e a vaidade, um apelo a permanecer na presença de Deus.

Ec 11:9-10 “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade.”
Ec 12.1 “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;”
(v. 9) A declaração irônica de Salomão sobre a vaidade da juventude, demonstra claramente o comportamento relativista do homem pós-moderno. Fica evidente que o conselho irônico de Salomão arremete para a ignorância do homem insensato a viver segundo sua própria soberba. Entretanto Deus pedirá conta de tudo isto, pois, eles podem, pelos excessos das suas cobiças juvenis, entesourarem para si mesmos ira no dia da ira, a ira do cordeiro (Rm 2.5).
a) A recomendação seguinte (v. 10), pede que os jovens afastem dos seus corações todo desgosto e ansiedade (KJA), qualquer desordem ou perturbação referente a mente. Que os jovens aprendam a administrar a saúde do corpo e do seu espírito, para conserva-los sãos até a vinda de Jesus Cristo (1Ts 5.23). Que os jovens tomem cuidado para que suas mentes não sejam elevadas pelo orgulho, nem perturbadas com a raiva ou por qualquer paixão pecaminosa. “Remove da tua carne o mal”; i.e., não deixes que os membros do teu corpo sejam instrumentos de iniquidade (1Co 6.15-16). Pois o mal do pecado será o mal da punição, e aquilo por que tens afeição, como bom para carne, porque satisfaz o apetite dela, provará ser mal e doloroso para ela, e por essa razão coloca-o para longe de ti; quanto mais longe melhor.
b) Consequentemente, agora o pregador faz um apelo aos jovens (v. 1) “para pensarem em Deus (para o reconhecerem como o Criador, aquele que criou todas as coisas e portanto tem autoridade e domínio sobre elas, pois é ele quem mantém e sustenta todas as coisas), e se preocuparem com as suas obrigações para com Ele, enquanto são jovens, para que não se enganem com a sua vaidade, nem se perturbem muito com ela, lembrem-se do seu criador e protejam a si mesmos contra a malicia que resulta da vaidade da criatura.
Aqui é apresentado um antídoto real contra as doenças particulares da juventude, o amor a falsa alegria e os excessos de prazeres sensuais, a vaidade que a juventude está sujeita; para prevenir e curar isto é: “lembra-te do teu criador”, não somente lembrar-nos de que Deus é o nosso Criador, que ele e não nós nos fez e portanto é o nosso legítimo Senhor (Dono) (Sl 100.3); mas que devem se dedicarem a Ele da forma como Ele quer, mediante a sua Palavra e pagar-lhe a devida honra e respeito como seu Criador. (HENRY, 2010)

3º Principio: O Jovem Como Exemplo na Igreja.

1Tm 4:12 “Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza.”
a) Ninguém menospreze (despreze) a tua juventude: Timóteo tinha provavelmente a idade entre 34 e 39 anos no ano 63 d.C. Segundo Irineu[1], a primeira etapa da vida abarca entre 30 e 40 anos. Portanto, Timóteo ainda era um jovem, muito jovem para a posição que ocupava: representante apostólico e, como tal, líder sobre os presbíteros nas igrejas de Éfeso e seus arredores. Por isso, Paulo escreve: “que ninguém pense pouco de você”. Timóteo não deveria permitir que ele mesmo e nenhum outro o menospreze por causa da sua juventude. Deveria fazer com que o respeitassem em consideração a seu oficio. Entretanto, deve fazer isto não “se fazendo grande” ou se vangloriando de suas credenciais, mas conduzindo-se como um homem de sábio conselho, consagrado, e de sabedoria prática. “O respeito pelo homem equivale ao respeito pelo seu oficio” (HENDRIKSEN, 2001).
b)faze-te, porém, um exemplo pra os crentes”: Para compensar a desvantagem da mocidade, Timóteo é convidado a tornar-se o exemplo padrão dos fiéis. O Apóstolo esperava que o líder cristão fosse um modelo aos outros (Fp 3:17; 2Ts 3:9). Timóteo deveria se portar de modo que viesse a inspirar, o amor, o respeito e a confiança da congregação.
Obs.: “As seis áreas estipuladas por Paulo para que Timóteo sirva de exemplo são reduzidas a cinco, porque a palavra espírito (ACF, ARC, RV) não ocorre nos manuscritos mais velhos e mais confiáveis (ARA, TB; KJA; ASXXI; NVI; NTLH)” (HOWARD, et al., 2006).
5 Meios Para Ser o Exemplo:
1. Na palavra (linguagem), i.e., na conversação pessoal de todos os dias. O modo como se fala e o que se fala.
2. Na conduta (no trato), i.e., nos costumes, hábitos, modo de tratar as pessoas, etc.
3. No amor, i.e., no profundo apego pessoal a seus irmãos e uma genuína preocupação por seu próximo (inclusive seus inimigos), buscando sempre a promoção do bem estar de todos.
4. Na fé, ou seja, no exercício da fé cristã, que é a raiz da qual brota o amor, podendo indicar o amor como relação horizontal; e a fé como relação vertical.
5. Na pureza (q.v. 1Tm 5.2), ou seja, na completa conformidade, de pensamento e ato, com a lei moral de Deus. Não significando, entretanto, apenas castidade, mas indicando sinceridade e inculpabilidade.

4º Principio: O Jovem resistindo aos desejos da juventude.

2Tm 2:22 “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.”

a) Foge, também dos desejos da mocidade: Em outras traduções encontramos: “Vire as costas para os desejos turbulentos da mocidade” (CH); “Desvia-te dos impulsos inconstantes da juventude” (NEB); “foge igualmente das paixões malignas da juventude” (KJA). A palavra “desejos” (gr. epithymia) usada aqui indica um anseio (principalmente por aquilo que é proibido); i.e., um desejo forte e intenso. Um desejo definitivamente pecaminoso. Tais como:

(1) Prazer: o desejo desmedido de satisfazer os apetites físicos: o desejo de comer e beber, a loucura por desfrutar de prazeres, desejos sexuais descontrolados (Rm 1.24; Ap 18.14)
(2) Poder: a paixão descontrolada de ser o número 1, o desejo de “brilhar” ou de ser dominador. Isto produz inveja, intrigas, etc. Esta tendência pecaminosa está incluída de forma proeminente em referências, tais como: Gl 5.16,24; 2Pe 2.10,18; Jd 16,18.
(3) Possessões: o desejo descontrolado de chegar a ter possessões materiais e desfrutar da “glória” que deles deriva. 1Tm 6.9.
Por fim, podemos caracterizar como todo anseio pecaminoso ao qual a alma de um jovem ou de uma pessoa relativamente jovem se expõe.

b) Fugindo das tendências pecaminosas da juventude, corra após (persiga firmemente) o seguinte:

(1) “a justiça”, i.e., a justiça que vem de Deus e que se revela no evangelho (Rm 1.16). Paulo também pede que os cristãos de filipos sejam cheios do fruto de justiça (Fp 1.11). Esses são frutos que produzem uma relação correta entre Deus e os crentes. Nenhum homem é capaz de produzi-los por si só, por seus próprios esforços, mas por Jesus Cristo.
(2) “a fé”: a confiança humilde e dinâmica em Deus, sem a qual é impossível agradá-lo (Hb 11.6).
(3) “o amor”: um profundo afeto pessoal pelos irmãos, incluindo seu benevolente interesse até mesmo pelos inimigos. É o que há de mais importante na fé cristã (1Co 13.13).
(4) “a paz”: não a que o mundo oferece, mas a que Cristo dá, a paz que excede todo entendimento, que traz uma compreensão isenta de perturbações, a perfeita paz para com todos os cristãos (os que em oração e louvor invocam o Senhor Jesus Cristo; cf. Rm 10.12; 1Co 1.2), e isto de coração puro, ou seja, uma personalidade interior dos que estão afastados da injustiça (v. 19) e se purificam efetivamente (v.21) das contaminações do mundo. (HENDRIKSEN, 2001)

5º Principio: O Jovem e a moderação.

Tt 2:6 “Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os para que, em todas as coisas, sejam criteriosos.”
Sejam moderados, i.e., exerçam auto controle em todos os aspectos. “Os jovens devem pôr-se sob a disciplina do evangelho, e devem guardar-se contra os desvios, sejam provenientes das más inclinações de sua própria natureza pecaminosa, ou das opiniões e dos costumes que prevalecem no mundo pagão que os rodeia. Que não ponham suas próprias conclusões, sentimentos ou ambições acima da vontade de Deus (cf. Rm 12.3; cf. 2Co 10.5). Que aprendam a dominar-se. O verbo traduzido “exercer domínio próprio” é da mesma raiz que o adjetivo traduzido “autocontrolado”. Daí, os jovens são aqui instados a exercerem a mesma virtude que e demandada dos bispos (Tt 1.8; cf. 1Tm 3.2), dos anciãos (Tt 2.2), das jovens (v. 4) e, por implicação, das anciãs (v. 3)” (HENDRIKSEN, 2001).

6º Principio: O jovem e sua relação com a Liderança.

1Pe 5:5 “Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça.”

a) Os jovens sede sujeitos aos anciãos: Os jovens, lit. “os mais moços”; sujeitai-vos (gr. hupotassō); i.e., submetam-se; sejam obedientes (A submissão é uma característica do comportamento cristão, a decisão de se postar debaixo da liderança de outros; por amor a ordem e para a prática do bem), aos anciãos (gr. presbyteros); que indica uma pessoa mais velha, neste caso “anciãos das igrejas cristãs, presbíteros encarregados da administração e governo de igrejas individuais” (At 11.30; 14.23; 15.2,4,6,22,23; 16.4; 20.17 [cf. At 20.28]; 21.18; 1Tm 5.17; Tt 1.5; Tg 5.14; 1Pe 5.1).

b) Sede sujeitos uns aos outros: a submissão mutua leva ao equilíbrio, e este equilíbrio é mantido com amor.

c) Revesti-vos de humildade: (gr. tapeinofrosyne, i.e., “disposição mental simples”), é uma característica dos filhos do reino (Mt 5.3), “portanto, no relacionamento cristão, eles devem ser humildes, modestos (qv. Rm 12.3; Fp 2.3, “humildade, considerando cada um, os outros superiores a si mesmo”).

d) O motivo para sermos humildes é que “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” (cf. Pv 3.34). Vemos aqui o contraste entre dois tipos de pessoas:

(1) “os soberbos” (gr. huperēphania), cf. Rm 1.30; Lc 1.51; Tg 4.6, “aqueles que se mostram por cima, por sobre os outros”.
(2) “os humildes” (gr. tapeinos), trazendo a ideia de piedade em relação a Deus (Mt 11.29; 2Co 7.6; Tg 4.6).
Deus, porém, reage de modo bem diferente em relação aos dois:
- Ao primeiro ele resiste (gr. antitassetai), i.e., se opõe, se coloca como contrário, ou seja, eles não tem acesso a Deus e ele não se põe do lado deles.
- Ao segundo, Deus concede sua graça (gr. charis), benevolência. Deus se põe do lado deles, e lhes é acessível, é seu ajudador. Graça, portanto, é ser aceito por Deus.
(MUELLER, 1991)

7º Principio: O jovem e sua força.

1Jo 2:13-14 “Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque tendes vencido o Maligno. Filhinhos, eu vos escrevi, porque conheceis o Pai. Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno.”
Jovens vencestes o maligno, porque sois fortes, e a vossa força vem da Palavra de Deus que está em vós. Não é uma vitória a ser ganha no futuro, mas a que já foi alcançada. A força que vence o inimigo não está na juventude, mas em Deus, que se manifesta pela fé (cf. 1Jo 5.4-5).
“A vida cristã, pois não é só gozar o perdão e a comunhão de Deus, mas combater o inimigo. O perdão dos pecados passados deve ser acompanhado pela libertação do poder atual do pecado, pelo sangue de Jesus (Ap. 12.11).
“João está dando ênfase à segura posição a que todo cristão chegou, seja qual for o seu estágio de desenvolvimento espiritual. É dada uma ideia quanto o segredo da vitória dos jovens. Sois fortes, diz ele, e a vossa força se deve ao fato de que a palavra de Deus permanece em vós (v. 14c)”.
(STOTT, 1988)

Bibliografia

BEPC. (2011). Bíblia de Estudo Palavras Chave - Hebraico e Grego (ARC - 4ª ed.). Rio de Janeiro: CPAD.
HENDRIKSEN, W. (2001). Comentário do Novo Testamento: 1 e 2 Timóteo e Tito. São Paulo: Cultura Cristã.
HENRY, M. (2010). Matthew Henry - Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Edição Completa. Rio de Janeiro: CPAD.
HOWARD, R., TAYLOR, W., KNIGHT, J., NIELSON, J., AIRHART, A., & COULD, J. (2006). Comentário Bíblico Beacon - Gálatas a Filemom (Vol. 9). Rio de Janeiro: CPAD.
KELLY, J. (1983). 1 e 2 Timóteo Introdução e Comentário. Dutra - São Paulo: Vida Nova.
MUELLER, Ê. (1991). I Pedro - Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova.
STOTT, J. (1988). I, II e III João - Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova.
[1] Ireneu ou Irineu de Lyon, em grego Εἰρηναῖος [pacífico], em latim Irenaeus, (ca. 130202) foi um bispo grego, teólogo e escritor cristãoque nasceu, segundo se crê, na província romana da Ásia Menor Proconsular - a parte mais ocidental da atual Turquia - provavelmente Esmirna.
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