O Senhor do discípulo - Mt 28.18-20

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Introdução

Toda a religião tem um livro texto, e tem aqueles textos comuns e populares na vida dos fiéis.
Este é um daqueles textos aparentemente de fácil assimilação das escrituras e que tem o poder de se tornar comum a todos.
Mas, precisamos refletir sobre isso como disse Mark Twain:
"Aquelas partes da Bíblia que não consigo entender não são as que me incomodam, mas sim as que consigo".
Veja em sua bíblia, esse texto não é difícil de entender.
Mas precisamos nos aprofundar nele, a despeito de ser um texto comum, pois ele traz à tona a ideia de que Jesus é Senhor sobre a vida daquele que nele crê.
Quero destacar uma palavra em especial nestes versículos que nos farão entender que Jesus é o SENHOR do discípulo.
A palavra "autoridade".
Quando falamos em autoridade logo pensamos em uma hierarquia e vem em nossa mente aquele ditado popular. "Manda quem pode (autoridade), obedece quem tem juízo".
Anedota.
Cerca vez um oficial de justiça foi em uma propriedade rural, e disse ao agricultor: - preciso inspecionar sua propriedade, pois recebemos uma denúncia de plantio ilegal.
Ok, inspecione o que quiser, disse o agricultor, fazendo uma recomendação, menos aquele campo na colina.
O agente indignado disse, eu sou uma autoridade, esse crachá que eu carrego me dá autoridade para inspecionar tudo que eu quiser sem nenhum impedimento. Deu um carteiraço no agricultor.
Se dirigiu direto aquele campo na colina, e não demorou para o agricultor ouvir gritos de desespero, e logo viu o agente correndo do mais perigoso touro daquela propriedade.
O agricultor corre em direção do agente e grita, mostre seu crachá ao touro, quem sabe ele obedece.
É assim que pensamos autoridade, mas o que de fato, este texto diante de nós está querendo dizer.
A palavra grega para autoridade é EXOUSIA, que significa:

direito de mandar. autoridade; “(1) poder de escolha, liberdade da fazer como lhe agrada; (2) poder mental e físico, capacidade e força pessoal; (3) poder de autoridade (influência) e direito; (4) poder de domínio ou governo, autoridade (real, divina, judicial, etc.)

Vejamos alguns exemplos dessa autoridade na vida de Jesus:
Matthew 7:28–29 NAA
Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, as multidões estavam maravilhadas com a sua doutrina, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas.
Matthew 9:6 NAA
Mas isto é para que vocês saibam que o Filho do Homem tem autoridade sobre a terra para perdoar pecados. Então disse ao paralítico: — Levante-se, pegue o seu leito e vá para casa.
Mark 1:27 NAA
Todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si: — Que é isto? Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!
Mark 4:41 NAA
E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: — Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?
John 10:18 NAA
Ninguém tira a minha vida; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.

direito de mandar. autoridade; “(1) poder de escolha, liberdade da fazer como lhe agrada; (2) poder mental e físico, capacidade e força pessoal; (3) poder de autoridade (influência) e direito; (4) poder de domínio ou governo, autoridade (real, divina, judicial, etc.)

Quando olhamos para esta palavra percebemos que Jesus é o Senhor, seu ensino tem autoridade e poder, os demônios lhes obedecem, a natureza recebe suas ordens, as coisas vieram a existir por causa da autoridade e do senhorio de Jesus.
Inclusive, aqueles que seguem a Jesus ou o seguirão são fruto do chamado poderoso de Jesus para seguí-lo.
Não somos nós que nos tornamos discípulos, mas somos feitos discípulos pela autoridade de Jesus.
Eu sei que este discurso de ter uma autoridade sobre nossas vidas, no tempo em que vivemos pode ser um discurso que em praça pública rapidamente receberia cancelamento.
Como assim, ter alguém sobre mim ditando regras, me dizendo o que fazer, como viver, mostrando seu crachá autoritativo.
Vivemos um tempo de busca pela liberdade, não queremos alguém nos dizendo o que fazer.
Afinal, meu corpo minhas regras, eu tenho direitos, eu tenho lugar de fala, eu tenho que ser ouvido...
Mas em Jesus o Senhor do discípulo, não encontramos um crachá autoritativo, mas uma Cruz e um chamado a seguí-lo, Jesus não demonstra sua autoridade pelo crachá, mas pelo sacrifício de amor na cruz.
Ele deu sua vida, para que por meio de sua morte, possa governar nossas vidas e de fato sermos livres.
N.T. Wrigth diz:
A despeito do que atualmente muitas pessoas supõem, é fundamental para a fé mais elementar do NT o fato de que Jesus já está governando o mundo inteiro.
A autoridade de Jesus está em convocar homens e mulheres, jovens e crianças, a serem discípulos seus.
A viver sob sua autoridade demonstrada na sua morte e ressureição e participarem do seu governo.
Que implica tirar o mundo do governo da morte, da corrupção, da ganância e de todo tipo de perversidade para seu governo baseado em amor e vida.
Esse é o ato político mais revolucionário da história, ter poder para governar com braço forte e autoridade, mas decidir usar essa autoridade para morrer em favor de gente que jamais o obedeceria por vontade própria.
Com sua morte, Jesus nos atrai a si, nos chama, nos convoca com seu amor eletivo, com uma autoridade que não é despótica, não é narcisista, mas é uma autoridade sacrificial.
Jesus não conquista autoridade como governos que matam seus inimigos para governarem, Jesus da sua vida pelos inimigos para poder torná-los em discípulos que agora vivem sob seu reino e governo.
A autoridade de Jesus tem mais de ver com influência e exemplo do que com ordens e regras.
Ser um discípulo de Jesus implica em seguir seus passos, andar conforme seus ensinos e viver como ele viveu, ter prazer em ser seu servo.
Ter Jesus como Senhor, é ter um relacionamento pessoal com ele, é ter sua vida em Cristo e Cristo em você.
Philippians 2:1–2 NVI
Se por estarmos em Cristo nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.
Viver sobre o Governo de Jesus não é gritar deliberadamente meu corpo minhas regras, mas declarar.
Galatians 2:20 NAA
logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.
Eu gosto das palavras de Dietrich Bonhoeffer sobre termos Cristo como Senhor.
O discípulo deixa sua relativa segurança de vida e segue para a completa insegurança (isto é, na realidade, para a absoluta segurança e proteção da comunhão com Jesus); deixa uma situação aparentemente previsível e calculável (mas, na verdade, muito imprevisível) para a imprevisibilidade, para o acaso total (quer dizer, para a única coisa que é necessária e previsível); deixa o domínio das possibilidades limitadas (isto é, de fato, das possibilidades finitas) para o domínio das possibilidades infinitas (ou seja, para a única realidade libertadora).
Andar e viver sob o senhorio de Cristo implica em em viver a vida para fazer discípulos até que Jesus venha.
Uma boa confissão como máxima para quem vive sob o Senhorio de Cristo é a resposta da primeira pergunta do Catecismo de Heidelberg:
Qual o único consolo na vida e na morte?
Que não pertenço a mim mesmo, mas pertenço de corpo e alma, tanto na vida quanto no morte, ao meu fiel salvador Jesus Cristo. Ele pagou completamente todos os meus pecados com o seu sangue precioso e libertou-me de todo o domínio do Diabo. Ele também me guarda de tal maneira que, sem a vontade do meu Pai celeste, nem um fio de cabelo pode cair da minha cabeça; na verdade, todas as coisas cooperam para a minha salvação. Por isso, pelo seu Espírito Santo, ele também me assegura a vida eterna e faz-me disposto e pronto de coração para viver para ele de agora em diante.
O enfoque da vida de um discípulo de Jesus não é autocentrada, mas Cristocêntrica, ou seja, eu vivo para o que Cristo morreu e viveu, eu vivo para fazer discípulos.
Uma igreja, que é a reunião dos discípulos de Jesus implica em abandonar uma vida baseada em programações dominicais e em agendas meramente institucionais, para ter como alvo o fazer novos discípulos.
Obedecer o mandato de fazer discípulos é o que determina se nossas vidas e igrejas estão engajadas na missão e no senhorio de Jesus.
Estamos fazendo verdadeiros discípulos de Jesus?
Nosso alvo como igreja não pode ser fazer membros para a instituição, e sim verdadeiros discípulos que amam viver sob a autoridade de Jesus em obediência ao seu chamado.
De forma prática, ter Cristo como Senhor implica trilhar o caminho do discípulo, como vemos nos últimos versículos de Mateus.
Matthew 28:19–20 NAA
Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.
MULTIDÃO > CONHECE > VIVE > SERVE > MULTIPLICA
Porque estamos plantando uma igreja que deseja fazer discípulos que conhecem a Deus, vivem em comunidade e servem no mundo?
Por amor e obediência ao Senhor de nossas vida, Jesus.

Amor

O motivo para discipular outras pessoas começa no amor de Deus e em nada mais.
Ele nos amou em Cristo, e por isso nós o amamos, e o fazemos em parte quando amamos as pessoas colocadas por Deus em nosso redor.
O amor de Deus por nós gera uma reação em cadeia. Ele nos ama, nós o amamos, então amamos outras pessoas.
Nossa autoridade é conquistada pelo amor, não pelo nosso crachá de membros de uma igreja.

Obediência

Nosso amor a Jesus está ligado a nossa obediência a ele.
John 14:15 NAA
— Se vocês me amam, guardarão os meus mandamentos.
O último mandamento de Jesus não consistiu em instigar seus discípulos à resistência armada contra Roma, nem em tomar vingança contra os que o mataram.
Em vez disso, Jesus olhou para seus seguidores e lhes disse para fazerem discípulos, não apenas para serem discípulos.
Em todo o restante do NT vemos que a igreja que reconhece Jesus como o Senhor vive para levar a cabo o chamada de fazer discípulos.
O ato de discipular é fundamental para o cristianismo.
Se não trabalhamos para fazer discípulos, é possível que não sejamos discípulos de Jesus.

Perguntas para refletir e praticar.

Como esta realidade refletida hoje, impacta em sua agenda semanal?
Você é um cristão que vive de ir aos cultos domingo, ou contribui para que outras pessoas sigam a Jesus?
Como você usa o tempo livre durante a semana, você se aproxima de pessoas para ajuda-las a conhecer a Jesus?
Você planeja estratégias para evangelizar e edificar outras pessoas a andarem com Jesus?
Que atitudes você mudará para que sua vida seja caracterizada por ser alguém que vive sob o senhorio de Jesus?
Deus quer que você esteja na igreja não só para suprir suas necessidades, mas também para ser preparado para cuidar de outras pessoas.
SDG